P.O.V. – Bloom
Cheguei à sala, notei que o rapaz de cabelo preto está à entrada. Vi o vizinho a chegar, olhou para mim e sorriu. Se me for sentar sozinha o outro vem falar comigo. Acho que prefiro a companhia do vizinho, por enquanto.
Aproximei-me rapidamente do meu vizinho, peguei na sua mão e puxei-o para dentro da sala. Sentei-me numa ponta do anfiteatro, o vizinho sentou-se ao meu lado, o que permitia que mais ninguém se sentasse perto de mim, por eu estar na ponta. Assim que nos sentamos soltei a sua mão.
-Bloom? – chamou o vizinho.
Vi o rapaz de cabelo preto ir para o meio da sala.
-Bloom! – chamou ele novamente.
-Ok, boa... obrigada!
-Quando decidiste ficar comigo? O que aconteceu à "curva por enquanto"?
-Hoje não.
-Vais me explicar?
-Não quero estar perto de uma pessoa que conheci.
-Preferiste ficar perto de mim?
-Pelo menos hoje, sim.
-Agradecido. Mas escolheste um péssimo lugar. Vesse pouco daqui, ou quase nada. Ainda vamos a tempo de ir para outro lugar. Queres?
Ele sorriu e estendeu-me a mão.
-Podes ir, se quiseres, já não vem para junto de mim, suponho eu.
-Quero estar contigo. Eu fico. Não devem dizer nada de especial na primeira aula. Da próxima avisa que fujo contigo para um lugar que seja bom. Ok?
-Ok.
-Posso saber quem era?
-Vais saber, um dia, eu acho. Ou em breve, não faço mesmo a mínima ideia.
-Só achas?
-Por enquanto, sim. Só acho.
-Gostei que me pegasses na mão.
Olhei para ele que estava corado.
-Não vai voltar a acontecer.
-Bem, eu sei... então fico mais feliz por ter aproveitado minimamente o calor e a mácides da tua pele.
Dei-lhe uma cotovelada sem muita força, fazendo-o rir.
Peguei no meu caderno quando vi a professora entrar na sala. O vizinho fez o mesmo. Ficamos em silêncio o resto da aula. Assim que ela terminou viu-o arrumar as suas coisas.
-Vens? - perguntou ele, já com a mochila ao ombro.
-Claro!
Também arrumei as minhas coisas, levantei-me e segui-o.
Perto da saída da sala senti alguém segurar o meu pulso. Pedi ao vizinho para ir ter à curva, que o apanho depois. Olhei finalmente para a pessoa. O rapaz de cabelo preto.
-Olá! - disse ele.
-Olá!
-Não te sentaste no lugar do costume.
-Como pode ser do costume se só me sentei nele duas vezes?
-Ok, tens razão. Mas abdicaste de um dos melhores lugares para ficares longe, com uma vista péssima para o quadro, para ficares junto de um tipo que parecias conhecer.
-Não acho que te deva explicações.
-É quem? Teu namorado?
-Eu já disse que não te devo explicações.
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Pressure
FanfictionBloom, uma rapariga normal de 17 anos, entra na universidade e tem de lidar com a grande probabilidade de novas amizades e amores abrirem profundas feridas do seu passado. Assim como tem de lidar com a pressão de provar ser tão "perfeita" como a sua...