CAPÍTULO 04

16 2 2
                                    

Matteo Cohen

---

Nunca me canso de provocar a Emma. Ela sempre fica com aquele olhar irritado que eu adoro. Agora estou aqui com Adam me encarando.

— Você tocou nela? 
— Não. 
— Como posso confiar em você? 
— A escolha é sua. 
— Como ousa, seu desgraçado? 
— Estou brincando! 
— Filho da puta! 
— Respeita a sogra da sua irmã! 
— Só se for a do Junior, né?

Começo a me aproximar dele; ele me irritou agora, e estou com um olhar mortal.

— Não mencione o nome daquele desgraçado em minha casa — falo, com firmeza. 
— Como ousa se aproximar da minha irmã na minha frente? 
— É melhor fazer isso escondido? 
— Vai se foder! 
— Com ela — digo.

Nesse momento, Adam me acerta um soco na boca, mas não revido. Decido deixar isso passar, só porque é ele. Afinal, ela é sua irmã, e ele tem o direito de protegê-la.

A tensão no ar é palpável. Sinto que essa rivalidade entre nós pode nos levar a um lugar inesperado.

— Ainda bem que você é gay, senão eu comia sua namorada! 
— Desgraçado, você só quer comer minha irmã! 
— Seu idiota, você sabe muito bem dos meus sentimentos por ela.

Enquanto isso, o som da porta se abrindo interrompe nossos pensamentos. Emma entra na sala, olhando para nós com uma expressão de preocupação.

— O que está acontecendo aqui? — pergunta, sua voz carregada de curiosidade e um toque de autoridade.

Adam se afasta de mim, tentando disfarçar a raiva.

— Nada demais — responde ele, forçando um sorriso.

Mas Emma não parece convencida. Ela fixa o olhar em mim, buscando respostas.

— Estávamos apenas brincando... até que Adam perdeu a paciência.

Ela levanta uma sobrancelha, claramente não acreditando na história simplista que ofereci.

— Brincando? Isso parece mais uma briga do que uma brincadeira!

Adam tenta intervir:

— Eu só estava defendendo você!

Emma suspira, exasperada.

— Eu não preciso de defesa! Eu sou capaz de cuidar de mim mesma!

A tensão aumenta novamente enquanto os três ficamos em silêncio por um momento. Olhando nos olhos dela, percebo que não quero ser apenas o provocador – quero ser alguém em quem ela possa confiar.

Decido quebrar o silêncio:

— Preciso que você saia, Emma. Eu e Adam precisamos resolver algumas coisas. 
— Sim, logo eu e Matteo estaremos de volta.

Ela hesita por um instante, mas acaba concordando. Antes de sair, lança um olhar apreensivo para nós dois e fecha a porta atrás de si.

Agora estamos sozinhos e a atmosfera está carregada.

Adam se vira para mim:

— O que foi isso? Você realmente acha que pode ficar com ela?

Sorrio sarcasticamente:

— E você acha que pode me impedir?

Ele franze a testa e dá um passo à frente:

— Não estou aqui para brigar por causa dela. Mas saiba que eu a protegerei a qualquer custo.

Eu rio levemente:

— Protegê-la ou controlá-la? A diferença é sutil...

Estou achando que essa conversa irá acabar com nós dois bêbados na porta de um bar.

---

Luz de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora