Capítulo 10

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Conde Luis Manrique e Hipólita estão muito próximos, seus lábios se aproximam um pouco mais, o médico se aproxima os fazendo se afastarem e levantarem.

— Com licença!

— Oi Dr, como está minha filha? Posso vê-la?

—  Como ela disse que sente muita dor na barriga, provavelmente tenha ingerido alguma substância tóxica, pois apresenta sintomas como salivação intensa, dificuldade de respirar, sonolência e vomitou uma substância verde.

Hipólita olha para Conde Luis Manrique.

—  O que podem fazer, Dr? — Pergunta Hipólita.

— Como minha filha pode ter ingerido esse tipo de substância? Ela comeu ontem a comida do jantar e depois bebeu um pouco de água.

— Não sei, a menina está em processo de intoxicação, sorte que um médico americano está no país para dar uma palestra sobre o assunto e especialista na área. Assim que tiver informações sobre a filha de vocês, venho informar.

— Sou a babá, embora adoraria que fosse minha filha, é filha do Conde Luis Manrique.

— Desculpe! Com licença.

O médico se retira.

Conde Luis Manrique senta na cadeira e apoia as mãos sob a cabeça.

— Tentaram envenenar minha filha? — Olha para Hipólita. — Quem seria capaz de algo assim?

Hipólita senta a seu lado, coloca as mãos nos ombros dele.

— Conde Luis, tenho suspeitas, mas não quero acusar, pois não tenho provas, apenas uma suspeita e sensação estranha.

— Que suspeita?

Hipólita dá um longo suspiro.

— Sua noiva, a Verônica e a mãe. Elas pareciam muito misteriosas e cochichando entre elas.

— Acha isso mesmo, Hipólita? Você escutou alguma coisa?

— Infelizmente não escutei nada. Apenas um pressentimento.

Conde Luis Manrique suspira.

— Se eu souber que Verônica e Doña Juana tentaram envenenar minha filha, eu juro que as mato.

—  Você teve alguma briga com Verônica?

— Sim, Hipólita, tive uma conversa com Verônica, pedi um tempo para nosso noivado. Verônica, não aceitou, surtou e disse que não aceitará esse tempo para o noivado. – Ele suspira e segura das mãos de Hipólita. – Mas não me sinto com ânimo com esse noivado e muito menos seguro em me casar com Verônica. Nem sei se estou apaixonado por Verônica, tudo aconteceu muito depressa. Amélia morreu em um terrível acidente, fiquei muito abalado com a morte dela. Verônica era amiga de Amélia, contou-me estar triste com a morte da Amélia e me consolou e semanas depois acabamos noivando. Verônica confessou estar  apaixonada por mim e que eu precisava viver, pois a vida continua.

— Você agiu mais com a razão do que o coração. O melhor é escutar seu coração e pensar em sua filha em primeiro lugar.

— Sim, Hipólita é exatamente isso que farei, por isso, dei esse tempo com Verônica e nem sei se quero me casar com ela. —  Diz ele segurando das mãos de Hipólita.

— Pense, reflita o tempo que for necessário. Tudo tem seu momento. Quando Clarita se recuperar, pois sinto que ela vai se recuperar, tire uns dias com sua filha, cuidando dela, brincando com Clarita, se for preciso, faça uma viagem com Clarita, tenho certeza, que se sentirá melhor.

— Hipólita! Se for fazer essa viagem com Clarita, você viria conosco?

— Ir com vocês? Acho melhor vocês dois, pai e filha!

— Preferia que você nos acompanhasse, Hipólita. Minha filha gosta tanto de você, diz que você tem cara de mamãe. Nunca vi Clarita tão animada com nenhuma outra mulher como fica animada quando está com você. E eu também gostaria muito de ter você a meu lado, me ajudando a cuidar da Clarita. Você foi a melhor babá que já apareceu para minha filha.

— Preciso pensar, Conde. Não queria deixar minha mãe sozinha no povoado.

— Se for preciso, sua mãe vem com a gente. Por favor, Hipólita, se minha filha melhorar, faremos uma viagem com ela. Convenço sua mãe, ela vai entender. — Diz segurando de suas mãos. – Por favor, Hipólita, desde que você apareceu em minha filha e de Clarita, minha vida ficou mais feliz e com mais esperanças de viver. E Clarita se sente tão bem a seu lado. Aceite?

Maria Hipólita suspira e segura das mãos dele.

— Está bem, Conde Luis, vou falar com minha mãe primeiro. Mas serão poucos dias. E para onde?

— Para onde perguntaremos a Clarita quando melhorar, mas serão poucos dias. Podemos ir a minha outra chácara que tenho, lá é um pouco menor, porém tem um espaço grande para Clarita brincar, animais e um menino, filho de um empregado que cuida da chácara.

— Está bem, podemos ir sim. Mas e sua tia-avó?

— Minha tia-avó ficará na fazenda, ela não gosta de fazer viagens. Mas agora quero que minha filha melhore e volte a ser a menina animada e sorridente que sempre foi. Vou observar de perto Verônica e a mãe, se elas tiverem alguma coisa haver com a intoxicação da Clarita, elas serão expulsas da nossa fazenda.

— Seja o que for, haja com calma, para que Clarita não saia prejudicada.

— Sim, Hipólita. Não permitirei que ninguém faça mal a minha filha, a defenderei com todas minhas forças e a você também. — Diz segurando de suas mãos.

— Como babá, cuidarei de Clarita como se  fosse uma filha, mesmo a conhecendo a pouco tempo, sinto como se  já a conhecera a muito tempo além de sentir um carinho muito grande por ela. — Diz Hipólita sorrindo.

Conde Luis Manrique sorri e toca em seu rosto, se aproximando e encosta seus lábios nos de Hipólita. Os dois acabam se beijando no impulso. Um beijo doce, calmo e apaixonado, um primeiro beijo, mas seus corações estavam acelerados como se já haviam se beijado antes e já eram namorados há anos. 

A força  do Verdadeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora