IV - Impasse

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Dentro da cabana, o ambiente era escuro e sufocante. Um homem de aparência rude, cabelos grisalhos e barba mal cuidadada, segurava uma vara improvisada de bambu, chicoteando com força uma jovem amarrada. A mulher, seminua, estava presa a uma armação feita de bambu e palhas, com os braços e pernas amarrados, e a boca coberta por uma mordaça, o que a impedia de gritar. Cada golpe fazia com que ela gemesse de dor, mas o homem parecia imerso em sua própria fúria para se importar.

— Sua família mentiu para mim! — vociferava ele, levantando a vara mais uma vez. — Prometeram um lar no distrito de Whuxolk se eu fizesse o serviço sujo! E agora olha para mim! Preso nessa maldita cabana, vivendo do que eu posso caçar!

A vara desceu com força, atingindo a perna da mulher. A dor estava clara em seu rosto, mas ela não tinha como reagir.

— Safados, todos vocês! E é por isso que você tem que pagar também! — disse ele, prestes a desferir outro golpe.

Antes que pudesse continuar, uma sombra apareceu na entrada da cabana. O homem parou, confuso, enquanto Sokjhan, com uma expressão séria, permanecia imóvel na porta. O velho franziu o cenho, seu rosto mostrando clara irritação.

— Quem diabos é você? — grunhiu o homem. — Vai se lascar e sai daqui! Não é problema seu!

Sokjhan suspirou, os olhos fixos no homem, enquanto sua voz, baixa e controlada, cortava o ar.

— Você é mais sujo do que aqueles que mentiram para você.

O homem se enfureceu instantaneamente. Seu rosto ficou vermelho de raiva, e ele apertou com força a vara de bambu.

— O quê? — rugiu ele, os olhos arregalados de ódio. — Se você não sair daqui agora, vai acabar morto, moleque!

Sokjhan, com calma, fechou os olhos por um momento, como se ponderasse o próximo movimento. Quando voltou a falar, sua voz estava repleta de uma convicção fria.

— Pelo que ouvi, você matou pessoas por ganância, e agora está descontando sua raiva em uma jovem indefesa. Você é quem deveria pagar por todas as vidas que tirou.

A fúria do homem explodiu de vez. Ele avançou rapidamente em direção a Sokjhan, brandindo a vara de bambu como uma arma. No entanto, Sokjhan foi mais rápido. Com um movimento rápido e preciso, ele desferiu um chute na mão do homem, fazendo a vara voar no ar. Antes que caísse, Sokjhan a agarrou com destreza, girando-a brevemente entre as mãos.

— Filho da...! — o homem murmurou, furioso, assumindo uma postura de luta.

Ele avançou com velocidade surpreendente para alguém de sua idade, desferindo um golpe com a palma da mão contra o abdômen de Sokjhan, que recuou um passo para trás com o impacto. Mesmo assim, seus olhos nunca deixaram o homem. Eles continuavam fixos, calmos, analisando cada movimento.

O homem não perdeu tempo e avançou novamente. Suas palmas firmes se moviam rapidamente em direção a Sokjhan, que bloqueava os golpes com os braços e as mãos. O som de palmas se chocando ecoava pela cabana, enquanto ambos trocavam golpes em alta velocidade. O homem mostrava habilidade, mas Sokjhan estava sempre um passo à frente, defendendo e desarmando os ataques do homem com agilidade.

Após uma breve sequência de golpes, Sokjhan recuou alguns passos para ganhar espaço. Ele então deu um salto ágil e desferiu um chute com o pé direito. O homem conseguiu defender com o braço esquerdo, usando uma técnica de arte marcial. Ambos estavam em um impasse.

Foi então que o homem bateu as palmas das mãos com força, e pequenas chamas apareceram nas pontas de seus dedos. O calor era perceptível, e Sokjhan observou com atenção, seus pensamentos rápidos analisando a situação.

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