P.O.V. – Bloom
Estamos de regresso ao nosso apartamento, depois de um fim de semana prolongado em casa dos nossos pais. Fim de semana que correu especialmente bem. O vizinho do bolo não me chamou mais nenhuma vez para conversar e o vizinho que tenho em casa dos meus pais também não parecia estar em casa, o que resultou em algum sossego para mim.
Assim que comecei a desfazer as malas ouvi a campainha tocar.
-Eu vou lá! – disse a Daphne – Espero que seja o meu bolo!
Ri, continuando a arrumar as minhas coisas.
-Olá! – ouvi-a cumprimentar, depois de abrir a porta.
-Trago... o teu bolo! – reconheci a voz dele.
-Muito obrigada! Queres entrar para comer connosco?
-Não... não sei... talvez não seja boa ideia.
-Vá lá! A Bloom não te vai criticar mais do que já estás habituado.
-Mesmo assim... prefiro não testar os seus limites.
-Aproveita que ela hoje está especialmente meiga.
-Eu aposto que contigo estará sempre minimamente meiga. Não posso dizer o mesmo.
-Fica!
-Onde ela está?
-No quarto.
-Eu fico, mas só se ela quiser.
-Força, é a segunda porta à esquerda, pelo corredor. Eu vou preparando o lanche.
Terminei de arrumar as minhas coisas poucos segundos antes de ouvir bater à porta. Fui abrir a mesma dando de caras com o vizinho extremamente sorridente.
-Se me vieste pedir autorização para aceitar algo que a minha irmã te pediu, não sou os teus pais.
Ele sorriu.
-Acho que ela não me pediu para ficar por ela.
Suspirei e virei-me, indo para a minha secretária.
-Podes entrar.
O vizinho aproximou-se de mim.
-Tens um quarto bonito - comentou ele.
-Eu sei!
Ele riu
-Não és nada convencida!
-Sei que tudo o que sou e tenho é bom, não preciso que me digam.
Ele mexeu nos bolsos, tirou de lá uma folha dobrada e entregou-me. Aceitei a folha, já sabendo que se trata do desenho que ele fez. Desdobrei a mesma apenas para confirmar. Pousei-a na secretária. Remexi numa das minhas gavetas e encontrei o que procurava.
-Não preciso de um desenho de ti para nada - disse eu, entregando-lhe o desenho que fiz dele.
Ele abri-o e sorriu.
-Está melhor agora
-Claro que está, eu encontrei as minhas coisas, pintei e melhorei os traços do desenho. Não deixo coisas a meio.
-Significa que também vais completar o conhecer-me? Ou pelo menos, deixar-me chegar a metade da tua lista?
Ri, virei-me para ele e aproximei-me.
-Se é o que realmente desejas...
-Eu quero.
-Mas tendo em conta o que me tens dito, acho que estás a fazer mal as contas. Muito mal mesmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pressure
FanfictionBloom, uma rapariga normal de 17 anos, entra na universidade e tem de lidar com a grande probabilidade de novas amizades e amores abrirem profundas feridas do seu passado. Assim como tem de lidar com a pressão de provar ser tão "perfeita" como a sua...