𝐂𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐜̧𝐚𝐝𝐨𝐬

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐈𝐕

Não faço a mínima ideia de quantos anos o Manigold tinha quando foi recrutado pelo Sage e começou a treinar, mas vou chutar um 10 anos, no máximo.

Sei que nunca mencionei antes (eu acho) mas vamos levar em conta que o Kaiser tem a mesma idade que o Mani. Agora já se passaram alguns anos, com ambos tendo 18.

Era só isso🕴, boa leitura.

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Manigold estava sentado em um dos bancos do coliseu, descansando após um longo treino. Ele precisava de uma pausa antes de continuar. Sentiu alguém se aproximar e sentar ao seu lado, mas não precisou olhar para saber quem era.

— Você não deveria ficar tão perto do coliseu assim, aquela maluca só precisa de uma chance para encher o saco. — avisou o azulado, finalmente se virando para a pessoa ao seu lado.

— Não sou mais o garotinho de antes, ela já não tem tanto efeito sobre mim. Andar com você me fez ficar rebelde. — Kaiser riu, e Manigold fez uma expressão falsa de indignação.

— Eu não sou rebelde, só tenho uma personalidade forte.

— Isso é o que os rebeldes dizem. — Os dois se olharam e riram juntos.

— Vou voltar a treinar, assista e aprenda como um verdadeiro cavaleiro faz. — Manigold, com seu tom orgulhoso de sempre, entregou sua garrafa de água para Kaiser e desceu para o coliseu, onde outros aspirantes a cavaleiros treinavam. Ele se juntou a um deles e começou a treinar.

Kaiser observava, apoiando os cotovelos nas pernas e a cabeça nas mãos. Seus olhos seguiam os movimentos graciosos de Manigold, admirando a forma como o vento balançava as madeixas azuis do amigo e o corpo forte e definido que ele havia moldado com tanto esforço. De repente, Kaiser sentiu o rosto esquentar de forma inesperada. Sem entender o motivo, ele usou a garrafa de água para molhar o rosto, tentando aliviar a sensação.

Manigold derrotou seus oponentes facilmente, como sempre, e voltou para onde Kaiser estava sentado.

— Não sei se eles são fracos ou se eu sou muito forte, mas essas lutas foram rápidas demais. Aposto que é a segunda opção. — disse Manigold, com seu orgulho característico, enquanto se alongava.

— Deve ser a primeira opção, você nem é tão forte assim. — Kaiser comentou ironicamente, recebendo um leve soco no braço em resposta.

— Fique calado. Você nem luta, então sua opinião não conta. — Manigold pegou a garrafa de água de Kaiser e começou a beber.

Enquanto isso, os olhos de Kaiser vagavam pelo corpo de Manigold. Ele começou na cabeça, observando o cabelo azul, e seu olhar foi descendo para o peitoral, claramente marcado pela camisa branca molhada de suor. Mais uma vez, o rosto de Kaiser esquentou, e ele tentou disfarçar, esfregando o rosto com as mãos.

— Você está bem? — Manigold perguntou, notando o comportamento estranho.

— Estou, só que... soube que um cavaleiro faleceu. O discípulo dele superou o veneno que ele carregava no sangue. — Kaiser rapidamente mudou de assunto.

— Ah, o Cavaleiro de Peixes, né? Albafica deve estar arrasado...

— Albafica? Esse é o nome do discípulo? Como você o conhece?

— Já o vi algumas vezes, mas ele não saí muito. O treinamento deles é mortal, por causa das rosas venenosas. — Manigold gesticulou, e Kaiser ficou surpreso.

Em seguida, Manigold puxou Kaiser pela mão, fazendo-o levantar-se do banco.

— Vamos para Rodorio. Têm coisas novas vendendo lá, você vai gostar! — Kaiser sorriu e deixou-se ser levado pelo amigo.

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Ao chegarem no vilarejo, eles foram direto a uma barraca que exibia frutas que Kaiser nunca tinha visto antes.

— O que é isso? — Kaiser perguntou, soltando a mão de Manigold para tocar as frutas. Um senhor de meia-idade apareceu.

— Olá, jovens. Fiquem à vontade para escolher o que quiserem. — O senhor sorriu para eles.

— Quanto custa o abacate? — Manigold apontou para uma fruta com casca verde.

— Duas moedas de ouro. — respondeu o velho. Manigold pegou um pequeno saco de moedas e pagou o homem, que lhes entregou as frutas em um saco de pano.

— Voltem sempre! — o senhor acenou, enquanto os dois rapazes se afastavam da barraca.

— Descobri recentemente que vendiam isso aqui. É minha fruta favorita, quero ver o que você acha. — disse Manigold, animado, enquanto descascava o abacate e oferecia um pedaço a Kaiser. O moreno hesitou, mas acabou aceitando.

— É muito bom! Como nunca venderam isso aqui antes? — Kaiser pegou o abacate da mão de Manigold e começou a comer mais rápido.

— Sabia que você ia gostar. É docinho, né? — Manigold riu, pegando outro abacate do saco.

Ambos começaram a andar lentamente em direção ao santuário, conversando enquanto comiam. Kaiser terminou todos os abacates, sobrando apenas um que Manigold estava comendo.

— Não tem mais nenhum aí? Eu queria mais... — Kaiser olhou para o último pedaço nas mãos do amigo.

— Ninguém mandou ser olho gordo. Devia ter guardado um para depois. — Manigold provocou.

Kaiser fez um biquinho e, com um movimento rápido, pegou o pedaço de abacate da mão de Manigold, enfiando tudo na boca.

— Ora, seu filho da...! — Manigold não terminou a frase, pois Kaiser saiu correndo, rindo. O azulado logo foi atrás.

Eles correram pelas ruas de Rodorio e entraram nos limites do santuário, onde Manigold finalmente alcançou Kaiser. Ele o puxou pelo cabelo, sacudindo-o, enquanto Kaiser ria e tentava se soltar.

Logo, uma garota loira da mesma idade deles se aproximou.

— Kaiser, a Serena está pedindo para você ir até ela agora... — disse a garota com cautela, fazendo Manigold soltar o amigo.

— Vai lá, amigo. Boa sorte... — Manigold brincou, e Kaiser apenas assentiu, indo embora com a garota.