Capítulo 24

20 1 0
                                    

Alba abaixou-se para ajudá-lo e ao retirar sua capa com cuidado, percebeu que ele estava perdendo muito sangue. Um grande corte no ombro direito, outro no braço, um risco na lateral do queixo e uma estocada abaixo das costelas a fizeram exclamar.

— Santo Deus! O que aconteceu aqui?

O forasteiro tentou se levantar pronunciando algumas palavras sem nexo. Isso fez com que o sangue escorresse ainda mais pelos ferimentos, manchando a camisa branca com aquele líquido rubro.

— Acalme-se, por favor! Do jeito que está não vai à parte alguma. Deixe-me ajudá-lo. – pediu Alba, segurando seus ombros, procurando manter-se calma também.

Como o sol já havia se posto, a escuridão dificultava que visse a extensão dos ferimentos, mas, pela quantidade de sangue, sabia que ele estava muito machucado e que precisava agir rapidamente.

Havia uma cabana na mata, usada pelos caçadores durante o inverno e decidiu levá-lo para lá.

Rasgou um grande pedaço de sua anágua e partiu-o em dois, pressionando o ombro dele para estancar o sangue e limpar um pouco o machucado. Fez o mesmo no braço e no queixo. Enrolou o outro pedaço ao redor das costelas e ao fazer isso, o forasteiro tornou a gemer e encolheu-se com a dor provocada.

— Eu sinto muito, sei que dói, mas, preciso apertar um pouco, quanto mais sangue perder, mais fraco ficará e pode até... — Ela parou de falar, não queria pensar no pior.

Ele assentiu inclinando a cabeça.

Alba passou os braços em sua cintura ajudando-o a levantar.

— Isso, devagar, com cuidado. — Sua voz melodiosa o incentivou a colocar-se de pé. Só então percebeu o quanto ele era alto e forte.

— Vamos caminhar o mais rápido que você conseguir, está bem? Preciso limpar e cuidar desses ferimentos o quanto antes, eles podem infeccionar se não forem tratados logo.

Juntos foram andando mata adentro.

Ao chegarem à cabana, Alba abriu a porta que rangeu com o movimento.

Apoiando o forasteiro, levou-o até uma cama, colocando sua capa sobre ela. Quando ele deitou, ela tocou sua testa, gotículas de suor brilhavam por todo o seu rosto.

— Você está com febre. Procure descansar. Vou até o riacho buscar água e pegar alguns gravetos para acender o fogo.

Ele fechou os olhos e dormiu rapidamente.

Alba pegou um balde de madeira e saiu apressada, pensando.

"Não posso me demorar, se a febre subir demais, ele vai perder a consciência".

Pouco depois ela retornou, trazendo também algumas ervas e frutas. Fez fogo, colocou água para ferver e olhou ao redor, procurando alguma bebida deixada no local. Era urgente limpar bem e desinfetar aqueles ferimentos.

Amassou algumas folhas, embebendo-as em rum e aproximando-se do forasteiro, limpou bem os cortes delicadamente.

Embora estivesse acordado, ele manteve os olhos fechados e, de vez em quando os apertava junto com os lábios pelo desconforto que sentia, porém não emitia nenhum som.

"Um homem não deve demonstrar que sente dor, ainda mais na frente de uma estranha". Pensou. "Embora, ela seja muito bonita, tenha mãos delicadas e sua voz soe doce e terna".

Alba seguiu com os cuidados, tentando puxar conversa, sua mente curiosa queria enchê-lo de perguntas, mas, sabia que não era o momento.

— Prontinho, está tudo limpo e seco. Vou colocar esse ungüento, tem confrei e gordura, vai ajuda a cicatrizar mais rápido. Pode me contar o que aconteceu?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A força  do Verdadeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora