Capítulo 18

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P.O.V. – Bloom

Quando terminou a última aula do dia, hoje, ao meio dia, a Stella saiu da sala com o rapaz de cabelo castanho. O que me fez ficar sozinha com o de cabelo preto, enquanto eu arrumava as minhas coisas.

-Vá, agora já não estamos em aulas, podes falar comigo – disse ele.

-Sim, realmente já não estamos. E daí?

-Não queres realmente ir almoçar comigo?

-Para quê?

-Conversar, nos conhecermos. Por favor!

-Tenho coisas para fazer.

-O quê? E por favor, não digas que já vais estudar. As aulas começaram ontem.

-Gosto de ter tudo em dia.

-Não sejas tão certinha! É só um almoço, não te vou roubar o resto da tarde. Tens muito tempo depois.

-Ok, mas rápido.

-Eu juro que sim. Também te levo a casa de carro, se quiseres.

-E sabes onde moro?

-Sei! Já fui a casa da Daphne algumas vezes.

-Ok!

-Posso te levar?

-Se já sabes onde moro, não vejo porque não.

-Boa! Então vem! Comemos alguma coisa no shopping e eu depois levo-te a casa.

Peguei nas minhas coisas e segui-o até ao centro comercial. Perto dos portões da faculdade estava o meu vizinho a sair. Acho que ele vai ficar magoado por eu estar com este tipo... Talvez deva ir com ele e não com este rapaz... Mas aí estaria a mostrar que me importo, mesmo não querendo, com o que ele pensa e sente. Não quero que ele pense que me importo, já que não consigo evitar me importar. Mas também...

Que se foda! Já aceitei o convite. Não vou voltar atrás na minha palavra agora.

Vi o olhar triste do meu vizinho quando passei por ele, seguindo o rapaz de cabelo preto. Ignorei-o, continuando o caminho até ao shopping.

Talvez deve-se avisar a minha irmã... Ainda não sei propriamente se posso ou não confiar nele. Muito menos se me posso meter num carro com ele. Ok, Bloom, talvez estejas só a exagerar. Nem toda a gente é má. Mas se for...

-Gostas de crepes? Há um restaurante que faz uma espécie de crepes muito bons com recheio de comida de verdade e não como sobremesa. Podemos ir lá, que me dizes? – perguntou ele, interrompendo os meus pensamentos.

-Como queiras.

-Não me pareces muito entusiasmada.

-E não estou.

-Então?

-Bem... Eu... conheci-te ontem. Não sei nada sobre ti. Fui precipitada em aceitar o convite.

-Como era suposto nos conhecermos sem convivermos? Sem sairmos?

-Ok, nisso tens razão. Mas podíamos ter esperado mais.

-E como nos íamos conhecer?

-Na universidade, onde sei que estou minimamente em segurança.

-Não confias em mim?

-Ainda não.

-E naquele estúpido que se sentou ao teu lado na última aula de ontem?

-Para começar, só eu o chamo essas coisas. Não admito que o faças sem o conheceres e sem ele estar presente. Depois, conheço-o e confio nele o suficiente até para dormir na sua casa. Mesmo desejando com todas as minhas forças nunca o precisar de fazer.

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