Falling apart

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                    O dia seguinte se iniciou bem cedo, bem antes do amanhecer. Jade acordou primeiro e, após um bocejo longo, ligou o abajur e virou-se sutilmente para o outro lado, vendo Sunisa dormir. Foi simplesmente impossível não suspirar e sorrir com aquela visão: a jovem estava virada em sua direção, coberta até a cintura, com uma expressão relaxada, respiração constante... Tinha que reconhecer: estava começando a se acostumar e sentiria muita falta de tudo aquilo. Ao se sentar na cama, esticou os braços para cima e estirou o torso, afastando a preguiça, deu um beijo na mulher adormecida ali e se levantou, indo para o meio do quarto.

                    Como de praxe, a capitã iniciou a sua sessão de alongamentos e logo emendou para a sua série de flexões. Sunisa tateou a cama e, ao senti-la vazia, acordou. De forma manhosa, se espreguiçou e se ergueu, apoiando-se em seu cotovelo esquerdo, para saber onde ela estaria. Ficou olhando-a fazer aquele exercício. Jade contava tudo em meio à respiração ofegante, mas a estadunidense não entendia por conta da barreira linguística. Lee ficou olhando-a atentamente, pois era a primeira vez que, de fato, a via fazer aquilo e era-lhe uma visão cativante: os músculos dela se contraindo a cada flexão, a expressão concentrada, a velocidade, o suor que já começava a molhar a blusa dela, sua habilidade. Olhando pela janela, percebeu que ainda não tinha amanhecido. Jade Barbosa era mesmo uma atleta muito ativa.

– Cento e dezesseis... Cento e dezessete... Cento e dezoito... – Jade contava a cada flexão. Sua respiração já estava demasiado ofegante e entrecortada. – Cento e dezenove... Cento e vinte... – Terminou e tratou de se levantar. – Ufff... – Soltou o ar, começando a respirar melhor.

– Você nunca para quieta? – Sua atenção foi chamada pela voz sonolenta da mulher em sua cama. – O que faz acordada antes do amanhecer?

                    Jade apenas sorriu e se aproximou da cama, sentando-se ali e arastando-se para perto dela.

– Por que acordou? – Perguntou, antes de dar-lhe um selinho.

– Não sei, eu... – Sunisa estava quase respondendo o motivo, mas preferiu omitir. – Acho que perdi o sono. – Disfarçou.

– Ok. Eu vou tomar um banho e preparar o café da manhã. Se, por acaso, ainda sentir sono, pode dormir mais um pouco. – A capitã respondeu, já se levantando.

– Pode ficar tranquila, eu não vou dormir. – Lee respondeu confiante, tentando demonstrar a firmeza de sua decisão. – Vai tomar o seu banho. – Completou, já voltando a abraçar o travesseiro dela.

– Está bem. – Sem contestar, Jade se aproximou do guarda-roupa e começou a escolher a roupa que usaria.

                    Sunisa a acompanhou com o olhar até que pegasse a roupa, uma toalha e entrasse no banheiro. Ao se ver sozinha de novo, respirou fundo e voltou a se encolher no lençol, abraçando o travesseiro e aspirando o cheiro que emanava dali. Sentia o corpo cansado e sonolento e, obviamente, não conseguiu resistir ao sono. Quando Jade saiu do banho, já vestida e secando o cabelo, e a viu dormindo novamente, sorriu, meneando com a cabeça, sabendo que a birra dela não durava tanto quanto ela queria ou esperava.

                   Saindo do quarto, Barbosa foi para a cozinha e começou a mexer nos armários e geladeira, pegando os ingredientes para fazer um café da manhã farto e gostoso para ela. Os waffles que tinha comprado na noite anterior – por pura insistência dela – entrariam naquele cardápio juntamente com o chantily. A tranquilidade ao seu redor e em seu interior era uma dádiva e as coisas pareciam estar indo no caminho certo. O sorriso tranquilo que brincava em seu rosto era a maior prova do quão bem e revigorada se sentia. Já estava terminando de arrumar a mesa quando a viu sair do quarto com um aspecto sonolento e esfregando os olhos.

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⏰ Última atualização: a day ago ⏰

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Podium and Fire - Kiss Me Like You Mean it.Onde histórias criam vida. Descubra agora