7. 𝚁𝚞𝚍𝚎 𝚎 𝚍𝚎𝚜𝚊𝚏𝚒𝚘

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"Ajude-me a aproveitar ao máximo a liberdade e o prazer nada dura para sempre todo mundo quer dominar o mundo."

𝙴𝚟𝚎𝚛𝚢𝚋𝚘𝚍𝚢 𝚆𝚊𝚗𝚝𝚜 𝚝𝚘 𝚁𝚞𝚕𝚎 𝚝𝚎 𝚆𝚘𝚛𝚕𝚍 - 𝚃𝚎𝚊𝚛𝚜 𝚘𝚏 𝙵𝚎𝚊𝚛𝚜
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O carro seguia lentamente pelas ruas, desacelerado pela tempestade forte que caía lá fora. O homem tatuado, agora no volante, guiava o carro com as mangas da camisa social dobradas, revelando as tatuagens que cobriam todo o seu braço esquerdo. O silêncio poderia ser reconfortante, se não fosse pela inquietação que tomava conta de Dayana, à medida que antecipava o que viria a seguir.

Ela sabia para onde estavam indo: provavelmente, para a casa daquele homem que conhecera tão recentemente. A ideia de entrar na casa de alguém que mal conhecia a deixava inquieta, uma sensação que parecia crescer com cada quilômetro percorrido.

O silêncio no carro parecia aumentar a sensação de isolamento, cada gota da tempestade lá fora batendo contra o vidro como um lembrete do que estava por vir. Dayana não podia deixar de pensar no quão rápido sua vida parecia ter saído do controle. Cada vez que o homem tatuado movia o volante com uma precisão quase mecânica, ela sentia um calafrio percorrer sua espinha. As tatuagens, agora expostas, pareciam contar histórias sombrias que combinavam perfeitamente com o ambiente carregado de tensão.

Ela olhou pela janela, mas a chuva pesada tornava impossível ver qualquer coisa além de borrões de luzes da cidade que se esvaíam à distância. Seus pensamentos estavam desordenados, mas uma certeza pesava em sua mente: estava indo para a casa daquele homem - Jeon. O breve tempo em que o conhecera fora suficiente para deixá-la intrigada e assustada ao mesmo tempo.

O carro continuava seu caminho pelas ruas quase desertas, enquanto o som da chuva tamborilava no teto, criando uma melodia inquietante que combinava perfeitamente com o clima tenso dentro do veículo. Dayana desviou o olhar da janela, incapaz de encontrar consolo nos borrões de luzes. O silêncio entre ela e o homem tatuado era quase palpável, pesado como uma neblina que preenchia o carro.

Ela se mexeu no assento, tentando aliviar o desconforto que sentia, mas a tensão permanecia. A cada movimento do homem no volante, seus músculos se contraíam suavemente, e as tatuagens se moviam como serpentes dançando em sua pele. Aquilo a fazia pensar sobre as cicatrizes invisíveis que carregava consigo, cicatrizes que, de alguma forma, ele parecia entender apenas com o silêncio.

Depois desses dois parágrafos, começa a escrever o sentimento de Dayana do capítulo anterior, confusão sobre a conversa de jeon com o outro homem, fale sobre o ambiente, as pessoas

Dayana fechou os olhos por um instante, tentando afastar o turbilhão de pensamentos que a conversa anterior com Jeon havia provocado. As palavras ditas por ele e pelo homem elegante que se sentara à frente ainda ecoavam em sua mente, entrecortadas, cheias de significados que ela não conseguia decifrar. "Mercadorias", "rotas de transporte", "alguém falando demais". Nada daquilo fazia sentido para ela, mas o peso nas palavras e a tensão no ar haviam deixado claro que o assunto era sério, possivelmente perigoso.

O ambiente ao redor deles, naquela sala cheia de pessoas impecavelmente vestidas, refletia poder. Homens de terno, com relógios caros e expressões controladas, mulheres em vestidos elegantes, todas figuras de um mundo ao qual ela não pertencia, mas agora estava inserida. Eles se moviam com uma calma artificial, sorrisos vazios e olhares dissimulados, enquanto conversavam em sussurros que pareciam carregar segredos demais para serem ouvidos. Ela não era parte daquele círculo, mas sabia que todos ali faziam parte da teia de poder de Jeon.

