Sunlight - Jacob

capítulo 10 - Fim do ciclo crepúsculo

Sophia POV

Minha cabeça latejava, e a realidade parecia uma névoa espessa ao meu redor. Lentamente, voltei à consciência, os sentidos se agitando como se despertasse de um profundo sono. O cheiro estéril do hospital e o som distante de bipes me cercavam, e eu me sentia como se estivesse presa em um pesadelo, tentando me libertar. Abri os olhos devagar, piscando contra a luz fluorescente fraca que cortava a escuridão que eu havia deixado para trás. Ao meu lado, uma voz suave e familiar chamou meu nome.

— Sophia... — Era minha mãe, Renée. Ela estava sentada perto da cama, o semblante iluminado por um sorriso pequeno, mas acolhedor, como um raio de sol em um dia nublado.

— Mãe? — minha voz saiu rouca e frágil, como se cada palavra fosse uma luta. — O que aconteceu? Onde está a Bella?

— Ela está em repouso, querida — Renée respondeu, sua expressão se suavizando ainda mais, mas o olhar de preocupação não saía de seu rosto. — Depois eu vou até o quarto ao lado para vê-la. Charlie foi até a cantina pegar um café, mas ele já volta.

Tentei me mexer, mas uma dor latejou no meu braço e na perna, como se os membros estivessem pesados demais para suportar. A sensação de algo muito errado passou por mim, como se faltasse uma parte da história que eu deveria lembrar, um pedaço do quebra-cabeça que não conseguia encontrar.

— O que aconteceu? — perguntei, franzindo a testa enquanto tentava buscar alguma memória. Era como se tudo estivesse borrado, como se estivesse submersa em água turva.

Renée estendeu a mão, segurando a minha com carinho, sua voz suave, mas carregada de preocupação.

— Você caiu, querida. Quebrou o braço e machucou a perna... perdeu muito sangue. Não se lembra?

Balancei a cabeça lentamente, o desespero crescendo dentro de mim. Não... nada fazia sentido. O vazio na minha mente era aterrorizante.

— Edward e Carlisle tentaram convencer você e Bella a voltarem para Forks — ela continuou, seu olhar se afastando como se estivesse revivendo a cena em sua mente. — Mas antes disso, vocês foram para o hotel... e aí, Bella tropeçou e te levou junto. Vocês rolaram duas escadas abaixo e... atravessaram uma janela.

Aquela última frase acionou algo dentro de mim, uma sensação terrível que me fez sentir frio na espinha. As Imagens começaram a flutuar na minha mente, como fantasmas dançando na escuridão. Não era apenas a queda. Havia mais... algo sombrio, doloroso. James. A lembrança de sua risada cruel, o horror de seus jogos sádicos, a sensação de desespero puro. E então, Edward... nos salvando.

Engoli seco, tentando separar o passado do presente. Minhas mãos tremiam levemente enquanto tentava respirar fundo, me ancorando na voz tranquila de Renée, mas era como se um peso estivesse me puxando para baixo, para um lugar onde a dor não tinha fim.

Foi então que meu olhar se desviou para Embry, que estava ali na cadeira ao lado, dormindo em uma posição desconfortável, com a cabeça inclinada para o lado. Meu coração disparou ao vê-lo. Eu não pensava que o veria ali, especialmente depois de tudo de ruim que disse quando fui embora de Forks para me salvar de James junto a Bella. As palavras cruéis que lancei contra ele ainda ardiam na minha memória como brasas em uma ferida aberta: que não queria mais vê-lo, que ele não era um bom amigo, que nunca gostei dele e que não era mais para ele me procurar.

Uma onda de culpa se instalou em meu peito, pesada como uma rocha. O quanto eu havia machucado ele com aquelas palavras? O quanto eu havia perdido? Ele sempre foi meu porto seguro, a âncora em meio à tempestade, e eu o afundei com meu desprezo.