3 - Bunda Mole

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Sinclair acordou quando sentiu os raios solares em seu rosto e ao ouvir uma música vinda do andar de baixo. Se espreguiçou na cama, sentindo cada parte do seu corpo relaxar em seguida. Notou que usava nada além de uma camiseta velha e um short que havia deixado no pequeno apartamento, e sorriu quando ouviu as vozes de Martha e Phil.

A loira se levantou da cama, contra a sua vontade, e checou o horário. Um resmungo saiu por seus lábios quando viu que era oito horas da manhã, e desejou voltar a dormir. Estava exausta, seu corpo todo implorava por mais 3 horas de sono.

Enid sorriu ao se lembrar do motivo de estar cansada.

Passou a madrugada toda em claro com Wednesday e foi uma das melhores noite da sua vida.

Não foi só o sexo, mas também as conversas profundas, as trocas de olhares, o sorriso com covinhas, as brincadeiras que Sinclair tinha certeza que ninguém mais riria se não a própria Addams, as provações, enfim, a italiana – em menos de 24 horas – já era alguém na sua vida.

— Wednesday! — A mulher estava tão focada nas memórias que havia se esquecido completamente do fato de que Wednesday havia dormido com sigo.

A loira partiu rapidamente a sua procura, antes que Martha e Phil a vissem e a enchessem de perguntas. Seria no mínimo constrangedor para todos, principalmente Enid, que nunca tinha levado ninguém para lá.

Enid procurou por cada cômodo do andar de cima, mas não viu rastro algum da morena.

Estava tão elétrica que acabou esbarrando na pequena mesa de centro, derramando as taças com vinho que ela havia colocado para si e para Wednesday em algum momento da noite.

— Merda! — Sinclair resmungou não só pela bagunça que fez, mas também devido dor que sentiu graças a força do impacto.

O olhar de Enid foi para o centro da mesa, e viu que nela havia um papel – agora encharcado de vinho – e uma caneta. Sinclair tentou ler, porém o líquido destruiu tanto ao ponto de se desfazer em seus dedos.

— Espera... O que...? — Antes que Enid terminasse sua frase, a porta foi aberta por Martha. Sinclair acabou se assustado, o que ocasionou num sorriso nervoso.

— Enid? Ora, querida! O que faz aqui? — A senhora de 60 anos partiu em sua direção, com um sorriso enorme no rosto e de braços abertos.

Sinclair sentiu seu coração se aquecer quando a mais velha a abraçou fortemente e sua única reação foi devolver o carinho, sorrindo logo em seguida.

— Olá, mami. — Todas as vezes que Enid a chamava de "mãe" – principalmente em espanhol, a língua materna de Martha - ela era capaz de ver os olhos castanhos claros de negra ficarem cristalinos, devido as lágrimas que insistiam em cair. Sinclair adorava ainda mais o sorriso largo que ela lhe lançava. — Fui no bar do Kent ontem, e como era perto decidi passar a noite aqui.

Ao se afastarem Martha estudou sua expressão facial. Enid tentava a todo custo desviar o olhar, pois era péssima mentindo.

— Ah sim, e você sozinha bebeu nas duas taças de vinho e ficou bêbada o suficiente para fazer essa bagunça? — A mulher a olhou divertida, com uma expressão de desconfiança no rosto.

Enid sentiu seu rosto esquentar de vergonha e rapidamente partiu em direção do quarto, fugindo do olhar de Martha. A mais velha gargalhou alto pela reação da loira, o que indicava que ela saiu do bar acompanhada.

— Oh, querida. Não precisa sentir vergonha ou mentir sobre isso. — Martha respondeu, indo atrás da mulher. Ao chegar no cômodo foi rapidamente em direção da cama, organizando. Sinclair não relutava mais, sabia que caso ela mesma arrumasse Martha reclamaria e faria novamente, dizendo que Enid não fazia a tarefa corretamente. — Eu e Phil já fomos jovens! Vivemos em Nova Iorque nos anos 80, minha doce menina. Sabemos sobre sexo mais do que você imagina...

Senhorita - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora