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Dan teve em mente que equilibrar as coisas não era uma tarefa simples, nada em um relacionamento era simples ou fácil. Pesar tudo na balança não foi fácil quando não havia uma maneira de colocar os lados bons e ruins. Toda vez em que tentava, encarava o nada com a sensação de que nada era justo.

Ele suspirou, achando que o estresse o abalaria com toda a força. Toda vez em que analisava a situação, a visão embaçava. Dan encarou a área aberta da casa, ajeitando os pequenos doces em uma das mesas, os dedos ajeitando os pratos decorados com os doces rosados e redondos tão fofos. Ergueu o queixo, suspirando ao ver que ao menos o agradava ter as mesas com os aperitivos, a festa dos gêmeos na área aberta da casa. A luz do dia sobre as crianças que corriam pela grama verde. Ele riu, baixinho, se dando ao luxo de ver as crianças brincando e Yujin tão linda em seu novo vestido azulado.

O ômega se encostou a uma das pilastras de madeira, deixando que o coração se aquecesse com a imagem da festa que ele tanto queria. Embora, alguns pensamentos o atordoassem. Vagou o olhar pelas crianças e então, as mesas onde as mães ômega se mantinham em um silêncio constrangedor. A nova casa não era o esperado por elas, ainda mais quando já existia uma imagem inferior de Dan e aquela casa facilmente era mais cara e bela do que a delas. As mães vinham com sorrisos forçados e vozes escondendo a insatisfação, a falta de um argumento para criticar o ômega soava como uma batalha perdida para elas.

A casa antiga e tão impecável surgia como uma afirmação amarga de que não tinha jeito de buscar defeitos. Ao menos não com uma casa tão bonita que mais parecia uma pintura antiga. Dan amava coisas antigas, sempre que olhava anúncios de casas, os olhos castanhos brilhavam vendo o piso de madeira e móveis com entalhes na madeira. Sempre desejou uma casa assim, mas nunca pensou que moraria em uma casa que era literalmente tudo que sempre sonhou.

— Bem-vindos, a mesa dos presentes é ali, perto da árvore. — Dan sorriu com a chegada de mais um casal, ignorando que o alfa o olhava fixamente. — Podem se juntar à mesa dos pais. Eu tenho que... Ajudar com os aperitivos.

— Sua casa é muito bonita, é alugada? — A ômega olhou Dan, quase em um brilho nefasto querendo descobrir aquilo. Dan riu fraco, negando.

— Não, o meu alfa meio que... Comprou para mim.

— Ah... — A ômega pressionou os lábios, mantendo os dedos adornados de anéis sobre os cabelos do filho, e aquele silêncio carregado de agressividade se manteve ao que ela percebeu o marido olhando para Dan de novo, talvez um pouco demais. — Querido, vamos para a mesa. Vamos procurar algum lugar na sombra. — Não surpreendia Dan que ela procurasse grosseiramente um motivo para reclamar, fazia parte. Ao menos ele esperava que elas, que se diziam mães da elite, tivessem classe e guardassem para si mesmas os comentários ácidos. Todas as mesas eram debaixo do sol, e nem mesmo era um dia quente.

Dan suspirou, entrando para ajudar na cozinha, uma maior e tão bem equipada. Ignorando os olhares constantes. Não era de hoje que alfas, mesmo casados, faziam isso, mas achou exagerado como estava acontecendo naquele dia em especial. Não existia tempo a se preocupar com isso, o ômega listou tudo o que deveria fazer. Além de ajudar com os doces e levar o bolo para a mesa da área externa, ainda precisava ficar de olho em Hajoon para que não brigasse com nenhum colega. Dan mordeu o lábio ao parar na ampla bancada da cozinha, ajeitando as bandejas de doces.

Tudo que tinha feito uma vez que só queria que o bolo fosse comprado. A ideia de fazer tudo sozinho pareceu, por um momento, estúpida. Ainda mais quando sentiu na pele o cansaço de fazer cada enfeite, cada doce, tudo. Mas valia a pena, da janela ele admirou mais uma vez os enfeites brancos das mesas, nas árvores da área externa e que, com a luz do dia, ficavam ainda mais delicados.

Os ombros relaxaram e o sorriso se estendeu aos lábios rosados. Dan amava ser pai, colocando cada esforço em pequenas coisas, criando pequenas memórias para aqueles dias. Tiraria fotos, as arrumaria meticulosamente em mais um dos vários álbuns de fotos. Voltou o olhar para os doces perfeitamente decorados. Quase riu quando pensou em como foi o primeiro aniversário dos gêmeos e "desastre" seria a melhor palavra. Desde o nascimento, o alfa foi tomado por um senso de proteção que ultrapassava qualquer limite, então, não foi como se aquilo fosse uma festa. "Eles têm 1 ano, vão mesmo se lembrar?" recordava dessas exatas palavras. O que, naquela época, foi seguido de um alfa bufando alto e aceitando fazer algo, sem convidados.

I'll Call you MineOnde histórias criam vida. Descubra agora