capítulo 21

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A Conversa de Leonardo e Aslan

O sol brilhava suavemente pela janela da casa de Angel, preenchendo a sala com uma luz morna e convidativa. Era uma manhã tranquila, e Angel estava na cozinha preparando o café da manhã. Leonardo e Aslan estavam na sala, sentados no chão entre brinquedos espalhados por todos os lados, construindo uma torre com peças de montar.

Leonardo observava Aslan com curiosidade. O menino estava mais quieto do que de costume, os olhos focados nas peças coloridas, mas sua mente parecia estar longe. Não era como Aslan, sempre cheio de energia e ideias, especialmente depois do jogo de Leonardo, onde ele havia sido o centro das atenções. Algo estava pesando em sua pequena mente, e Leonardo sentia que era importante.

— Você está bem, campeão? — Leonardo perguntou, sua voz suave enquanto ele empilhava outra peça na torre.

Aslan franziu o cenho e parou de brincar por um momento. Seus dedos brincavam com uma das peças, girando-a entre as mãos antes de colocá-la de volta no chão.

— Tô... mas... eu queria perguntar uma coisa... — Ele disse devagar, a voz cheia de hesitação. Seus olhos castanhos se levantaram para encontrar os de Leonardo, como se estivesse buscando permissão para continuar.

Leonardo sorriu de forma encorajadora, movendo-se um pouco mais perto para estar no mesmo nível do menino.

— Você pode me perguntar o que quiser, Aslan. O que está passando pela sua cabeça?

Aslan respirou fundo, seus pequenos ombros se levantando e abaixando com o esforço. Ele olhou brevemente para a cozinha, onde Angel estava ocupada, antes de retornar sua atenção a Leonardo.

— Eu sei que você não é meu pai... — começou ele, sua voz quase um sussurro. — Mas... eu queria... eu queria poder te chamar de papai.

As palavras saíram hesitantes, mas carregadas de uma sinceridade que fez o coração de Leonardo apertar no peito. Ele olhou para Aslan, o pequeno garoto à sua frente que, com apenas alguns anos de vida, já havia passado por tantas coisas. Era impossível não sentir o peso dessa pergunta. Aslan olhava para ele com olhos grandes, esperando por uma resposta que poderia mudar tudo.

Leonardo engoliu em seco, processando o que aquilo significava. Ele sempre soube que seu relacionamento com Angel e Aslan estava se tornando mais profundo, mas essa pergunta trazia uma nova camada de responsabilidade, um passo que ele sabia que não poderia dar levianamente.

— Aslan... — Leonardo começou, sua voz suave enquanto colocava uma mão no ombro do garoto. — Você sabe que seu pai verdadeiro não está por perto, e eu nunca tentaria substituir ele. Eu sei que ser pai é algo muito importante... Ele fez uma pausa, os olhos sérios enquanto continuava. — Mas se você realmente quer isso, se é o que você sente no seu coração, eu ficaria honrado em ser alguém que você possa chamar de pai.

Aslan piscou algumas vezes, como se estivesse tentando entender todas as palavras, mas então, um pequeno sorriso apareceu em seus lábios. Era um sorriso tímido, quase inseguro, mas estava lá. Ele não disse nada de imediato, mas se inclinou para Leonardo, envolvendo seus braços pequenos em torno do pescoço dele em um abraço apertado. Foi um gesto simples, mas cheio de significado.

Leonardo o abraçou de volta, sentindo o quanto aquele momento era importante para ambos. Havia algo incrivelmente poderoso em ser aceito daquela forma por uma criança tão pura e cheia de amor. Ele sabia que isso mudava tudo, mas, ao mesmo tempo, parecia a coisa mais natural do mundo.

— Você é um menino muito especial, Aslan, e eu vou fazer o meu melhor para ser um bom pai para você, do jeito que eu puder. — Leonardo disse, sua voz saindo em um sussurro enquanto segurava o garoto.

Quando o abraço finalmente se desfez, Aslan olhou para ele com um brilho novo nos olhos, como se a insegurança anterior tivesse desaparecido completamente.

— Você vai ser o melhor papai de todos! — Aslan exclamou, agora com a confiança de que tudo estava certo.

Leonardo riu, tocado pela simplicidade e a força da fé que Aslan tinha nele. Ele ainda estava se acostumando à ideia, mas ver o quanto aquilo significava para o menino o fazia acreditar que eles estavam no caminho certo.

Nesse momento, Angel apareceu na porta da cozinha, segurando dois pratos de panquecas. Ela parou ao ver os dois juntos, sentindo que algo importante tinha acontecido.

— Vocês dois parecem estar conspirando contra mim... o que está acontecendo aqui? — ela perguntou, seu tom brincalhão, mas com uma pitada de curiosidade genuína.

Aslan se levantou de onde estava sentado e correu até Angel, segurando a mão dela com um sorriso no rosto.

— Mamãe, o Leo vai ser meu papai agora!

As palavras de Aslan fizeram o coração de Angel saltar no peito. Seus olhos rapidamente se voltaram para Leonardo, e ela viu a expressão no rosto dele, uma mistura de surpresa e aceitação. Ela não esperava que essa conversa acontecesse tão cedo, mas, ao mesmo tempo, não podia ignorar o quanto Aslan adorava Leonardo e como essa conexão entre eles crescia a cada dia.

— É verdade? — Ela perguntou, olhando diretamente para Leonardo, querendo ter certeza de que ele estava bem com aquilo.

Leonardo deu de ombros, um sorriso tranquilo no rosto.

— Ele me perguntou se podia me chamar de pai, e eu... eu disse que sim, se ele realmente quisesse.

Angel ficou em silêncio por um momento, absorvendo tudo. Era um grande passo, algo que ela sabia que significava muito para o filho. E, mesmo que ainda houvesse uma parte dela que hesitava, com medo de como isso poderia mudar as coisas, ela sabia que não podia negar o desejo de Aslan.

Ela se abaixou para ficar na altura de Aslan, acariciando seu cabelo com carinho.

— Se isso faz você feliz, meu amor, então faz a mamãe feliz também.

Aslan pulou de alegria, claramente animado com a aprovação da mãe.

Leonardo se levantou do chão e se aproximou de Angel e Aslan, sentindo que, de alguma forma, eles haviam se tornado uma verdadeira família. Não do jeito tradicional, mas de uma forma única e especial. Ele sabia que ainda havia muito pela frente, desafios e ajustes, mas, naquele momento, tudo parecia certo.

— Então, acho que isso significa que podemos comemorar com panquecas! — Leonardo disse, tentando aliviar a intensidade da conversa com um pouco de humor.

Aslan riu e correu até a mesa, animado para o café da manhã. Angel olhou para Leonardo, seus olhos ainda expressando um pouco de surpresa, mas também gratidão. Ela sabia que ele estava assumindo um grande papel, e isso a tocava profundamente.

— Obrigada... por isso. — ela disse baixinho, enquanto caminhavam em direção à mesa.

Leonardo sorriu, dando de ombros de forma casual.

— É o mínimo que posso fazer. Ele é um garoto incrível... e você é uma mãe incrível. Estou feliz por estar aqui.

Angel sorriu de volta, sentindo que, aos poucos, suas vidas estavam se ajustando e se encaixando de uma forma que ela nunca imaginou possível. O que antes parecia impossível, agora estava se tornando real.

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⏰ Última atualização: 12 hours ago ⏰

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