Capítulo 15

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P.O.V. - Bloom

Aproximei-me da Stella, que me dirigiu um sorriso gigante.

-Está entregue? - perguntou-me ela.

-O que te parece?

-Está!

-Sim...

-O teu horário! Mostra! Quero muito que seja igual.

Mostrei-lhe uma foto do mesmo e ela, no segundo seguinte, abraçou-me com força.

-Calma... - murmurei eu, enquanto era apertada.

-Temos quase as mesmas aulas. Só a última de hoje e quinta é que não é igual.

Isso faz com que, nessa aula, como conhecidos só fique mesmo o vizinho. Raios, o universo quer realmente que eu passe tempo com ele.

-Mas vamos ficar juntas a maioria das vezes. Se houver trabalhos ficas comigo, certo?

-Não tenho mais ninguém.

-E até podemos estudar juntas. Vai ser o melhor ano da tua vida.

-Se tu o dizes.

-Até te posso levar para sair.

-A não ser com uma ótima razão ou à força, eu não vou sair de casa.

-Isso vai mudar, vou-te mostrar o mundo. Tens sorte que conheço todos os recantos da cidade. Vou-te levar aos melhores sítios. Agora vou te levar para a aula, mas vais ver. Não vais querer outra coisa.

-Veremos...

Ela puxou-me pelo braço até à sala, onde me continuou a puxar até a uma fila de lugares. Ficámos na terceira fila do anfiteatro, ao meio. Onde, segundo ela, temos uma visão perfeita e podemos conversar sem dar muito nas vistas.

Rapidamente os lugares foram preenchidos. Quando um rapaz de cabelos castanhos se sentou ao lado da Stella toda a sua atenção ficou nele. Enquanto ela conversava com ele e a aula não começava comecei a rabiscar no meu caderno. Aos poucos notei que desenhava a sala de aula com todas as pessoas e movimento. Decidi levar o rabisco mais a sério e fazer algo realmente bom do que me rodeia.

-Desenhas bem - ouvi uma voz masculina dizer, ao meu lado.

Olhei para ele, tinha os cabelos pretos e os olhos de um castanho muito escuro, quase preto. Ele sorriu, quando os nossos olhares se cruzaram.

Voltei a prestar atenção ao meu desenho, sem lhe dar uma resposta.

-Normalmente quando nos elogiam, agradecemos – insistiu ele.

-Não pedi elogio nenhum, não o estou a fazer para ti.

-Para quem, então?

-Não preciso de desenhar para ninguém. Faço-o para mim.

-Eu iria adorar que uma mulher tão linda como tu elogiasse o que faço.

-Sem chance.

-Como te chamas?

Vi que o professor entrou na sala e preparava-se para iniciar a aula.

-Agora gostava de estar atenta. Então, se te calasses, eu agradecia.

-Certinha? É a primeira aula, linda, nem precisávamos de estar aqui.

Ignorei todas as suas tentativas de conversa durante a aula, passando a anotar o que o professor dizia e deixando o desenho de lado.

Assim que nos deixaram sair a Stella voltou a puxar-me pelo braço, o que me surpreendeu ligeiramente, já que tinha a ideia de que ela ficaria com aquele rapaz. Eu esperava poder passar um tempo sozinha e quem sabe, terminar o desenho que comecei.

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