Amor em campo

capítulo 7

Pensamentos Inquietos

A manhã seguinte ao encontro com Leonardo Navarro começou de maneira comum para Angel. Ela se levantou cedo, como sempre, para preparar o café da manhã e acordar Aslan para a escola. A rotina diária estava tão gravada em seus movimentos que ela poderia fazer tudo de olhos fechados. No entanto, uma parte dela estava distraída.

Enquanto colocava suco no copo de Aslan, a imagem de Leonardo vinha à sua mente. A maneira como ele a ajudou a se equilibrar, o sorriso simpático que ele exibia, o tom descontraído de sua voz... Não era nada extraordinário, mas algo nele ficara com ela, alojado em um canto de seus pensamentos, como um intruso que ela não sabia como expulsar.

— Mamãe? — A voz de Aslan a tirou do devaneio.

— O que foi, querido? — Angel perguntou, percebendo que estava segurando a jarra de suco no ar, sem derramar o líquido.

— Você está pensando em alguma coisa? — ele perguntou, os olhinhos curiosos a encarando.

Angel riu e balançou a cabeça.

— Só distraída, amor. Vamos terminar de tomar o café para não nos atrasarmos.

Depois de levar Aslan à escola, Angel voltou para casa e tentou se concentrar nas tarefas do dia. Organizou a casa, lavou a roupa, mas, de tempos em tempos, lembrava-se da breve conversa que tivera com Leonardo. Era ridículo, pensava ela, deixar algo tão pequeno como um esbarrão mexer tanto com seus pensamentos. Ela não sabia quase nada sobre ele, além do fato de que ele era famoso. E, para ser honesta, ela nem acompanhava futebol. Mas havia algo naquela interação que a deixara intrigada.

— Isso é só porque você não está acostumada a sair da sua bolha, Angel. — ela disse em voz alta para si mesma, tentando racionalizar os próprios sentimentos. "Nada de mais."

Mas, quanto mais tentava convencer a si mesma de que não estava afetada, mais ela se pegava pensando no sorriso dele, na maneira gentil com que ele falara sobre seu filho, e na forma como, por alguns instantes, ela se sentira vista. Não como "a mãe de Aslan" ou a mulher que sempre carrega o peso do passado, mas como... uma mulher. Algo que ela não se permitia sentir há muito tempo.

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Naquela tarde, Bianca apareceu de surpresa, como sempre fazia. Angel estava terminando de dobrar a roupa quando ouviu a porta se abrir, seguida pela voz animada da amiga.

— Tem alguém em casa? — gritou Bianca, já entrando na sala com sua energia contagiante.

— Estou aqui na lavanderia! — Angel respondeu.

Bianca apareceu na porta, encostando-se no batente com um sorriso curioso no rosto.

— Você está com uma cara estranha. O que houve?

Angel bufou e revirou os olhos.

— Eu não estou com cara nenhuma. Só estou pensando.

— Hmm... pensando em quê? — Bianca perguntou, levantando uma sobrancelha.

— Não é nada. Sério. Só... só estou distraída. — Angel tentou desviar do assunto, mas sabia que com Bianca seria impossível.

— Aham. Isso está com toda a cara de "alguma coisa aconteceu". — Bianca se aproximou e sentou-se no sofá, cruzando os braços. — Vai, me conta logo. Não adianta tentar esconder. Sou sua amiga, sei quando você está com alguma coisa na cabeça.

Angel hesitou por um momento, mas sabia que não conseguiria escapar. Com um suspiro, sentou-se ao lado de Bianca e contou sobre o encontro com Leonardo Navarro no dia anterior.