Entre olhares e desafios

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Pri se agacha perto de uma bolsa térmica, retirando um pacote de gelo.

"Vou colocar gelo na área machucada, vai ajudar a inflamação," diz Pri com um tom cuidadoso, enquanto envolve o gelo em um pano e se aproxima de Carol.

"Carol, em que você está se formando?" pergunta Pri, com curiosidade genuína.

"Em jornalismo! Já fiz um curso de arquitetura, mas prefiro jornalismo," responde Carol, animada, seu rosto iluminando-se ao falar sobre sua paixão.

"E você?" Carol retribui a pergunta, inclinando-se levemente para ouvir melhor.

"Estou me formando em artes. Quero ser uma grande profissional," diz Pri com um sorriso radiante.

"Eu arrumei um trabalho no estúdio aqui no centro durante a noite. Também estou ensinando algumas crianças o básico da pintura e assim posso praticar também," completa Pri, seu orgulho evidente nas palavras.

"Uau! Que legal! Que tipo de pintura você faz?" pergunta Carol, sua curiosidade despertada.

"Normalmente faço retratos, mas faço de tudo," responde Pri com uma leveza na voz.

Carol sorri maliciosamente e pergunta: "Você também faz aquelas pinturas ousadas?"

Pri não responde imediatamente. Em vez disso, ela pisca para Carol com um olhar sedutor que faria qualquer pessoa molhar a  roupa íntima.  A brincadeira de Carol rapidamente se transforma em uma tensão palpável entre as duas.

Carol decide brincar mais um pouco e inclina-se para beijar Pri. Mas Pri a interrompe com uma expressão de surpresa: "O que você está fazendo?"

Carol fica paralisada, confusa e envergonhada ao perceber que Pri a rejeitou. "Está tentando me beijar?" pergunta Pri, mantendo aquele sorriso enigmático nos lábios.

A frustração e a raiva consigo mesma inundam Carol. Ela sabia que aquilo era cedo demais e não estava pronta para essa intensidade. Sem dizer mais nada, ela se levanta abruptamente e sai dali sem olhar para trás.

No dia seguinte, Carol chega à aula com os pensamentos ainda martelando sobre o que aconteceu entre ela e Pri. Ao entrar na sala, procura sua amiga Natália, mas a encontra cercada por duas amigas. A insegurança aperta seu peito enquanto ela tenta encontrar um lugar vazio para se sentar.

Nesse momento de confusão interna, alguém grita: "Carol!!" O coração dela dispara ao reconhecer a voz familiar. Quando ela olha para ver quem a chama, seu nervosismo aumenta ao perceber que é Pri.

Pri está ali, radiante e confiante, acenando para que Carol venha até ela. O olhar de Carol vacila entre o desejo de se aproximar e o receio do que aconteceu na noite anterior. A tensão ainda paira no ar entre elas enquanto Carol hesita em responder à chamada de Pri.

Carol hesitou por um momento, olhando ao redor da sala, tentando absorver a atmosfera que parecia carregada de expectativa e nervosismo. Ela respirou fundo e, finalmente, se dirigiu até Pri. “Guardei um lugar para você,” Pri disse com um sorriso que iluminou seu rosto.

“Hum, valeu,” Carol respondeu, sua voz traindo um leve tremor. Ela tentava disfarçar a ansiedade que a consumia, como se nada tivesse acontecido entre elas.

“Estou surpresa das garotas não estarem lhe rodeando aqui,” Carol brincou, soltando uma risadinha nervosa, tentando trazer um pouco de leveza à situação.

“Elas não fazem meu tipo,” Pri respondeu, lançando um olhar significativo para Carol. O coração de Carol disparou. Instantaneamente, ela se questionou se ela seria o tipo de Pri. A ideia a deixou intrigada e ligeiramente envergonhada.

“Até tentaram chamar a atenção dela, mas Pri logo as afastou,” disse um garoto sentado ao lado delas, com uma piscadela cúmplice. Pri riu e completou: “Ouvi você ontem com Natália e resolvi guardar um lugar para você, pra te ajudar.” O sorriso dela era contagiante e fez o peito de Carol aquecer.

Pri tirou o casaco que estava usando e Carol não pôde deixar de notar o corpo esguio e atlético dela. Era impossível não admirar a confiança que Pri exalava. Carol se perguntou se Pri jogava pelo time de vôlei da universidade; a curiosidade quase escapuliu de seus lábios antes que o professor Lázaro entrasse na sala.

A presença dele trouxe uma onda súbita de silêncio. Todos os alunos se acomodaram em suas cadeiras, prontos para a aula de línguas estrangeiras que estava prestes a começar. O professor começou a distribuir os exercícios com seu jeito metódico habitual.

Pri se virou para Carol com um brilho nos olhos e perguntou: “parceiras?”

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