Quarta de 𝑪𝒊𝒏𝒛𝒂𝒔

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Dentro do apartamento de Alice, os primeiros raios de sol atravessavam a janela, iluminando a cena de corpos entrelaçados na cama. Alice, Linda e Stela dormiam profundamente, exaustas e satisfeitas.

A morena, a loira e a ruiva estavam deitadas lado a lado, os lençóis levemente bagunçados ao redor de seus corpos nus. A respiração era calma, com um leve sorriso nos lábios de cada uma, como se a noite passada ainda estivesse viva nos sonhos.

Mas no quarto de Fernanda, a paz não duraria muito tempo, a jovem já estava de pé, andando de um lado para o outro. A noite com Doug tinha sido divertida e intensa, mas agora era hora de se livrar dele.

Ela balançou a cabeça enquanto observava o rapaz, que ainda dormia profundamente em sua cama, os cabelos loiros castanhos e os braços jogados de qualquer jeito. Ela o cutucou com força no ombro.

— Doug, acorda, você tem que ir embora logo daqui! — disse impaciente, baixando a voz para evitar fazer barulho.

Doug acordou atordoado, piscando os olhos devagar. Confuso e com a ressaca começando a bater, ele esfregou o rosto e disse:
— O que foi agora? Que horas são?

Fernanda cruzou os braços e bufou.
— Não importa a hora! Minha irmã não pode te ver aqui. Vai embora, anda logo! — disse, pegando as roupas dele do chão e jogando-as na cama.

Doug ainda estava meio perdido. Pelado e de pé no meio do quarto, ele coçou a nuca, tentando entender o que estava acontecendo.
— Ah, calma aí... Nem sei pra que lado eu vou... — Ele se esticou, com um sorriso sonolento e provocador, como se não tivesse pressa alguma.

Fernanda sem paciência.
— Seu carro tá lá fora. Veste isso logo e sai antes que minha irmã acorde e te veja. — Ela empurrou as roupas para ele com firmeza.

Doug riu, achando a situação mais divertida do que urgente.
— Relaxa, eu sou ótimo em escapar de manhãs complicadas... — disse, começando a se vestir com uma lentidão irritante. A camisa amarrotada foi jogada por cima dos ombros e ele calçou os tênis ainda meio tonto.

— Ótimo. Agora vaza. — Fernanda abriu a porta, olhando para o corredor como se esperasse ver alguém a qualquer momento.

Doug, já vestido e prestes a sair, sorriu para Fernanda, o tipo de sorriso que ela sabia ser difícil de resistir. Ele ajeitou a gola da camisa amarrotada e passou a mão pelos cabelos desgrenhados.

— Então... — disse ele, casualmente. — Valeu pela noite. Mas e aí? Quando a gente repete? — Um brilho malicioso surgiu em seus olhos.

Fernanda ficou parada, mordendo o lábio inferior. Ela sabia que Doug era o típico cara que causava dor de cabeça, mas tinha algo nele que a fazia querer mais. O jeito despreocupado, a confiança exagerada e a química que explodiu entre eles na noite anterior... tudo isso a atraía. Suspirando, derrotada por seus próprios impulsos, ela pegou uma caneta em cima da cômoda e rabiscou algo em um pedaço de papel.

— Aqui. — Ela estendeu o papel para ele, sem encará-lo diretamente. — É o número do meu telefone fixo. Me liga quando quiser... mas não hoje — completou.

Doug pegou o papel, satisfeito, e deu um sorriso que iluminou o rosto cansado.
— Sabia que você não ia resistir a mim. — Ele piscou rindo, guardou o papel no bolso, sem pressa.

Fernanda revirou os olhos, mas dessa vez com um sorriso no canto da boca.
— Vai logo antes que eu mude de ideia.

Doug se aproximou dela rapidamente, dando um beijo breve no canto da boca.
— Eu ligo, princesa. Pode apostar.

— Sai, Doug! — Fernanda empurrou-o de leve, mas riu, sem conseguir esconder a atração que sentia.

Doug abriu a porta e, antes de sair, lançou um último olhar por cima do ombro.
— Nos vemos em breve.

When in BrazilOnde histórias criam vida. Descubra agora