Capítulo 12

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"Nascemos para amar, o amor é a cura de tudo e te leva a várias dimensões"

Uma bela frase não é mesmo?

Depois da aula de hoje, Luiz me convidou para sair e jantar com ele. Ele tem sido um grande amigo nesses últimos dias, mas hoje em específico ele está sendo um grande parceiro, divertido, conselheiro, alguém que qualquer pessoa gostaria de ter ao lado.

Temos uma conexão legal, acho que eu se eu tivesse um irmão gostaria que fosse como ele, alguém com quem eu posso contar sempre. Com ele a risada é sempre garantida.

Estou sentada de frente a um Luiz sorridente e muito feliz. O restaurante é lindo e muito sofisticado ele está entre os melhores da cidade, e isso me deixa um tanto quanto sem jeito, já que as pessoas aqui estão bem arrumadas, enquanto isso estou vestida com um conjunto de moletom e o cabelo feito um coque frouxo. Estou com tanta fome que estou fingindo não me importar.

Enquanto Luiz conversa comigo me pego pensando mais uma vez na frase, o que isso tem a ver com esse momento? Na verdade, nada. Vi a frase no quadro que está no hall de entrada do restaurante.

Confesso que fiquei mentalizando ela por alguns momentos depois que cheguei. Uma simples frase teve o poder de me fazer refletir.

Ainda acredito no amor? Sim. Porém, não sei se consigo acreditar totalmente naqueles que dizem amar, sendo que ao mesmo tempo demonstram ações contrárias ao que proferem.

Qual o motivo da minha reflexão? Não faço a menor ideia, não ando normal ultimamente.

Me perco ainda mais em meus próprios pensamentos quando avisto, de longe, uma silhueta que reconheceria em qualquer lugar: Vince, passando perto da nossa mesa. É estranho, né? Mesmo sabendo que agora trabalhamos na mesma empresa e que nos encontramos com certa frequência — não tanto quanto os outros, mas ainda assim nos vemos. Parece surreal pensar que o que antes parecia tão distante agora faz parte do meu cotidiano. E, de alguma forma ilógica, nunca imaginei que ele pudesse andar tão livremente por aí. Pensei que estivesse sempre cercado por seguranças ou algo assim... Acho que assistir tantos filmes está afetando minha percepção.

Aparentemente, ninguém mais notou sua presença, além de mim, claro, e da atendente que falou com ele. Se mais alguém o reconhecesse, o lugar certamente viraria um caos.

Ele está vestido de forma que quase ninguém o reconheceria, mas aqueles olhos eu reconheceria a quilômetros de distância, a pequena tatuagem na mão e o piercing no canto da boca é inconfundível, por alguns segundos fico imóvel. A vontade de falar com ele é absurda, mas claro que não iria, não quero ser invasiva, não somos nem se quer amigos para agir assim, sei que eles precisam de privacidade também, e além do mais não sei nem se lembraria de mim.

Parte de mim torce para que sim, enquanto a outra parte teme que essa seja a realidade: que ele não se lembre daquele dia, muito menos de mim.

O que me chama atenção é que ele está acompanhado de uma mulher, não consigo ver tão bem seu rosto mais tem um corpo lindo.

Não sei o que acontece comigo, em um momento estou feliz e sorrindo, em outro estou sentindo uma sensação estranha no peito, uma dor que não saberia explicar ao certo.

— Está tudo bem? —Luiz questiona ao me olhar — A comida não está do seu agrado?

—Sim —sorrio sem graça — Está uma delícia, mas acho que não desceu bem, só isso.

—Sério? Se quiser podemos passar na farmácia.

—Não precisa —me sinto mal por deixá-lo preocupado.

Quando é pra serOnde histórias criam vida. Descubra agora