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O tempo passou, e a vida parecia ter voltado ao normal após a operação que desmantelou a facção criminosa. Laura e Henrique estavam mais próximos do que nunca, e o amor entre eles florescia. Mas, como em toda história, novas aventuras e desafios estavam prestes a surgir.

Um dia, durante uma conversa animada com Ingrid e Yas, Laura ficou sabendo que o rapper Filipe Ret iria fazer um show em uma das favelas do Rio de Janeiro. A ideia de ir ao show era emocionante, mas a primeira reação de Laura foi de preocupação. "Henrique não vai deixar," pensou, lembrando-se de como ele sempre se mostrava protetor e sério quando se tratava de segurança.

As duas garotas decidiram que, independentemente do que dissesse Henrique ou Heloísa, iriam ao show. Elas sabiam que a experiência seria incrível, e que, talvez, estivessem seguras. Laura se lembrou de como era viver sem medo antes do recente caos em suas vidas. A energia vibrante do show parecia a fuga perfeita.

Quando a noite do evento chegou, Laura e Ingrid se prepararam como se fossem sair para uma festa normal, vestindo roupas confortáveis e levando um pouco de dinheiro e celulares. O clima era de pura excitação, mas a adrenalina também trazia um toque de nervosismo.

Chegando na favela, as garotas ficaram deslumbradas com a animação ao seu redor. As pessoas dançavam, riam e estavam ali para celebrar a música. Laura sentia-se viva, parte de algo maior. E não estava mais tão assustada como da primeira vez. Mas, em meio à empolgação, elas não perceberam que o BOPE estava a caminho da favela para uma operação, sim, DE NOVO!

No meio do show, enquanto as batidas ecoavam e o público vibrava, Laura notou que algo não estava certo. O ambiente começou a mudar — a música foi interrompida e gritos começaram a ecoar. As sirenes do BOPE cortaram a festa, e um clima de tensão tomou conta da área.

Ingrid puxou Laura para um canto, e as duas tentaram se esconder, mas a multidão estava em pânico. E então, como se o destino estivesse brincando com elas, Henrique apareceu, seu olhar frio e determinado. Ele estava de frente da operação, e seus olhos encontraram os de Laura.

"Não! Não pode ser..." Laura pensou, percebendo que não havia como escapar. Ela se lembrava da advertência de Henrique e da rígida proibição de sua mãe. E agora, ali estava ele, o homem que tanto amava, furioso.

Henrique rapidamente pegou seu celular , e a primeira coisa que fez foi ligar para sua irmã. "Ingrid?"

"Estou bem, Henrique!" Ingrid respondeu, mas a tremedeira em sua voz dizia o contrário.

"Você precisa sair daqui. E se não ouvir, vou ter que..."

Antes que ele pudesse terminar, a ligação caiu, e seu olhar se voltou para Laura, que estava paralisada. Ela podia sentir a tensão no ar. E, com isso, Henrique puxou seu celular e ligou para Laura.

"Atende, por favor," ele disse quando viu o olhar preocupado dela.

Ela hesitou, mas finalmente pegou o telefone. "Henrique?"

"Fique onde você está. Depois a gente conversa," ele mandou, sem deixar espaço para objeções, antes de desligar. A mensagem era clara: ele estava decepcionado e preocupado.

Laura sentiu um frio na barriga. "Merda, vai ser uma bronca..." pensou, lembrando-se do quanto Heloísa ficaria furiosa ao saber que sua filha estava em uma favela novamente.

Logo, após uma abordagem controlada, André se aproximou das garotas. "Venham, vou levar vocês de volta," ele disse, e as duas foram levadas para um dos carros do BOPE. O clima estava pesado, e Laura sabia que a conversa que teriam em casa não seria fácil.

Assim que chegaram, Heloísa já estava esperando. Ela lançou um olhar intenso para Laura, e a atmosfera se tornava cada vez mais opressora. "Vocês estão de castigo. O que estavam pensando?" a delegada começou, claramente irritada.

Entre linhas e fardas Where stories live. Discover now