Jogo de Poder - Por Rodrigues

Capítulo 12 Rayssa

E se os monstros te visitarem quando o sol se pôr, a mamãe vai estar aqui para matá-los com as próprias mãos.

-Rayssa Gomes.

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Eu estava na cama colocando as crianças para dormir, meu corpo pedia para deitar com eles e esquecer do dia que se passou.

Mas a verdade era que eu não teria tempo para isso, tinha outras coisas mais importantes para fazer.

Kyara dormia com a mão em meu peito, enquanto Ben dava longos suspiros seus cílios grossos e longos, me fazia lembrar dos de seu pai. Salazar tinha dado todas as suas características para as crianças.

Escuto a porta do apartamento abrir-se, e então me levanto da cama e coloco um cobertor para aquecê-los, deposito um beijo nas testas dos dois. Desejando boa noite.

-Mamãe, ama vocês.

Fecho a porta do meu quarto quando saio, me direcionando para a sala quando adentrou o cômodo vejo minha amiga deitada no sofá mexendo no celular, assim que ela me vê abre um sorriso.

-Me conte o que aconteceu hoje? Como ele reagiu quando te viu?

Eu me aproximo dela me sentando e deixando que ela coloque suas pernas em cima das minhas, quando estou fazendo menção em começar a contar o que aconteceu hoje, o celular dela toca.

-É o Nando, ele quer saber se queremos algo para comer.

-Com certeza, vamos ter que começar a fazer as comidas da semana aos domingos.

-Concordo, durante a semana só fazemos salada, suco e café da manhã.

Um sorriso surge em meu rosto era impossível o quanto a gente odiava a cozinha durante a semana, aos fins de semana inventamos receitas e pratos novos para comermos até enchemos a barriga.

Olho para minha barriga e dou um tapinha nela, minha amiga olha para mim com a sobrancelha arqueada.

-Preciso voltar a treinar.

-Eu também sinto falta da academia, quem sabe no próximo mês voltamos.

Na verdade, eu tinha outros planos para o próximo mês. O salário de secretária era gordo, mas não queria exagerar muito em gastos quando recebesse. Também tinha que comprar umas coisas para as crianças. Eu tinha roupas boas, mas elas eram de quando eu usava o sobrenome Albertoni.

-Acho que o salário do próximo mês vai ser para o aluguel e algumas comprinhas pro guarda roupa. Eu vi a noiva dele hoje.

Paula se levantou de supetão e se sentou com as pernas dobradas. Seus olhos brilhando de ansiedade.

-Céus, me conte tudo antes que Nando chegue e atrapalhe nossa fofoca.

Conto para ela como é a empresa, como foi conhecer alguns funcionários e meu dia no trabalho coisas irrelevantes, então começo a falar sobre meu esbarrão com a noiva de Salazar e digo o que pensei sobre ela.

-Ela é uma cobra. Lety, Sunamita e Suzane não exageram quando a chamam de vaca.

-Caramba, ela não parece ser tão podre nas fotos e na tv.

-Ela foi super arrogante quando nós esbarramos mesmo não sendo a minha culpa. - me levantei e peguei o computador de Paula na mesa. - Ela é bonita e precisa de determinação e paciência para conseguir tirar ela do caminho.

A porta do apartamento abre e um cheiro saboroso de comida do restaurante invade minhas narinas. Paula e eu olhamos ao mesmo tempo para Nando. Ele entra com um sorriso no rosto, eu acho impressionante como as pessoas negras tem sorrisos únicos e marcantes. Eu jamais conheci alguém com um sorriso parecido com o de Fernando.