16 - Puta(s)

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Acordei com uma ressaca do caralho. Sentia o calor do corpo de Samael atrás de mim. Uma de suas mãos estava sob minha cintura nua. Um novo filme rodava na TV e eu sentia minhas pernas grudentas. Samael me abraçava por trás, formando uma conchinha disforme pela falta de espaço. De primeira, achei o gesto fofo até ver que sua mão ausente em minha cintura agarrava o meu peito. Suspirei e retirei suas mãos de mim com cuidado, com a intenção de me levantar, porém, assim que me movi, Samael me agarrou, me impedindo de levantar.

Ele balbuciou palavras misturadas.

— Me solta — choraminguei.

Ele abraçou mais forte.

— Bom dia — sussurrou próximo ao meu rosto.

— Bom dia, idiota. Agora me solta.

Ele sorriu e beijou minha bochecha, não me obedecendo. Samael arrastou o rosto, afundando-o no meu ombro.

— Por quê? — perguntou.

— Porque eu quero. Me solta.

— Nah... Aproveita o momento, Ágatha.

Senti que ele sorria enquanto eu revirava os olhos. Baixei o olhar. Me sentia grudenta.

— Você tem que parar de gozar dentro de mim.

— Você não vai engravidar, fica de boa.

— Não é por causa disso, imbecil.

— É por que então?

— Eu fico grudenta e essa merda fica saindo de mim... — franzi a testa — me sinto um caramujo, uma lesma, sei lá.

Samael riu.

— Tudo bem — concluiu. — prefere que eu goze onde? Na sua boca, hum? — mordeu minha orelha de leve.

— Goza no ralo, longe de mim, filho da puta — me encolhi.

Ele riu de novo. Deu um beijinho na minha bochecha e afastou o rosto, colando no meu pescoço. Ele beijou meu pescoço, repetidas vezes. Evitei sorrir.

— Tudo bem, tudo bem — disse baixinho, depois de me beijar de novo. — minha porra nunca mais vai encostar nesse corpinho lindo.

— Eu agradeço.

— Não há de quê.

— Agora, pode me soltar?

— Humm... — sorriu. — pra quê?

— Quero ir me limpar. Posso?

— Só se eu puder ir com você. Posso?

— E eu tenho escolha?

Ele riu de leve. Senti uma de suas mãos que estavam na minha cintura descerem até a parte de trás do meu joelho, assim ele se levantou e, como se eu não pesasse nada, me ergueu em seu colo. Me agarrei em seu pescoço e me deixei ser carregada.

Samael me levou até o banheiro, então, me colocou na banheira, entretanto, não se juntou a mim. Encheu a banheira e começou a me limpar. Virei o rosto. Não queria ficar encarando o corpo dele nu a minha frente. Ele me deu banho, depois, me enrolou na toalha e me levou, no colo, até a cama. Me colocou sentada e me deu um selinho. Com o rosto afastado, ele inclinou a cabeça, indicando a cama. Olhei para onde indicava e vi um pacote embalado em papel de presente e uma caixa de sapatos.

— É pra você — sorriu.

Eu sequer tinha percebido isso sob minha cama. Me virei e peguei o pacote. Rasguei e revelei um vestido. Era curto e justo, azul escuro, com um decote sob a coxa onde — tinha certeza — deixaria minha cicatriz à mostra. Balançando o tecido, percebi que ele brilhava, quase como se tivesse coberto por glitter. No fundo da sacola: uma lingerie preta. Deixei de lado e abri a caixa de sapatos: um salto escuro.

𝕯𝖊𝖒𝖔𝖓í𝖆𝖈𝖔 - 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 (CANCELADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora