Capítulo 17

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P.O.V. – Bloom

Assim que acordei tomei banho e preparei-me para sair. Optei pelo costume, uma t-shirt, desta vez rosa e umas calças justas brancas. Antes mesmo de ter terminado de comer ouvi tocar à campainha. Abri a porta ao vizinho.

-Bom dia!

-O que fazes aqui às oito e quinze? Eu disse e meia.

-Não são e meia?

-Não.

Mostrei-lhe o ecrã do meu telemóvel, onde agora marcam 8:16.

-Oh... Desculpa... Eu... No meu...

Ele mostrou-me o seu relógio de pulso, onde marcam 8:30.

-Devias pensar em acertar esse relógio.

-Posso entrar?

-Que remédio tenho?

-Isso é um sim?

-Entra antes que mude de ideias.

Ele entrou e eu fechei a porta.

-Realmente ainda bem que tive a oportunidade de receber e te dar alguns beijos na bochecha ontem. Acho que hoje não teria tanta sorte.

-Acredita que não terias mesmo.

-Acordaste para o lado errado da cama?

-Só não dormi como deveria.

-Amanhã estás boa?

-Assim que me vir livre de ti fico melhor... muito melhor, na verdade!

Ele riu.

-Talvez não estejas tão mal como parece. Continuas extremamente fofa e divertida.

-Podes parar? Tenho de terminar o meu pequeno almoço.

-Eu elogiar-te não impede em nada de ires comer.

-Impede. Obrigatoriamente tenho de me chatear contigo por o fazeres, discutirmos um bocadinho, amenizar as coisas... leva o seu tempo.

Ele abriu um grande sorriso.

-Estar contigo vai ser sempre algo que vou achar extremamente divertido.

-Se não quiseres ir sozinho para a faculdade, cala-te e deixa-me ir comer a minha refeição.

O vizinho assentiu com a cabeça e seguiu-me até à cozinha, onde me sentei novamente a comer.

-A que horas adormeceste?

-Perto das 23.

-Então deverias estar bem e não a arrogante mas bela Bloom que estás a ser agora. E sim, és bela mesmo quando tens essa cara de má.

Mandei-o ir se foder, o que resultou em mais gargalhadas da sua parte.

-Ok, mas porque não dormiste bem? Não encontro outra desculpa para tanto mau humor logo pela manhã, do que uma noite malpassada.

-Não sei. E eu dormi muito bem. Só não descansei.

-A Daphne?

-Vens aqui por mim ou pela minha irmã?

Ele corou.

-Por ti, obviamente!

-Então porque perguntas por ela?

-Que fofa! És ciumenta!

-Isso é fofo?

-Ligeiramente.

-Eu não disse por... Raios! És mesmo chato.

-Virei o jogo! - disse ele, enquanto se ria - Começo a conhecer-te. Sabia que era para implicar comigo, não por causa disso.

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