A melodia suave em italiano que preenchia o espaço apenas reforçava a estranheza da situação. Parecia uma trilha sonora para um filme de mistério, onde cada personagem escondia mais do que mostrava. O cheiro do tabaco, misturado com perfumes caros, era quase sufocante, como se todos ali tentassem mascarar as verdades por trás das aparências luxuosas. Cada olhar que ela trocava, cada gesto ao seu redor, era carregado de intenções que ela não conseguia interpretar.

Dayana sentiu um calafrio correr por sua espinha, não apenas por não entender completamente o que se passava, mas pelo conhecimento de que, a partir daquele momento, tudo o que ela presenciava poderia ter consequências. A cada segundo, sentia-se mais presa àquele mundo, mais envolta nas sombras que rodeavam Jeon e os que orbitavam ao seu redor. Ele havia dito para ela apenas observar, e foi o que ela fez. Mas o que ela havia visto a perturbava de formas que ainda não sabia explicar.

A tensão entre Jeon e o homem com quem ele conversava era tangível, como se as palavras ditas fossem apenas a superfície de um conflito muito mais profundo. Dayana não compreendia os detalhes, mas o clima era claro: algo grande estava em jogo, algo que podia quebrar as finas camadas de controle que aqueles homens tentavam manter.

Jeon recostou-se no sofá, observando Dayana com um olhar impassível, mas ela sentiu o peso de sua presença sobre ela como uma parede invisível. O ambiente ao redor continuava vibrante, mas o silêncio entre eles estava prestes a quebrar.

- Você está desconfortável? - Jeon perguntou, sua voz calma, mas carregada de ironia.

Dayana o encarou, sentindo uma irritação crescente. - Não, só me divertindo muito, como você pode ver. - Sua resposta saiu afiada, carregada de sarcasmo.

Jeon arqueou uma sobrancelha, claramente não acostumado a ouvir esse tom. - Você é corajosa para quem mal entende o que está acontecendo aqui.

Jeon se inclinou para frente, seu tom mais frio agora. - Eu disse para observar e ficar em silêncio. Não preciso da sua opinião.

Dayana estreitou os olhos, sentindo a tensão aumentar. - E eu não preciso de ordens de alguém que me arrastou para esse mundo sem sequer me explicar as regras.

Ele a olhou por um longo momento, avaliando-a. - Cuidado com as suas palavras, Dayana. Aqui, língua afiada pode custar caro.

Jeon permaneceu em silêncio por mais alguns segundos, deixando a tensão no ar ferver. Seus olhos penetrantes pareciam desafiá-la a dizer mais alguma coisa, a cruzar a linha que ele traçava. Dayana, no entanto, manteve-se firme, seu coração batendo rápido, mas sua expressão impassível.

Uma mistura de raiva e confusão a dominando, o carro passou pelos portões de ferro forjado, revelando a grandiosidade que se escondia atrás deles.

A mansão à sua frente era monumental, com uma arquitetura clássica que exalava luxo e poder. As colunas imponentes e o jardim meticulosamente cuidado gritavam riqueza, algo que parecia tão distante da personalidade fria e direta de Jeon. Dayana olhou para aquele lugar e sentiu um nó apertar em sua garganta. Como alguém tão rude, tão implacável, poderia possuir algo tão refinado?

Enquanto saía do carro, seu olhar se fixou na fachada iluminada da mansão, e uma única pergunta ecoou em sua mente: Como um homem assim consegue tanto poder e dinheiro?

A resposta, no entanto, parecia tão distante quanto sua própria compreensão do mundo em que agora estava mergulhada.



HIDDEN NIGHT -  𝘑𝘦𝘰𝘯 𝘑𝘶𝘯𝘨𝘬𝘰𝘰𝘬 Onde histórias criam vida. Descubra agora