CAPÍTULO 09

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Emma Fiebig

Não sei como estou me sentindo desde que o Sr. Stefan disse:
"Eu ofereço meu filho."
Meu coração parou; achei que ele iria se casar com Pérola, sua prima, pois ela representa a união de nossas famílias. Naquele momento, meus olhos se encheram de lágrimas, mas tentei ser forte. Meu pai me olhou com pena, sem saber como agir. Estava tão triste mentalmente que nem prestei atenção na conversa. Quando me dei conta, Matteo disse algo e um senhor de terno comentou:
"Bom... será Emma Fiebig."

Entrei em choque. Paralisei e fiquei tão nervosa que estava trêmula. Ao mesmo tempo, preferia ele a um velho nojento. Porém, estava indignada por não termos o poder de escolha; parecia que éramos sacos de batatas, manipulados como bem entendessem. Sem acreditar que iria me casar com Matteo Cohen, minha grande paquera desde a adolescência.

EU, EMMA LIEBIG, SEREI ESPOSA DE MATTEO COHEN.

Percebi o olhar de Marcelo, que parecia querer dizer: "Ele conseguiu, não temescapatória."
Olhei para Matteo, que me dizia com o olhar: "Olhe para nós aqui, finalmentejuntos."
Mas ele tinha uma expressão de dúvida e nervosismo misturados a uma seriedade que me deixava ainda mais ansiosa. Não sabia o que ele pensava sobre isso; ambos já sabíamos que não tínhamos escolha.

Não aguentei e disse:

— Então é isso? Estamos sendo tratados como mercadorias?

A atenção se voltou para mim, e o clima na sala ficou pesado. As vozes começaram a se levantar em discussões acaloradas sobre as tradições e os arranjos familiares. Mas no meio da confusão, Matteo levantou-se abruptamente.

— Chega! — exclamou ele, interrompendo a conversa. — Eu não vou permitir que tratem Emma ou qualquer outra pessoa como um objeto a ser negociado!

Todos ficaram em silêncio, surpresos com sua atitude. A determinação em sua voz fez com que muitos olhassem para ele com respeito renovado. Matteo continuou:

— Se alguém tem que decidir sobre nossos destinos, somos nós mesmos! Não podemos aceitar passivamente o que nos impõem!

A sala estava em choque com suas palavras ousadas. Eu mal conseguia acreditar no que estava ouvindo; era como se ele estivesse me protegendo a todo custo.

Nesse momento, uma voz cortou o ar pesado:

— Você não é ninguém sem sua família!

Era uma mulher da mesa ao lado, seus olhos cheios de desdém enquanto olhava para mim. A raiva cresceu dentro de mim, mas antes que eu pudesse responder, Matteo se virou rapidamente.

Ele segurou meu pulso firmemente e disse:

— Vamos sair daqui.

Com isso, ele me puxou para fora da sala de reunião, ignorando os olhares perplexos dos presentes. Enquanto atravessávamos o corredor, meu coração batia acelerado; não apenas pela situação tensa, mas pela coragem dele em me defender assim.
Mais ainda assim ouvi o homem de terno dizer:

—Já estamos decididos, podem se retirar.

Luz de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora