capítulo 4

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A Nova Jornada e a Primeira Impressão

Leonardo acordou naquela manhã com a cabeça ainda presa às memórias da noite anterior. A cidade de Turim ainda era um mistério para ele, mas havia algo reconfortante em sua nova vida. No entanto, hoje seria o dia decisivo. Era o primeiro treino com sua nova equipe, e ele sabia que suas ações ali ditariam seu futuro.

Ao chegar ao centro de treinamento do clube, Leonardo se sentiu pequeno diante da imensidão do local. O lugar era ultramoderno, com uma estrutura que transbordava profissionalismo. Ele parou o carro no estacionamento, ajustou sua mochila no ombro e respirou fundo. Estava prestes a conhecer seus novos colegas de equipe e, mais importante, mostrar ao técnico e aos outros que ele merecia estar ali.

Entrou no prédio e foi logo recebido por um dos funcionários do clube.

— Navarro? — o homem perguntou, com um sorriso profissional.

— Sim — Leonardo respondeu, tentando soar tranquilo.

— Seja bem-vindo. O técnico e os outros jogadores já estão no vestiário. Siga por esse corredor.

Leonardo seguiu as instruções, o som de suas passadas ecoando pelo longo corredor. Ao abrir a porta do vestiário, ele se deparou com um grupo de jogadores já trocados e conversando. A maioria deles parecia descontraída, mas havia uma tensão no ar, típica de ambientes competitivos.

Um dos jogadores, sentado no banco mais ao centro, levantou-se ao ver Leonardo entrar. Era um homem alto, com um cabelo castanho curto e uma expressão de leve curiosidade no rosto.

— Você deve ser o Navarro, certo? — disse ele, com um sotaque pesado. — Sou Ricardo, meio-campo aqui.

— Isso mesmo, prazer — respondeu Leonardo, apertando a mão dele.

Ricardo deu um sorriso discreto e apontou para os outros jogadores ao redor.

— Bem-vindo à selva, amigo. Todo mundo aqui está esperando para ver o que você tem a oferecer. — Ele deu uma risadinha, que Leonardo percebeu ser meio de provocação, meio de simpatia.

Os outros jogadores acenaram para ele, alguns com um olhar amistoso, outros com uma indiferença competitiva. A dinâmica do grupo era clara: alguns estavam curiosos com o novo reforço, outros apenas queriam manter seus lugares seguros no time.

Leonardo rapidamente trocou de roupa, colocando o uniforme de treino com o escudo do clube no peito. Ele se sentia preparado, mas sabia que o teste de verdade começaria assim que colocasse os pés no campo.

Poucos minutos depois, o técnico, Giovanni Marchetto, entrou no vestiário. Marchetto era um homem que impunha respeito. Alto, com cabelos grisalhos e uma postura impecável, ele não precisou levantar a voz para silenciar o grupo.

— Todos prontos? — perguntou ele, seu olhar percorrendo o rosto de cada jogador. Quando seus olhos pousaram em Leonardo, ele fez uma leve pausa. — Navarro, certo? Espero que tenha se preparado. Aqui, você só terá uma chance de impressionar. Vamos para o campo.

Leonardo apenas assentiu. Sabia que não tinha espaço para erros.

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No campo, o ambiente era de pura concentração. Os preparadores técnicos já haviam preparado tudo para o treino tático. Leonardo observou os jogadores com os quais estava prestes a compartilhar o gramado. Entre eles, reconheceu alguns rostos de renome: Mateo, o capitão do time e zagueiro central, conhecido por sua liderança firme; Sergio, um atacante jovem e explosivo, que se movimentava com uma confiança que só os artilheiros têm.

O treino começou com um aquecimento intenso, seguido por exercícios de passes curtos e movimentação sem bola. Leonardo sabia que, para se destacar, precisava mostrar precisão e inteligência tática. Não era apenas sobre correr mais rápido, mas sim sobre saber onde estar no momento certo.

A certa altura, durante um exercício de ataque contra defesa, Leonardo recebeu a bola no meio-campo. Ele rapidamente percebeu Sergio correndo em direção ao gol, sua movimentação pedindo um passe em profundidade. Sem hesitar, Leonardo lançou uma bola curva, que passou pelos defensores e caiu perfeitamente nos pés de Sergio.

— Boa bola! — gritou Sergio, correndo em direção ao gol.

Leonardo sentiu uma onda de alívio e satisfação. Aquele era o tipo de jogada que ele sabia fazer, e agora os outros começavam a perceber isso.

No entanto, nem tudo foi fácil. Em um dos lances seguintes, Leonardo perdeu a bola ao tentar driblar dois marcadores. Giovanni Marchetto imediatamente interrompeu o treino.

— Navarro! — gritou ele, com uma voz firme, mas controlada. — Você está aqui para jogar simples. Não quero firulas, quero objetividade. Entendido?

Leonardo assentiu, sentindo o peso do erro. Mas ele sabia que fazia parte do processo de adaptação.

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Após duas horas de treino intenso, o técnico reuniu todos no centro do campo. O sol já começava a se esconder por trás das montanhas, e o cansaço era visível no rosto de cada jogador.

— Bom trabalho hoje, pessoal — começou Giovanni, com seu tom sempre sério. — Ainda temos muito a ajustar, mas gostei do que vi. Navarro, continue assim. Mostre mais do que fez no primeiro lance e menos do que fez depois. E lembre-se: aqui, cada dia é um teste.

Leonardo agradeceu com um aceno. Sentia-se exausto, mas ao mesmo tempo aliviado. O primeiro dia havia passado, e ele sobrevivera.

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De volta ao vestiário, enquanto se trocava, foi abordado por Ricardo novamente.

— Cara, aquele passe foi espetacular — disse ele, dando um tapinha no ombro de Leonardo. — Se continuar assim, vamos nos dar muito bem no meio-campo.

Leonardo sorriu, grato pelo elogio.

— Obrigado. Estou só começando.

Ricardo sorriu de volta, e logo outros jogadores também vieram cumprimentá-lo. Aos poucos, ele começava a se sentir parte do time. Sabia que ainda havia muito a provar, mas o primeiro passo tinha sido dado.

Ao deixar o centro de treinamento naquela noite, Leonardo sentiu uma sensação de dever cumprido. Ele sabia que a jornada seria longa e cheia de desafios, mas estava pronto para enfrentar cada um deles.

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