Capítulo 16

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P.O.V. – Bloom

Cheguei à sala, notei que o rapaz de cabelo preto está à entrada. Vi o vizinho a chegar, olhou para mim e sorriu. Se me for sentar sozinha o outro vem falar comigo. Acho que prefiro a companhia do vizinho, por enquanto.

Aproximei-me rapidamente do meu vizinho, peguei na sua mão e puxei-o para dentro da sala. Sentei-me numa ponta do anfiteatro, o vizinho sentou-se ao meu lado, o que permitia que mais ninguém se sentasse perto de mim, por eu estar na ponta. Assim que nos sentamos soltei a sua mão.

-Bloom? – chamou o vizinho.

Vi o rapaz de cabelo preto ir para o meio da sala.

-Bloom! – chamou ele novamente.

-Ok, boa... obrigada!

-Quando decidiste ficar comigo? O que aconteceu à "curva por enquanto"?

-Hoje não.

-Vais me explicar?

-Não quero estar perto de uma pessoa que conheci.

-Preferiste ficar perto de mim?

-Pelo menos hoje, sim.

-Agradecido. Mas escolheste um péssimo lugar. Vesse pouco daqui, ou quase nada. Ainda vamos a tempo de ir para outro lugar. Queres?

Ele sorriu e estendeu-me a mão.

-Podes ir, se quiseres, já não vem para junto de mim, suponho eu.

-Quero estar contigo. Eu fico. Não devem dizer nada de especial na primeira aula. Da próxima avisa que fujo contigo para um lugar que seja bom. Ok?

-Ok.

-Posso saber quem era?

-Vais saber, um dia, eu acho. Ou em breve, não faço mesmo a mínima ideia.

-Só achas?

-Por enquanto, sim. Só acho.

-Gostei que me pegasses na mão.

Olhei para ele que estava corado.

-Não vai voltar a acontecer.

-Bem, eu sei... então fico mais feliz por ter aproveitado minimamente o calor e a mácides da tua pele.

Dei-lhe uma cotovelada sem muita força, fazendo-o rir.

Peguei no meu caderno quando vi a professora entrar na sala. O vizinho fez o mesmo. Ficamos em silêncio o resto da aula. Assim que ela terminou viu-o arrumar as suas coisas.

-Vens? - perguntou ele, já com a mochila ao ombro.

-Claro!

Também arrumei as minhas coisas, levantei-me e segui-o.

Perto da saída da sala senti alguém segurar o meu pulso. Pedi ao vizinho para ir ter à curva, que o apanho depois. Olhei finalmente para a pessoa. O rapaz de cabelo preto.

-Olá! - disse ele.

-Olá!

-Não te sentaste no lugar do costume.

-Como pode ser do costume se só me sentei nele duas vezes?

-Ok, tens razão. Mas abdicaste de um dos melhores lugares para ficares longe, com uma vista péssima para o quadro, para ficares junto de um tipo que parecias conhecer.

-Não acho que te deva explicações.

-É quem? Teu namorado?

-Eu já disse que não te devo explicações.

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