Capítulo 01

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Boa parte da história que você vai ler agora é baseada em fatos reais.
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Meredith Grey

Eu estava sentada na última carteira da sala, observava a janela. As gotas de chuva escorriam pelo vidro, formando pequenas cascatas. A monotonia da aula me deixava entediada. Sonhava em viver aventuras, em conhecer pessoas que me inspirassem. Mas a realidade era bem diferente. Às vezes, me pegava pensando se existia alguém por aí que pudesse mudar minha vida, alguém que me fizesse sentir especial, mas até então, nunca senti nada parecido com ninguém, e nem queria sentir no momento.

A aula estava um tédio, então eu peguei meu caderno de desenho e comecei a fazer rabiscos. Enquanto estava concentrada no que eu fazia, Cristina, minha melhor amiga pediu pra ir ao banheiro, e logo o professor deixou, e ela saiu. Depois de um tempo quando ela chegou, ela disse;

— Licença professor, mas a professora Bailey está chamando a Mer lá no terceiro ano. — Cristina diz, entrando na sala e se sentando logo em seguida.

sinalizo pro professor, que logo autoriza que eu saia da sala. Fiquei nervosa, pensando que talvez tivesse feito algo de errado, e um turbilhão de pensamentos invadiram minha cabeça.

Segui o caminho até a sala em que o terceiro ano estava, no andar de cima, e quando finalmente cheguei na porta da sala, minhas mãos começaram a suar de nervosismo.

Bati na porta e esperei a autorização da Bailey pra entrar.

Assim que entrei, todos os olhares da sala foram direcionados pra mim, e isso me enlouquecia. Miranda sinalizou para que eu sentasse ao lado dela, e começou a falar comigo num canto qualquer da sala, enquanto todo o resto da turma mexia no celular ou simplesmente conversava.

— Vou produzir uma peça de teatro aqui na escola. Pensei em você pra ser a antagonista. O que me diz?

— sério? Eu ia adorar! — Respondi. Mesmo sendo extremamente tímida, o teatro e a arte no geral sempre foram minhas grandes paixões, e eu jamais deixaria passar uma oportunidade daquelas.

— Ótimo! Os ensaios começam amanhã. — Bailey diz animada.

— Obrigada senhora.

— De nada querida. Eu sabia que iria gostar. Agora pode ir, antes que perca o restante da aula.

Enquanto caminhava em direção à porta, percebi que um grupo de alunos estava olhando para mim, e quando isso acontece, normalmente eu desaprendo a andar. Nunca entendi o porquê isso acontece, mas não consigo fazer literalmente nada com alguém me encarando.

Escutei algumas risadas vindo do grupo do fundão, mas nem me dei o trabalho de olhar pra cara deles, mesmo sabendo exatamente que grupinho era, pra não sentir mais vergonha ainda. Só simplesmente sai da sala o mais rápido possível.

Voltei pra sala e sentei-me normalmente, Cristina e Alex vieram me questionar o que a Bailey queria.

— O que a nazista queria? — Cristina perguntou enquanto escrevia a matéria do quadro.

— Não chame a Bailey assim. — respondi revirando os olhos.

— Ah, foi mal, esquecemos que você é a favorita dela. — Alex diz.

— Nada haver, a Bailey trata todos os alunos igualmente. — Obviamente eu era a favorita, e adorava isso.

— Mas fala logo, o que ela queria contigo? — Alex perguntou se virando pra trás pra falar comigo.

— Ela me perguntou se eu queria participar de uma peça que ela vai fazer, só isso.

— Sobre o que é essa peça? — Cristina perguntou.

— Não faço ideia, esqueci de perguntar.

— Você é muito burra, como você aceita participar de uma peça que você nem sabe do que se trata? — Alex diz, rindo.

— Burro é você seu idiota! — Respondi dando um tapa na cabeça dele.

— Tá mais, com que papel você ficou?

— Vou ser a vilã.

— Você, vilã? — Alex disse surpreso. — Essa foi boa. — respondeu rindo.

— Cala boca Alex, eu sou mais do que capaz de ser má quando necessário. — fiz um sorriso convencido.

— Aham, nós sabemos. — Cristina diz com um sorriso debochado.

— Vocês vão ver no dia. Vou calar a boca de todos vocês.

O sinal do intervalo tocou, e logo descemos juntos pro refeitório.

— Tô azul de fome. — Alex diz sentando com a sua bandeja na nossa mesa.

— Eu também. — George diz sentando ao lado dele.

— Bobos. — Jo diz, enquanto mordia sua maçã verde.

— De quem é a próxima aula? — Cristina perguntou, enquanto provava a macarronada.

— Acho que é da Bailey. — respondi.

Enquanto comíamos e conversamos, aquele mesmo grupinho das risadas entrou no refeitório.

Callie Torres, Arizona Robbins, Mark Sloan e Addison Montgomery.

Eles pegaram seus lanches e se sentaram em uma mesa bem de frente pra nossa, e logo começaram a cochichar enquanto nos olhavam.

— Alex, seja discreto, mas o grupinho do terceiro tá olhando pra gente. — Falei quase num sussurro.

Alex na mesma hora se vira para trás encarando eles, sendo tudo menos discreto.

Abaixei a cabeça com vergonha.

— Eles que se danem. Você liga mesmo pro que aqueles idiotas falam da gente? — Ele diz olhando pra gente.

— Alex, só cala a boca. — Eu disse ainda de cabeça baixa.

Levantei a cabeça e não pude evitar olhar para eles. Era sempre assim, mesmo que não estivessem falando sobre mim ou sobre o grupo, eu sempre pensava que os olhares e cochichos eram comentários maldosos sobre a gente.

— você precisa relaxar Mer, eles nem sequer sabem da nossa existência, não tem nem porque falarem da gente. — George diz.

— Eu sei, mas eu me sinto constantemente observada por eles.

— você tá ficando louca, isso sim. — diz rindo

— Vai se fuder, Alex. — respondi dando um soco no braço dele.

— Não sei quem daquele grupo é o mais problemático. É bem difícil decidir. — Cristina diz.

— como assim problemático? — perguntei.

— Bem, Callie e Arizona são o casal mais problemático que eu já vi. Estão sempre brigando e se separando, mas nunca por muito tempo. Apesar das brigas, elas aparentam se amar muito. Mark e Addison estão constantemente competindo, em relação a tudo, inclusive eu ouvi dizer que eles fizeram uma aposta quando estavam ainda no primeiro ano, pra ver quem pegava mais garotas até o fim do terceiro ano.

— E quem tá na frente? — Alex perguntou com uma risada nasal.

— provavelmente o Mark, ele é um galinha. Mas a Addison não fica pra trás. Desde que ela terminou o namoro com o Derek, ela tá pegando geral.

— peraí, você disse “pra ver quem pega mais garotas”? — disse enfatizando a palavra garotas.

— É. Às vezes eu esqueço que você entrou esse ano na escola. A Addison é bi. — jo diz. — inclusive já deu em cima de muitas de nós.

— Eu não fazia ideia.

— Pois é melhor você evitar esses daí.

— Valeu pelo conselho. — disse rindo, enquanto comia.

O intervalo tocou e voltamos pra aula, seguindo o resto do dia normalmente.

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Obs: capítulo não revisado.

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