Atração de almas

Quando o destino chama

Carol, ainda estava imersa em seus pensamentos sobre Pri, admirando a beleza e o jeito confiante da jovem. O tempo parecia ter parado, e ela mal percebeu quando Natália e Beatriz começaram a se despedir.

— Então, Carol, até amanhã! — disse Beatriz, acenando.

— Não esquece que teremos aula de matemática! — lembrou Carol, ainda absorta, tentando afastar os pensamentos sobre Pri.

— Se eu me atrasar, guarda um canto pra mim lá — continuou Carol, tentando focar na rotina do dia seguinte.

— Claro! Nós vamos pedir algum café e algo para comer. Vai querer algo? — perguntou Natália com um sorriso.

Carol estava prestes a responder quando seu olhar se desviou para a lanchonete em frente ao apartamento. Pri saía de lá, com um sorriso no rosto e uma energia contagiante. Carol hesitou ao falar:

— Ah, eu gosta... — mas não conseguiu terminar a frase.

— Não, obrigada, tenho que ir agora — Pri respondeu rapidamente, como se estivesse em uma missão. O olhar dela encontrou o de Carol por um breve instante, mas logo desviou-se.

Carol começou a andar em direção ao apartamento, ainda perdida em seus pensamentos sobre Pri.

— Ei! Para onde vai sem tomar café! — Natália gritou para que Carol escutasse.

— Vou para casa — respondeu Carol sem olhar para trás.

— Sua amiga estava com pressa, hein? Deixou até o celular aqui! — comentou Pri com um tom brincalhão.

A palavra "celular" fez o coração de Carol disparar. Ela parou e virou-se rapidamente, percebendo que havia esquecido algo importante.

— Droga! Poderia entregar a Carol? Ela está indo para o apartamento; se for rápida, consegue alcançá-la! — Natália pediu apressadamente.

No carro, enquanto dirigia em direção ao apartamento, os pensamentos de Carol giravam em torno de Pri. "Ela deve ser modelo ou algo assim", refletiu. "Seu cabelo estava um pouco bagunçado... tudo nela é lindo." A imagem de Pri não saía da sua mente.

De repente, uma ousada ideia cruzou a mente de Carol. Ela olhou para o casaco que havia caído no banco do passageiro e resolveu cheirá-lo. O aroma era envolvente e fazia seu coração palpitar. "Meu Deus! O que estou fazendo? Cheirando o casaco de minha vizinha!!" pensou, horrorizada por um momento antes de se deixar levar pela sensação reconfortante do tecido contra seu rosto.

Nesse instante, um som repentino interrompeu sua revelação: batidas no vidro do carro. Carol olhou para cima e viu Pri ali, com uma expressão surpresa e um leve sorriso nos lábios. Pri estava parada ao lado do carro, parecendo decidida e um pouco divertida ao mesmo tempo.

— Oi! Você esqueceu isso — disse Pri enquanto gesticulava para o celular que tinha na mão.

O coração de Carol disparou novamente enquanto ela tentava processar o que estava acontecendo: a jovem que havia deixado sua mente tão confusa agora estava bem ali na sua frente.