Capítulo 1: Entre Palavras e Sentimentos

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Querido diário...

Eu não costumo escrever, mas amo ler o que os outros escrevem. Desde que fiz o feitiço em todas as canetas daqui, li de tudo um pouco. Li sobre a Lizzie estar mal. Li sobre o MG gostar da Lizzie. Li sobre a Josie querer fazer coisas, mas não poder por causa da Lizzie. Confesso que isso me deixava muito triste. A Josie não enxerga o quão maravilhosa ela é. Fecho meu diário rapidamente quando escuto alguém bater na porta.

— Penny? — escuto a voz da Josie do outro lado da porta, seguida de mais uma batida.

— Pode entrar! — digo, ofegante pelo susto, empurrando o diário embaixo da cama e observando a porta se abrir, revelando uma garota linda que entra.

— Achei que não estivesse aqui — ela diz, sorrindo enquanto caminha em minha direção.

— Hm... — desvio o olhar para qualquer lugar do quarto, passando a mão na perna. — Eu estava escrevendo, não escutei quando bateu.

Ela balança a cabeça positivamente e aponta para a cama, pedindo permissão para se sentar ao meu lado. Dou-lhe permissão e ela suspira ao se acomodar.

— A Lizzie pediu para que eu a ajudasse com uma coisa. Acabei passando pelo seu quarto e vim ver como você está.
Minha vontade de revirar os olhos ao ouvir o nome da irmã foi substituída pelas batidas aceleradas do meu coração. Ela quer saber como estou... Bom, isso deve significar algo?

— Estou bem. E você, Jojo? — pergunto, sorrindo de canto e observando seus olhos. Ah, aqueles olhos...

— Estou também — ela diz, desviando o olhar para sua pulseira. — Você ficou sabendo sobre a votação do conselho?
Assenti, esperando que ela continuasse.
— Então... Estive pensando em participar.

Levanto-me rapidamente da cama, sentindo a animação correr por todo meu corpo.
— Sério, Jojo?
Ela balança a cabeça afirmativamente, mas não parecia feliz com isso. Havia algo estranho.
— O que foi?

— Não é nada — ela suspira e se levanta. — Bom, eu preciso ir.

Sinto toda a animação escorrer pelo ralo, mas, antes que ela dê mais um passo, seguro-a.
— Me conta a verdade, Josie.
Eu já imaginava que tinha algo a ver com a irmã dela, Lizzie, já que ela só pensa na irmã.

— Acredito que a Lizzie vá participar e eu vou ajudá-la com isso. — Não disse? Ela sempre escolhe a irmã.

Não pude deixar de bufar e revirar os olhos. Estava quase fervendo por dentro, mas pensei em algo rapidamente.
— Por que você não participa também? — Ela me olhou como se fosse uma pergunta boba e eu continuei. — A Lizzie pode participar também, as bruxas vão escolher alguém. Não tem por que você ficar de fora, Josie.

— Você não entende, Pezz...

Ah, eu entendo, digo em pensamento. Desisti naquele momento, pois sabia que ela não iria mudar de ideia.
— Entendo, sim — digo, cabisbaixa, sem saber como continuar. — Você pode pensar com carinho? — pergunto, fazendo biquinho.

Ela sorri, se aproximando de mim.
— Você não pode fazer isso! — diz, antes de deixar um beijo em minha bochecha. Não sei se dava para ver, mas meu rosto estava pegando fogo. — Eu amo quando você cora... — ela fala quase em um sussurro.

— E eu amo você — digo sem pensar, arregalando os olhos. Ai. Meu. Deus.

Josie parecia estar em transe... e corada?!
— Eu também amo você, Pezz — disse ela, antes de se afastar. — E amo seus conselhos. Por isso você é minha melhor amiga...

Ok... Convenhamos que isso foi um banho de água fria, mas ok.
— Você também é minha melhor amiga. Agora só falta seguir meus conselhos — sorrio de canto, morrendo de vontade de sumir dali.
Ela retribui o sorriso e olha para a porta.

— Bom... Acho que vou indo — Mas antes de sair, ela me lançou um olhar intenso, deixando-me curiosa sobre o que realmente estava pensando.

Assim que Josie saiu do meu quarto, me certifiquei de que o diário estava bem escondido e fui dar uma volta pela escola. A Salvatore School era bem tranquila, nada de sobrenatural além de nós. Havia vampiros, lobisomens, bruxas... de tudo um pouco. Há boatos de que existe uma fada entre nós, mas nunca me importei em saber quem ela é.

Fui caminhando até a biblioteca, já que não havia muito o que fazer. Nada melhor do que uma leitura rápida.

— Aí, Penelope! — escuto aquela voz irritante me chamar e ignoro, procurando qualquer coisa para ler.
— Ow, estou te chamando! — sinto meu braço ser puxado e me viro com sangue nos olhos, quase lançando um feitiço na garota insuportável à minha frente.

— Qual o seu problema? — pergunto, brava, arrumando a manga da camisa.
Alyssa olha para mim e sorri. Um soco resolveria isso rapidinho.

— Calma, Penny! — ela apoia um dos braços em uma das prateleiras, tentando ser sedutora, mas apenas conseguiu me fazer revirar os olhos. Já revirei tanto hoje que logo ficarei sem meus lindos olhos. — Eu só queria te convidar para uma festa que vamos dar na floresta.

— Na floresta? — era uma oferta tentadora, mas respeito as ordens do Sr. Saltzman.
Ela balança a cabeça positivamente, aproximando-se de mim. Qual o problema dela?
— Acho melhor não.

Antes de me afastar, ela me puxa pela cintura, fazendo-me colidir com seu corpo.
— Qual foi, Penelope? Você nunca faltou a uma festa.

— Eu não quero problemas com o Sr. Saltzman... — tento me afastar novamente. — Você sabe muito bem o que aconteceu da última vez que fui à festa.
A morena se afastou como se quisesse me matar.

— Você não é mais a mesma, Penelope! - Acho que consegui chateá-la.

— Nem você, Alyssa! — disse, encerrando o assunto e indo conversar com as garotas bruxas.


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