capítulo 14

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O Laço Que Se Forma

Angel ficou ali por um momento, observando Aslan dormir tranquilamente ao lado de Leonardo. A cena, por mais simples que fosse, trouxe um calor ao seu coração que ela não conseguia ignorar. Algo estava mudando entre eles — não apenas entre ela e Leonardo, mas também entre Leonardo e Aslan.

Com cuidado, ela se aproximou e pegou Aslan nos braços, tentando não acordá-lo. O menino se mexeu um pouco, mas logo voltou a relaxar, aninhando-se no ombro de sua mãe. Leonardo se levantou do sofá e os seguiu enquanto Angel levava Aslan até seu quarto.

Eles colocaram Aslan na cama juntos, Angel puxando as cobertas enquanto Leonardo ajeitava o travesseiro. Era um pequeno gesto, mas a cumplicidade silenciosa entre eles era palpável. Quando Angel terminou de arrumar o filho, ambos saíram do quarto, fechando a porta suavemente para não fazer barulho.

De volta à sala, Angel olhou para Leonardo com um sorriso genuíno no rosto.

— Obrigada novamente. Eu não teria conseguido trabalhar hoje se não fosse por você. Ele parecia realmente feliz.

Leonardo deu de ombros, com um sorriso tímido.

— Foi um prazer. Ele é uma criança incrível. Inteligente, curioso, cheio de energia... foi divertido. — Ele fez uma pausa, observando Angel por um momento. — E foi bom passar o dia com ele. Senti como se já o conhecesse há muito mais tempo.

Angel riu baixinho, percebendo a verdade por trás das palavras dele. Aslan se conectava facilmente com as pessoas, mas havia algo especial na maneira como ele e Leonardo interagiam. Talvez fosse o fato de Leonardo tratá-lo como alguém importante, interessado em seus gostos e sonhos.

— É bom ouvir isso. Aslan... ele é tudo para mim. E eu sempre fico um pouco apreensiva com quem está por perto, sabe? Mesmo que eu confie em você, é difícil deixar alguém cuidar dele, mesmo por um dia. — Angel confessou, sentindo-se um pouco vulnerável ao admitir isso.

Leonardo assentiu, compreendendo perfeitamente.

— Eu entendo. Você passou por muita coisa. Mas saiba que eu estou aqui. Sempre que precisar de ajuda, com o que for. — Ele falou com seriedade, seus olhos fixos nos dela.

Angel sentiu seu estômago revirar levemente. Não estava acostumada a receber esse tipo de apoio, e algo sobre a maneira como Leonardo se oferecia a deixava com um misto de conforto e nervosismo. Era como se, pela primeira vez em muito tempo, ela pudesse relaxar e confiar em alguém.

— Obrigada. Isso significa muito para mim. — respondeu, a voz suave.

Os dois ficaram em silêncio por um momento, a conexão entre eles ficando cada vez mais evidente. Angel desviou o olhar primeiro, sentindo suas bochechas corarem ligeiramente.

— Eu acho que vou descansar um pouco. Foi um dia longo. — disse, com um sorriso tímido.

Leonardo assentiu, percebendo que aquele era o sinal para ir embora.

— Claro, você merece descansar. Vou indo agora, mas se precisar de algo, me liga.

— Vou fazer isso. Obrigada novamente, Leo. Boa noite.

— Boa noite, Angel. — Ele se despediu com um sorriso e saiu pela porta.

Angel fechou a porta atrás dele e encostou-se nela por um momento, respirando fundo. Havia algo sobre aquele dia, sobre a maneira como Leonardo se conectava com Aslan, que a fazia sentir-se mais segura, mais aberta. Era estranho, mas bom. Um sentimento que ela não experimentava há muito tempo.

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No dia seguinte, Aslan acordou animado, pulando da cama e correndo para o quarto de Angel.

— Mamãe! Mamãe! Você viu? Eu e o Leonardo brincamos o dia inteiro! Ele é tão legal! — Aslan contou, com os olhos brilhando de felicidade.

Angel riu, puxando o filho para cima da cama.

— Eu vi, sim. Você se divertiu bastante, hein? O que vocês fizeram?

— Brincamos de dinossauros, ele me deixou ensinar sobre todos! E depois vimos um filme de dinossauros também! Ele é o melhor, mamãe! — Aslan disse, ainda empolgado.

— Fico feliz que você tenha gostado, meu amor. Quem sabe vocês não podem passar mais tempo juntos, se você quiser. — Angel sugeriu, observando o entusiasmo do filho.

— Sim! Quero sim! Quero brincar com ele de novo! — Aslan respondeu, animado.

Angel sorriu, acariciando os cabelos de Aslan enquanto o menino falava sem parar sobre o que tinha feito com Leonardo. Era claro que o laço entre eles estava crescendo rapidamente, e ela não podia deixar de se sentir um pouco aliviada por ver que Aslan estava encontrando outra pessoa em quem confiar e se divertir.

Mais tarde naquele dia, Angel enviou uma mensagem a Leonardo.

— Obrigada mais uma vez por ontem. Aslan não para de falar sobre o quanto se divertiu. Acho que ele ganhou um novo amigo. :)

Pouco tempo depois, Leonardo respondeu.

— Fico feliz em ouvir isso. Ele é um garoto incrível. Podemos fazer isso sempre que precisar.

Angel sorriu para o telefone, sentindo o calor das palavras de Leonardo.

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Enquanto os dias passavam, Angel se acostumou com a ideia de ter Leonardo por perto, não apenas como alguém com quem ela estava começando a ter sentimentos, mas também como uma figura importante na vida de Aslan. Sempre que ele vinha, trazia um novo jogo ou ideia para brincar com Aslan, e as risadas enchiam a casa.

Leonardo não apenas estava conquistando seu espaço na vida de Angel, mas também no coração de Aslan, e Angel começava a perceber o quanto isso significava. Ela ainda guardava cicatrizes do passado, mas pela primeira vez em muito tempo, começava a sentir que havia uma nova possibilidade de futuro. Não apenas para ela, mas para Aslan também.

No entanto, mesmo com todas essas emoções florescendo, Angel sabia que tinha que ser cautelosa. Não podia se permitir confiar tão facilmente. Aslan era sua prioridade, e ela precisava garantir que qualquer mudança em suas vidas fosse positiva para ele.

Mas, conforme via Aslan rir e brincar com Leonardo, aquela cautela parecia cada vez mais difícil de manter.

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Certo dia, enquanto os três estavam juntos no parque, Angel observava de longe enquanto Leonardo e Aslan corriam pela grama, fingindo ser dinossauros. O som das gargalhadas de Aslan e os gestos exagerados de Leonardo a fizeram sorrir.

Leonardo se virou para ela, seus olhos encontrando os dela à distância. Havia algo ali — uma promessa silenciosa, uma confiança que estava se construindo. E, pela primeira vez em muito tempo, Angel sentiu que talvez, só talvez, ela pudesse permitir que essa nova fase de sua vida florescesse.

O caminho seria lento, mas ao lado de Leonardo e Aslan, ela sabia que poderia ser um caminho bonito.

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