Pelo bem da sua saúde mental

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- E você terminou com o gringo pra voltar? - Chico estava engajado com a história de Ana Gabriela, enquanto comiam, sentados na varanda.

- Isso! Mas ele não era lá grandes coisas não. A gente se conheceu na universidade e as coisas simplesmente foram acontecendo.

Francisco, que recém terminara o seu lanche, levantou-se e sorriu malandro, aproximando-se de Ana e segurando em sua cintura com ambas as mãos. Ela estava escorada no parapeito da sacada mais uma vez.

- Foi acontecendo? - perguntou baixo e provocativo - Naturalmente?

- É, eu gosto quando as coisas vão acontecendo... Naturalmente. - ela sorriu e enlaçou os braços ao redor do pescoço de Moedas, puxando-o para um beijo. Ela também recém havia terminado seu sanduíche.

Quando os lábios se afastaram, os dois olharam para fora. Era provavelmente de madrugada, pois estava super escuro. Contudo, havia muita gente na rua e música rolando. Ele abraçou Ana por trás e apoiou a cabeça em seu ombro. Ela sorriu levemente e acariciou as mãos de Chico que estavam apoiadas em sua barriga nua. Eles estavam somente com roupas íntimas.

- Vamos tomar um banho?

- Com certeza.

Ele se afastou e foi até o banheiro. Ana fechou a porta da sacada e a cortina mais uma vez, antes de segui-lo para o outro cômodo. Ela foi tirando as peças de lingerie no caminho e encontrou Chico enchendo a banheira.

- Acho que a gente merece um banho de banheira. - disse ele, abrindo um armário e pegando algumas bath bombs de diferentes cores - Quer escolher uma? - perguntou, sério. Ana sorriu animada e foi até ele, cheirando os diferentes aromas, acabando por escolher uma rosa que tinha um cheiro floral.

Não demorou para que a banheira estivesse cheia com aquela água quentinha e deliciosa. Chico se sentou confortavelmente e estendeu a mão para Ana, que sorriu e se sentou entre suas pernas, escorada em seu peito. A bomb explodiu na água, deixando o banheiro inteiro com um cheiro delicioso.

- Mas eu quero saber sobre você. - disse Ana, brincando com a espuma da banheira. Chico nada disse, pois estava distraído com a felicidade de Ana com a espuma - Solteiríssimo, Francisco? - ela se virou para ele, sentando-se em seu colo. Eles agora se encaravam, enquanto ela pegava um pouco de água e molhava o rosto de Chico devagar com sua mão, delicadamente, lavando-o.

- Claro que sim. - respondeu ele, com os olhos fechados, esperando que ela terminasse. Quando o fez, ela lhe deu um selinho rápido. Ele sorriu e abriu os olhos vendo-a molhar seus próprios cabelos e rosto.

- E... Faz quanto tempo?

- Bastante. - ele deu uma pausa e suspirou pesado, apoiando uma das mãos na cintura de Ana e a acariciando lentamente - Acho que vai fazer 1 ano ou quase.

Ele falaria sobre Luísa agora? Ele parecia tão despreocupado sobre o assunto.

- E por quê? Você parece um cara tão legal. Você não é só bom de cama, como também é carinhoso e sabe fazer o papo fluir. - ela deu uma pausa e riu com a próxima frase - E também faz um sanduba de mortadela delicioso!

Ele riu por um momento, mas logo voltou a ficar sério. Ana podia jurar que viu seus olhos se encherem de lágrimas. Contudo, elas se confundiam com a água do banho.

- Não acho que seja fácil me namorar.

Ela sentiu uma ponta de tristeza em sua voz, então escolheu ficar em silêncio.

- Eu acho que fiz muita coisa errada e, mesmo que eu mude, ainda não é fácil me aceitar.

Chico sabia que aquilo seria vago para Ana, porque ela não o conhecia. Ao menos, ele achava que não. Mas ela entendeu direitinho.

Fingir sem FugirOnde histórias criam vida. Descubra agora