A lua prateada brilhava intensamente no céu sem nuvens, abençoando a cerimônia que estava prestes a acontecer. No centro do pequeno templo ao ar livre, cercado por tochas que dançavam com o vento suave, uma longa mesa coberta de finos tecidos de linho aguardava os presentes das pretendentes. Uvas roxas, maçãs vermelhas, bolinhos caseiros e pães rústicos adornavam a mesa, simbolizando a divisão clara entre nobres e camponesas. O ar estava repleto de expectativa, enquanto as moças aguardavam a chance de conquistar o coração dos príncipes.
Sokjhan Nanrhi, com seus 17 anos, observava tudo com desinteresse. Sentado em uma cadeira nobre ao lado de seu irmão mais velho, Leiang, ele mantinha uma postura ereta, porém relaxada. Seu olhar dourado estava fixo nas mulheres que dançavam na pista abaixo. A "Dança da Conquista", como era chamada, era um espetáculo cuidadosamente coreografado, onde tanto as nobres quanto as camponesas exibiam seus talentos e charme na esperança de serem escolhidas para a dança dos príncipes. Para Sokjhan, entretanto, a cerimônia não passava de um teatro vazio.
Leiang, em contraste, estava vibrante de animação. Seu sorriso largo e os olhos brilhantes denunciavam o quanto ele apreciava o espetáculo diante deles.
- Olha só aquela de vestido púrpura, Sokjhan - Leiang comentou, inclinado para o irmão, com uma feição de entusiasmo. - E aquela outra com as maçãs verdes? São todas belas, não acha?
Sokjhan desviou o olhar das dançarinas por um breve momento, mantendo o tom de voz baixo e entediado.
- Uma ou outra é bonita... Mas, francamente, essa cerimônia é ridícula.
Leiang ergueu uma sobrancelha, surpreso com a indiferença do irmão.
- De novo com essa história? - Ele se ajeitou na cadeira, virando-se para Sokjhan. - É a terceira cerimônia de pretendentes, Sokjhan. Você já deveria estar acostumado. O que há de errado com você? São as tradições da nossa cultura, é o que somos! Não consegue ver a beleza nisso?
Sokjhan bufou, cruzando os braços.
- A beleza que eu vejo é você já ter se deitado com mais mulheres fora dessas cerimônias do que há aqui hoje. E isso em apenas três festivais. Algo que não condiz com a conduta de um herdeiro
Leiang bateu no peito com orgulho, sem disfarçar o sorriso provocativo.
- Isso só prova que eu sou macho de verdade. Um futuro chefe da família Nanrhi precisa ser forte em todas as áreas. - Ele deu uma risada, achando graça de si mesmo.
Mas Sokjhan não compartilhou do humor. Seu olhar endureceu, a voz saindo fria.
- Se ser "macho de verdade" significa agir como você, então preferia ser um camponês. Longe de Rachzern, longe de viver as expectativas que você tem como futuro chefe da família Nanrhi. - Ele se levantou de repente, sem se preocupar com a reação dos outros.
O movimento foi rápido o suficiente para atrair a atenção das dançarinas, que pararam imediatamente, as expressões de surpresa e confusão estampadas em seus rostos. Todas as cabeças se voltaram para a pequena elevação onde os irmãos Nanrhi estavam sentados.
- Sokjhan, o que você pensa que está fazendo? - Leiang perguntou, furioso, a voz quase em um grito.
Mas Sokjhan cortou a fala do irmão com um simples gesto da mão, sem sequer olhá-lo nos olhos.
- Para mim, essa cerimônia acabou. - Ele se virou, descendo as escadas com passos firmes, indo em direção à casa.
As dançarinas permaneciam imóveis, chocadas. O ambiente festivo deu lugar a uma tensão palpável, e Leiang, que havia ficado parado, incapaz de reagir, finalmente ergueu a voz.
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Infinity Flow
Viễn tưởngNo coração do reino de Rachzern, onde a nobreza governa com punhos adornados em ouro e púrpura, Sokjhan Nanrhi é o príncipe destinado a liderar um dos clãs mais influentes da dinastia. Filho da realeza, cercado por riquezas e privilégios que poucos...