Capítulo 17 | A nova "prima"

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Não demorei no beijo para não assustá-la. Soltei os lábios dela depois de mais alguns segundos, reluntantemente. Mesmo assim, com tão pouco tempo, eu estava meio ofegante.

Olhei nos olhos castanhos dela e sorri de leve.

– Eu quis fazer isso desde a primeira vez que te vi. – sussurrei.

Ela piscou um par de vezes e me olhou meio em choque.

– Eu... Eu nunca...

Eu a deixei falar, mas ela não parecia saber as palavras. Então ela se virou para olhar para a frente, claramente abalada.

– Dul... – eu chamei, agora um pouco preocupado. – Desculpe. Eu não quis te deixar desconfortável...

– Não é isso. – ela disse baixinho, me olhando de soslaio. – Eu só... fui pega de surpresa. Acredite, eu gostei.

Um profundo tom de vermelho encheu suas bochechas e eu dei um suspiro de alívio.

– Bem, isso é realmente bom de se ouvir. – eu dei uma risada nervosa. Ela me acompanhou.

Virei para frente também, esperando que o que quer que ela estivesse pensando fosse a meu favor. Não disse nada, esperando que o silêncio ajudasse Dul a pensar.

– Desculpe. – ela disse de repente, me fazendo olhá-la curioso. – Eu só... Nunca fui beijada. Eu só tinha uma ideia. Mas eu não era exatamente um bom partido quando estava em casa.

Entendi o que ela não disse com palavras: debaixo do mar, as coisas tinham sido diferentes.

– Eu não vou perguntar por quê. – eu disse, mesmo que eu estivesse morrendo de curiosidade. – Mas eu acho que os caras de lá não enxergavam muito bem, pra deixar você de lado.

Dul riu, parecendo feliz e incrédula, e então me olhou.

– De todo jeito, – ela continuou. – Eu não achava que você se interessasse por mim desse jeito.

Foi a minha vez de rir.

– Bem, agora você sabe.

Ela sorriu pra mim, o sorriso largo e aberto que me deixava com os joelhos fracos.

– É bom saber. – ela afirmou.

Eu a encarei e ela me olhou de volta, e eu estava prestes a beijá-la de novo quando os outros apareceram.

– Precisamos ir. – disse Maite, com Christian bem atrás dela e Anny e Alfonso também.

– Ok. – eu disse, olhando para Dul pra ver que ela concordava.

Não demorou até que estivéssemos todos amontoados no carro e na estrada de volta.

Eu tomei mais um pouco de coragem e segurei a mão de Dul no caminho de volta. Ela, cansada, encostou a cabeça no meu ombro e bocejou. Eu a deixei dormir, aproveitando tanto quanto eu podia.


🧜🏻‍♂️


Dul teve pesadelos novamente naquela noite. Eu sei que foram pesadelos porque ela me acordou com seus gritos. Acordou até meu pai.

Com sorte, consegui acordá-la de seu sonho, e meu coração parou na minha boca quando vi o quão assustada ela parecia.

Assim que viu que era eu perto dela, Dul se lançou nos meus braços e me abraçou com toda força que tinha, que não era pouca.

Eu deixei meus pais saberem que eu cuidaria dela com um aceno, e eles voltaram para seu quarto. Minha mãe trouxe água numa jarra para Dul beber, e saiu com um olhar preocupado.

O canto da SereiaOnde histórias criam vida. Descubra agora