CAPÍTULO 13

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Matteo Cohen

  São 2:30 da madrugada e estou em um dos meus melhores rachas. Estou competindo contra Felipe Santini, o cara é foda pra caramba, mas só não é melhor que eu. 
Estamos na última curva, onde, se não tiver espaço suficiente, você pode sair da pista.
Meu corpo exala adrenalina e ansiedade. Chego na curva, viro o volante em 180 graus, troco as marchas e piso fundo no acelerador, fechando o caminho. Sinto a eletricidade percorrendo meu corpo e finalmente passo! Chego na linha de chegada! 
— Caralho, cara! Seu novo recorde! — diz Felipe, me parabenizando com um sorriso largo.
— Foi mais rápido que a velocidade de quando Nicolas prometeu foder a Emília! — rimos juntos, a tensão do racha se dissipando com o humor. 
— Olha que me fez ganhar mais 200! — diz Adam, se juntando à conversa.
— Você veio? — pergunto para ele.
— Sim, só estou aqui para me distrair do meu pai que nunca aceitou quem eu sou. 
— Cadê todo mundo? — continuo, tentando entender a situação.
— Não sei, mas meu namorado estava aqui há pouco tempo — responde ele. 
— Mais tarde terá uma corrida valendo algo a mais...— diz Nicolas com um brilho nos olhos.
— O quê? — pergunto curioso.
— Sua mulher dos sonhos! — Ele não pode estar falando sério; essa corrida já é minha. 
— Emma?— Adam pergunta, olhando para mim com curiosidade e nervosismo. 
A atmosfera fica carregada. A menção de Emma traz à tona sentimentos que eu tento ignorar. O racha foi emocionante, mas essa nova corrida promete ser ainda mais intensa.
Quando chego mais perto de Adam e Felipe, me aproximo e, com um jeito provocador, revelo minhas intenções de apostar Emma Fiebig na próxima corrida. 
— Você tá louco? — Nicolas diz, espantado.  Dou uma risada desdenhosa.
— O que tem demais? Uma corrida é só uma corrida!—  A tensão cresce entre nós enquanto discuto com ele sobre como isso não é apenas uma aposta. É minha hora. 
De repente, Emma aparece, ouvindo parte da conversa. Seu olhar setransforma em confusão e raiva ao perceber o que está acontecendo. 
— O que vocês estão falando? — ela pergunta, cruzando os braços.  Antes que alguém possa explicar ou tentar justificar a situação, dou um passo à frente e tento convencê-la de que tudo não passa de uma brincadeira. 
Ela não gosta nada disso. A discussão esquenta e as palavras começam a voar entre nós três. Ele tenta se defender enquanto eu provoque ainda mais.
— Quem você acha que é para me aposta? — ela pergunta com desdém.
— Calma aí, cerejinha — digo provocando com um sorriso malicioso no rosto. 
Emma revirou os olhos, tentando esconder o sorriso que ameaçava aparecer. —
Você sempre tem que me chamar assim?— respondeu ela com uma mistura de irritação e diversão na voz. 
Mas eu sabia que estava conseguindo mexer com ela.
—Só estou fazendo justiça ao seu charme irresistível— eu brinquei. 
Ela tentou manter a pose séria, mas era óbvio que a provocação estava funcionando. —
Você é insuportável!—disse ela, embora sua voz traísse uma leveza divertida. 
Me aproximo mais dela e sussurro:
— Insuportável? Ou irresistível demais para você resistir? — Ela arregala os olhos, claramente irritada:
—Isso não tem nada a ver com você!— Dou uma risada suave:
— Ah, claro... é só porque você adora essa atenção toda. 
Emma tenta manter o controle: —Se você acha que isso vai funcionar comigo...—  Eu interrompo:
— Funciona sim! Olha como você não consegue ficar longe de mim...   —Ela dá um passo para trás
—Para com isso! Você realmente acha que pode me deixar assim?—  sorrio satisfeito:
— Deixá-la assim? Eu só estou aqui para acelerar seu coração... tanto nas pistas quanto fora delas.  
Emma tenta disfarçar o sorriso: —
Você é insuportável! Maridinho — mas seu olhar entrega um desafio oculto. 
A química entre nós era inegável; mesmo irritada comigo, Emma não conseguia esconder o quanto gostava da nossa dinâmica. E ali estávamos nós: prontos para mais um desafio nas pistas e nos corações. 

Luz de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora