Capítulo 30

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Porto de Boston

7 semanas mais tarde...

— Ah, Zee?

— Shhhh, não enquanto eu estou rezando, — disse Zee, momentaneamente perdendo o seu lugar antes de começar de novo, — obrigado por nos deixar sobreviver a essa viagem do inferno. Obrigado por ignorar minhas orações para uma morte rápida quando eu não achava que eu seria capaz de sobreviver a mais um dia de fome, — disse ele, fazendo Nunew revirar os olhos em aborrecimento.

— Você recebeu três refeições completas por dia como todos os outros, — Nunew apontou, sem se preocupar em mencionar o fato de que, na maioria dos dias, ele recebeu segundas opções. Nunew se sentou em um banco perto de sua bagagem, imaginando quanto tempo ele iria continuar assim.

— Eu sinto muito por toda maldição que meu marido me obrigou a fazer enquanto eu estava no barco, — Zee continuou, ignorando-o, mesmo quando o divertia. — Como vocês sabem, ele tem sido uma má influência sobre mim.

Obrigado por me puxar da quase morte e de alguma forma me dar forças para sobreviver.

— Perto da morte? — Nunew perguntou, franzindo a testa.

— Quando você esteve perto da morte?

— Quando eu estive perto da morte? — Zee repetiu a pergunta, atordoado com incredulidade quando abriu os olhos para que pudesse olhar para ele. — Como você pode esquecer todos aqueles momentos em que eu mal conseguia me mover? Quando eu lutava para encontrar a vontade de viver, para que eu não fosse deixá-lo um jovem viúvo? Será que a minha luta pela sobrevivência não significou nada para você? — Zee exigiu em indignação, aterrorizando as pessoas que foram forçadas a passar por ele para chegar ao cais e fazendo Nunew naufragar em seu cérebro enquanto lutava para descobrir o que ele estava falando.

— Você quer dizer aqueles poucos momentos em que você tinha um toque de enjoo? — Nunew perguntou, incapaz de pensar em qualquer outra coisa que ele poderia estar falando uma vez que tinha sido o retrato da saúde durante a maior parte da viagem.

— Um toque? — Zee repetiu, incrédulo. — Eu quase morri!\

— Porque você foi forçado a faltar o café da manhã algumas vezes, — Nunew perguntou, tentando o seu melhor para não rir ou sorrir, mas ele parecia tão adorável assim que Nunew reconhecidamente não colocou muita luta.

— Foi o inferno! Inferno puro! — Zee estalou, chocando várias das pessoas que tentavam apressadamente passar por ele.

— Tente ter enjoo, todas as manhãs e à noite, — disse Nunew secamente, enquanto se levantou e fez um gesto para vários estivadores para ajudá-los com sua bagagem.

— Isso faz o meu calvário pior! — Disse Zee, chegando a seus pés para que pudesse oferecer-lhe o braço. — Eu precisava de minha força para que eu pudesse atender a você e mantê-lo vivo.

— O chá de hortelã fez isso, — disse Nunew com um encolher de ombros.

Seu suspiro de indignação era simplesmente muito adorável.

— Seu pirralho ingrato! Depois de tudo que eu fiz para garantir a sua sobrevivência e é assim que você me paga? Com sua zombaria? — Zee continuou com seu discurso indignado.

Nunew abriu a boca para provocá-lo quando o lembrete de que ele não tinha tido a chance de ter o seu chá de hortelã esta manhã o atingiu com a força de um aríete.

— Zee? — Foi tudo o que Nunew tinha a dizer.

— Maldição, — Zee retrucou, todo o humor deixando seu rosto quando o pegou nos braços e levou-o rapidamente até uma pilha de caixas onde ele teria um pouco de privacidade.

Trégua - ZeeNunewOnde histórias criam vida. Descubra agora