Entre linhas e fardas

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Alguns meses se passaram desde que Laura e Henrique finalmente admitiram seus sentimentos um pelo outro. Embora a relação ainda fosse marcada por pequenas discussões — afinal, ambos eram teimosos e intensos —, o amor entre eles crescia dia após dia. Henrique havia baixado suas defesas, permitindo que Laura entrasse em seu coração, e ela, por sua vez, encontrava cada vez mais razões para admirar o capitão do BOPE. Juntos, eles formavam um casal forte e determinado, mesmo com as dificuldades que surgiam, principalmente ligadas às suas famílias e profissões perigosas.

Mas as sombras do mundo em que viviam não demoraram a se manifestar de forma ameaçadora.

A última operação na qual Henrique, Lucas e Heloísa participaram foi um sucesso, desmantelando uma das principais quadrilhas que controlava uma favela no Rio de Janeiro. No entanto, o preço da vitória foi alto. Alguns dos chefes do tráfico conseguiu escapar e, com eles, um desejo profundo de vingança. O alvo? A família que os havia desmantelado. E, no meio de tudo isso, Laura se tornaria a peça central de uma trama perigosa.

Era uma tarde tranquila. Laura estava em casa, estudando para as provas da faculdade, quando recebeu uma mensagem de Ingrid, convidando-a para uma tarde juntas. Animada, Laura aceitou prontamente, mas ao sair de casa e caminhar até seu carro, não percebeu que estava sendo observada.

Em questão de segundos, tudo aconteceu. Um carro preto parou ao lado dela, e antes que pudesse reagir, dois homens mascarados a agarraram e a empurraram para dentro do veículo. Laura tentou lutar, mas eles eram fortes e preparados. Seu grito foi abafado por uma mão firme, e a porta do carro se fechou com um estrondo.

O veículo desapareceu rapidamente pelas ruas da cidade, e Laura, sentindo o coração disparar no peito, percebeu que estava em uma situação extremamente perigosa.

Naquela mesma tarde, Henrique estava no quartel do BOPE quando recebeu a notícia que o fez congelar. Lucas, com o rosto pálido e os punhos cerrados, entrou em sua sala.

"Henrique... levaram a Laura."

Henrique sentiu o chão se abrir sob seus pés. "O que você está dizendo?"

"Ela foi sequestrada. Os traficantes. É uma retaliação pela última operação."

O sangue de Henrique ferveu, e o instinto protetor que ele sempre teve por Laura tomou conta. Ele sabia que a vingança seria implacável, e o alvo escolhido era o mais precioso possível para eles: Laura, a filha da delegada que havia coordenado a operação, a irmã do agente do BOPE que matou o irmão do TH, e namorada do capitão do BOPE que comandou a ação, Henrique.

"Precisamos agir rápido," Lucas disse, tentando manter a calma. "Eles vão querer usar a Laura como moeda de troca, ou pior."

Henrique não perdeu tempo. Ele sabia que não havia espaço para hesitação. Cada minuto era crucial, e ele não podia deixar que algo acontecesse com Laura.

Enquanto isso, Laura estava em um cativeiro improvisado, em um esconderijo em algum lugar na favela. Os sequestradores a mantinham sob vigilância constante, e ela podia ouvir as conversas entre eles. Era evidente que o sequestro era um golpe calculado para atingir diretamente Henrique, Lucas e Heloísa. As ameaças eram claras, mas Laura, apesar do medo que sentia, manteve a cabeça erguida. Ela sabia que sua família e Henrique viriam por ela. Só precisava se manter forte e encontrar uma maneira de resistir até lá.

Os traficantes começaram a fazer exigências, enviando mensagens ameaçadoras para Heloísa, mas o que eles não esperavam era a reação fulminante de Henrique. Enquanto os sequestradores achavam que estavam no controle, Henrique montava uma operação rápida, com o apoio de Lucas e do BOPE, além de toda a polícia federal coordenada por Heloísa. A ordem era clara: encontrar Laura a qualquer custo.