capítulo 3

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Sofia Marlowe

CHAT ON

ME
oi, amor!
que saudades
o que tá fazendo por aí?

Sarah
ooooi sof, saudades 🤍
eu, john b, kiara e jj viemos passar uns dias em Charleston
acho que voltamos pra Outer Banks no final do mês
mas aqui tá incrível!
olha
[fotos]
e por aí? tudo bem?!

ME
ah, entendi
que legal!
tudo bem por aqui também, depois nos falamos, beijos

CHAT OFF

Merda.

Quando programei voltar para Outer Banks, não imaginei que todos estariam fora da cidade. Mesmo assim, não quero resumir os meus dias em ficar trancada em casa ou apenas caminhar de manhã na praia.

Levantei do sofá e corri até a garagem, sorrindo ao encontrar a minha prancha, no mesmo lugar onde deixei. Nunca fui excepcional no surf, mas aprendi o básico com os meus pais e consigo me virar no mar.

—Pai, estou saindo! - Avisei, pegando as chaves do carro e o meu telefone.

Cheguei a praia em poucos minutos, estacionei o carro e tirei a prancha, amaldiçoando a Sofia de dezesseis anos por ter escolhido uma tão pesada quanto essa. As ondas não estavam boas como eu esperava, o oceano já parecia agitado e os salva vidas estavam no fim do seu expediente.

Mesmo assim, coloquei o celular e as chaves dentro da minha saída de praia e deixei tudo no chão, me preparando para entrar. Acenei para um dos salva vidas, me certificando de que alguém lembraria que estou ali caso eu afogasse.

Não vai acontecer, eu espero.

Peguei algumas ondas e fiquei orgulhosa do resultado. Los Angeles não tirou as minhas habilidades com o tempo. Ao contrário do que eu imaginava, as pessoas de lá não tem o costume de realmente surfar, existem campeonatos de surf, mas são meramente profissionais.

De longe, avistei um rosto conhecido no bar da praia e estiquei a mão em sua direção. —Pope!

O garoto espremeu os olhos para me enxergar e sorriu, me abraçando quando nos encontramos na areia. —Aí meu Deus, que saudade!

—Sof, eu não sabia que você estava aqui. - Comentou, quando nos separamos. —Há quanto tempo você chegou?

—Não muito, menos de uma semana. - Respondi. — Eu queria fazer uma surpresa pra vocês, mas não deu certo. Descobri hoje que os outros viajaram, por que não foi com eles?

—Não consegui tirar folga. - Ele apontou com a cabeça em direção ao bar, me fazendo notar apenas nesse momento o seu uniforme. —Mas sempre fazemos esses bate e voltas, só não consegui dessa vez.

Conversamos por longos minutos, Pope me ofereceu um lugar para guardar minhas coisas e fiquei sentada no balcão, conversando com ele no intervalo de um pedido e outro. Comentei com ele que havia ido na festa do final de semana, mas sua reação não foi o que eu esperava. Ele se calou, mas antes fez uma piada sobre como o último lugar que eu os encontraria seria ali.

Eu sei que eles não se dão tão bem com os kooks, mas é a casa da Sarah, ela e o John B namoram. —O que foi? Aconteceu alguma coisa?

—Não. Aconteceu. Aconteceu, mas não sou a melhor pessoa pra falar sobre isso. - Admitiu, me servindo uma batida. —Você deveria perguntar pra Sarah.

Concordei com a cabeça e deixei o assunto de lado, me concentrando nas suas novidades. Ele decidiu que não vai para a faculdade, mas convenceu o seu pai de que abriria um negócio na cidade e, antes disso, prometeu trabalhar e se empenhar em cursos administrativos.

Pope sumiu há alguns minutos para atender as mesas e eu aproveitei para ir ao banheiro. Retoquei o gloss no espelho em formato de estrela do mar e desviei a minha atenção quando vi alguém chegando atrás de mim.

—Wheezie?- Me virei, analisando a garota. —Meu Deus, você está enorme!

A morena arregalou os olhos e correu em minha direção, agarrando o meu corpo para si. Sua cabeça que antes mal chegava à minha cintura, dessa vez chegou no meu queixo, me fazendo deixar um beijo no topo dela.

—Eu não sabia que você tinha voltado. - Comentou, com um sorriso enorme. —Senti sua falta.

Quando Wheezie nasceu, eu e Sarah adorávamos ficar com ela. A enfeitávamos com vários laços e colocávamos roupas completamente distintas do que a estação do ano pedia. Mesmo assim, ao decorrer dos anos, a garota continuava conosco e levávamos ela em tudo o que podíamos.

—Por que você não janta lá em casa amanhã? - Convidou, extremamente animada. —Por favor! Vamos amar receber você.

Meus lábios formaram uma linha e eu a estudei, me lembrando do seu irmão. Rafe definitivamente não me quer lá, mas não posso deixar os nossos problemas respingarem em Cameron.

—Eu tenho uma ideia melhor. O que você acha de ir lá em casa amanhã? Podemos passar a tarde conversando e assistindo filmes.

—Hm, tudo bem. Pode ser!

Trocamos nossos números de telefone e ela se despediu, avisando que estava na praia com os amigos e só entrou aqui para usar o banheiro.

Depois do que aconteceu no final de semana, não quero encontrar aquele loiro por um bom tempo. Sei que não terminamos bem, mas Rafe não pode me crucificar para sempre por ter feito o que sempre deixei claro que tinha vontade.

E não aconteceu como ele pensa.

Quando descobri sobre a faculdade, contei para a minha mãe e ela comprou a passagem no mesmo dia. Além disso, o clima entre nós dois não estava exatamente bem. Semanas antes, eu o ouvi falando com alguns amigos sobre como éramos só um lance e que não iria durar muito tempo.

Então, eu decidi aproveitar as minhas últimas semanas na cidade e não quis transformar em uma discussão. Eu gostava dele, gostava mesmo, mas não estava disposta a abrir mão da faculdade por alguém que saía espalhando que sequer teríamos um futuro.

oi! quero deixar claro que nenhuma das histórias principais abordadas na série (El Dorado, Barba Negra, etc) terão acontecido, e os personagens que morreram terão falecido por outro motivo.
é isso, espero que estejam gostando!

- érin

mistake | rafe cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora