Douglas entrou em casa tranquilamente, assobiando uma melodia qualquer, enquanto ajustava os óculos escuros no rosto. Ele não esperava nada além de um banho e descanso, mas assim que passou pela porta, foi surpreendido por Stela, que correu na sua direção com uma expressão desesperada.
— Ah não, não e não, Doug! — exclamou, bloqueando o caminho dele com os braços abertos.
Douglas parou no meio do corredor, tirando os óculos com calma e a encarando com uma sobrancelha arqueada.
— O que foi agora?Stela fez uma careta, nervosa, mas não recuou.
— Você tem que ir embora!— O quê? Essa é minha casa também! — Douglas respondeu com um sorriso cínico, achando graça na situação, enquanto voltava a caminhar para o quarto.
Stela, com toda a urgência do mundo, correu para a frente dele e tentou empurrá-lo, fazendo força com os ombros e as mãos. Mas ele era uma parede. Nem se mexeu, apenas riu da tentativa patética.
— Vou receber alguém aqui, Douglas! Preciso da casa livre!
Ele parou, confuso, e a olhou como se ela fosse louca.
— Quem?Stela respirou fundo, tentando controlar a ansiedade, mas soltou de uma vez:
— Os amores da minha vida.Douglas ficou boquiaberto e cruzou os braços.
— Você é perturbada, sabia?— Sou, sim! Mas você precisa sair! — Stela insistiu, empurrando-o de novo, sem sucesso.
— Espera aí... — Ele a olhou com um sorriso irônico. — Você vai receber várias mulheres aqui em casa, com a mamãe? Certeza que não pirou de vez?
Stela balançou a cabeça com impaciência.
— Mamãe foi para a serra, Douglas! A casa é minha agora! Vai passear, se drogar, se prostituir... tanto faz! Só sai daqui!Douglas jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada, completamente descontraído.
— Sério que mamãe foi pra serra?— Sim! Agora some! — Stela gritou, quase implorando. — Vai logo!
— Tá, tá... Mas antes vou tomar um banho e trocar de roupa. — Ele respondeu com um sorriso travesso, já se dirigindo para o banheiro.
Stela jogou as mãos para o alto, exasperada.
— Vai logo, seu capeta! Rápido!— Tô indo, tô indo... — ele respondeu, rindo enquanto desaparecia no corredor.
Assim que ele sumiu de vista, Stela bufou, nervosa, mas abriu um sorriso. A ansiedade corria solta dentro dela. Faltava pouco para Linda e Alice chegarem, e a casa seria só delas para aproveitarem o dia inteiro. Ela sentia o coração bater mais rápido, imaginando o momento em que reencontraria as duas. "Vai ser perfeito", pensou, enquanto corria para arrumar os últimos detalhes antes que as meninas chegassem.
Douglas saiu do banheiro esfregando o cabelo molhado com uma toalha, vestindo uma camiseta clara e bermuda jeans. Ele estava relaxado, mas assim que pisou na sala, Stela apareceu como um furacão, agarrando seu braço com força.
— Bora pra foraaaaa! — ela disse, puxando-o sem dar chance para discussão.
— Ei, calma! — Doug resmungou, tentando se desvencilhar. Ele olhou para ela com um sorriso debochado. — Tem certeza que eu não posso ficar?
Stela parou por um segundo, o rosto sério.
— NÃO! — gritou, empurrando-o em direção à porta com toda a determinação do mundo.Doug soltou uma risada divertida, acostumado com as loucuras da irmã. Ele pegou as chaves do carro alugado em cima do aparador e lançou um último olhar para ela, provocador.
— Vai sentir minha falta, né?
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When in Brazil
FanfictionNo calor vibrante do Carnaval de 1980, três mulheres se encontram no Rio de Janeiro, unidas por um destino inesperado. Alice, uma brasileira morena alta que deixou seu país para viver em Los Angeles, decide retornar às suas raízes e reviver a alegri...