Capítulo 4: Momentos ao Sol

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Era uma tarde perfeita, com o céu tingido de azul e poucas nuvens vagando. Penelope surgiu animada, carregando uma cesta de piquenique, e me lançou um sorriso contagiante.

— Preparei uma surpresa pra você! — anunciou, me puxando pela mão. — Vamos, sem perguntas.

Sorrindo, deixei que ela me guiasse por uma trilha na floresta até um pequeno campo iluminado pelo sol. No meio do gramado, Penelope estendeu uma toalha colorida e começou a tirar algumas coisas da cesta: frutas frescas, sanduíches e uma garrafa de suco.

— Não acredito que você preparou tudo isso — comentei, emocionada com o cuidado que ela teve.

— É o mínimo que posso fazer por você, Jojo — respondeu, com aquele olhar tranquilo que me fazia sentir em casa.

Nos sentamos e, enquanto comíamos, a conversa fluía leve. Falamos sobre filmes, sobre os planos para o verão, e até sobre qual seria o sabor mais estranho de sorvete que já experimentamos. Ela riu quando contei que uma vez comi um de picles.

— Nossa, picles? Isso é pior do que sorvete de menta com bacon! — ela riu, me fazendo rir junto.

Depois de um tempo, Penelope se inclinou para o lado e se deitou, apoiando a cabeça em minhas pernas. Toquei de leve em seus cabelos, observando o quanto ela parecia confortável ali.

— Sabe, Josie, você é uma das pessoas mais determinadas que conheço — ela começou, sua voz baixa e suave. — É inspirador estar ao seu lado.

Senti meu rosto esquentar com o elogio inesperado, e um silêncio gostoso se acomodou entre nós. A brisa suave, o cheiro das flores, e a tranquilidade ao lado dela faziam qualquer peso do mundo desaparecer.

— Você é muito especial, sabia? — ela continuou, me encarando com um sorriso doce.

Eu sorri, e antes que pudesse responder, Penelope se levantou e estendeu a mão.

— Vamos andar um pouco?

Caminhamos de mãos dadas por entre as árvores, rindo de coisas bobas, até que encontramos um pequeno lago. Penelope começou a jogar pedrinhas na água, desafiando-me a fazer o mesmo. Quando consegui fazer uma pedrinha pular três vezes na superfície, ela me olhou surpresa.

— Olha só! Acho que tem talento escondido aí, hein? — comentou, se aproximando.

Senti meu coração acelerar, e, como que em câmera lenta, ela se inclinou para mim. Seus lábios roçaram o canto da minha boca em um toque suave e rápido, mas que deixou meu rosto completamente corado.

Ela se afastou, sorrindo de um jeito travesso.

— Só pra você lembrar desse dia — sussurrou.

Rimos e continuamos nosso passeio, como se aquele pequeno gesto fosse um segredo nosso. Eu sabia que aquele dia estaria sempre guardado em minha memória, como um dos momentos mais felizes e despreocupados que já vivi ao lado dela.


Na manhã seguinte, Josie mal conseguia conter o sorriso ao encontrar as amigas no refeitório. Assim que avistou Lizzie e Hope, sentadas juntas no canto mais ensolarado da sala, ela acelerou o passo, ansiosa para compartilhar o momento especial que tivera com Penelope no dia anterior.

Lizzie foi a primeira a notar o brilho nos olhos da irmã e arqueou uma sobrancelha.

— Tá me olhando assim por quê, Josie? — perguntou, já parecendo desconfiada.

Hope, percebendo o humor de Josie, também ergueu o olhar com um sorriso de canto.

— Parece que alguém teve uma noite interessante... — Hope provocou, tentando parecer casual, mas claramente curiosa.

Josie se sentou e, antes mesmo de pegar algo para comer, confessou, com um sorriso tímido:

— Não foi à noite... Foi à tarde. Penelope me levou para um piquenique. Só nós duas.

Lizzie deixou escapar uma risadinha e lançou um olhar significativo para Hope.

— Então quer dizer que você finalmente passou um tempo a sós com a Penny? — disse Lizzie, enfatizando o nome da outra garota com uma piscadinha. — Até que enfim, Josie!

Josie revirou os olhos, mas não conseguiu evitar o sorriso.

— Vocês estão exagerando! Foi só um piquenique... — Ela fez uma pausa, lembrando do momento, e o sorriso involuntário voltou. — Mas foi tão... perfeito. Ela trouxe tudo, Lizzie! Sanduíches, frutas, suco... e o lugar era lindo.

Hope cruzou os braços, se inclinando para frente com o olhar atento.

— E vocês ficaram só comendo e conversando? — provocou. — Tipo, absolutamente nada mais aconteceu?

Josie hesitou por um momento, um leve rubor tingindo suas bochechas. Tentou segurar a empolgação, mas acabou confessando com uma voz baixa:

— Bom... Ela me deu um beijo no canto da boca. Foi rápido, mas... — Ela olhou para as amigas, seus olhos brilhando. — Foi tão especial, como se fosse um segredo nosso.

Lizzie soltou uma gargalhada, feliz pela irmã.

— Finalmente, Josie! Você merece isso. E que coisa mais romântica! — disse Lizzie, com um suspiro dramático. — Eu sabia que um dia a Penelope ia baixar a guarda. Só não sabia que seria tão bonitinho assim.

Hope sorriu e deu um leve empurrão no ombro de Josie.

— Parece que você tá realmente gostando dela, hein? Já tá toda derretida.

Josie riu, abaixando os olhos. Sabia que suas amigas tinham razão, e por um instante, ela se permitiu imaginar mais momentos como aquele com Penelope.



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