Palavras: 6465
S/n (Homem trans): Theodore. Cabelo curto moreno pintado de rosa
Contexto: Dick cometeu um erro como líder e se culpa pela morte de seus parceiros, ele quer acabar com tudo, mas antes precisa do perdão daquele que ele mais machucou na vida
Gatilhos: Transfobia, suicídio, assédio
Ele era o responsável, ninguém mais que ele. Tudo de errado era culpa dele. A morte de Kori, de Garfield, de.... Porra.... A morte do Tim também era culpa dele...
Se ele tivesse tido mais cuidado na hora de criar o plano, se tivesse visto o óbvio, se não tivesse negligenciado as pistas claras de traição por parte da Terra... Porra, era óbvio que a Terra não tinha mudado porra nenhuma, ela ainda estava com Slade e agora... E agora eles três estavam mortos, tudo porque de novo ele estava pensando com o pau!
Não tinha mais nada para ele, por culpa dele isso tinha acontecido, nada mais justo que ele por um fim a isso tudo ele mesmo, não?
Mas ele precisava de uma única coisa para ir em paz, ele precisava do perdão do seu ex, aquele que ele arruinou a vida.
Theodore estava assistindo tv em seu apartamento minúsculo na favela quando ouviu alguém bater à porta, mas nem em um milhão de anos ele poderia imaginar que a pessoa do outro lado seria ele, não depois do que ele fez, não depois de ter desaparecido da sua vida por tantos anos.
— oi gatinho... - aquele maldito apelido que ele o chamava sempre bateu em seus ouvidos como espinhos - posso entrar? Eu tenho mesmo que falar com você. Prometo que não vou demorar, só... Por favor, gatinho.
— o que você quer? - o garoto perguntou sem paciência.
— eu só... Preciso que você me ouça okay? Sei que vou estar perdendo seu tempo, mas preciso falar com você, *preciso*.
Ele pediu com urgência, implorando com aquele olhar triste e derrotado que Theodore tanto odiava ver em Dick, mas o garoto sabia que ele sempre acabava com aquele olhar quando se culpava por qualquer coisa.
— posso... Entrar?
Com um pequeno suspiro incômodo, ele deu espaço para que o vigilante entrasse. A casa era pequena, a sala e cozinha eram a mesma coisa e a outra porta dava diretamente para o quarto, não era grande coisa, principalmente para um riquinho feito Dick que morava em uma mansão.
— não sei porque você tá aqui, mas já aviso, não quero que fique muito tempo - assim que ele entra o garoto fala e fecha a porta.
— Eu sei que não quer, mas só me escuta okay?
Ele estava tenso. Nervoso. Aquele nervosismo que era mais do que só ficar falando com quem você ferrou a vida mais de um ano atrás, nervosismo de quem sabia que ia partir para sempre do mundo. Ele andou mais um pouco para dentro do apartamento, olhando ao redor enquanto procurava as palavras.