Ela não respondeu

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- Chico.

Moedas fechou os olhos com força, sentindo como se tudo fosse acabar ali. Ele tinha esse sentimento quase incurável desde que toda sua história com Luísa veio a público.

- Loirinha... - ele se virou para ela com um semblante desanimado, vendo-a com um sorriso leve no rosto, ainda com uma feição sonolenta e bêbada.

- Fica?

Veiga engoliu em seco e um suspiro pesado saiu de suas narinas. Até um meio sorriso surgiu em seus lábios.

- Ela não te conhece, Francisco. - sussurrou para si mesmo, antes de voltar para perto da cama e acariciar o rosto de Ana - Você quer que eu fique aqui hoje à noite?

Ela apenas assentiu e isso foi o suficiente para ele ficar. Suas roupas "sujas" da rua no chão, seu braço puxando Ana Gabriela para perto de seu corpo, as cobertas macias sobre sua pele, tudo parecia se encaixar perfeitamente.

- Chico. - ela sussurrou, desfazendo a conchinha para encará-lo. A luz amarela do abajur iluminava os cabelos dourados de Ana, deixando-a ainda mais bela.

- Hum?

Ele tinha os olhos fixos nos dela e, agora, acariciava seus cabelos. Seu peito ainda incomodava com aquele apelido vindo dela, mas sua voz soava tão linda e rouca que ele não podia contestar. Ela nada disse, apenas levou a mão ao rosto de Veiga e o puxou para um beijo, que foi correspondido. Aquele era um beijo que já começou de modo intenso.

A mão de Ana segurava sua nuca com certa força e ele podia sentir suas unhas pressionarem sua pele. Ele arfou em meio ao beijo, mordiscando o lábio inferior da loira, antes de escorregar sua mão pelas costas dela, cobertas pela camiseta, parando em sua bunda e apertando-a.

Eles se queriam de modo urgente, como se não se beijassem há tempos. Contudo, Francisco sabia bem que ela não estava em sã consciência, então, não ultrapassaria nenhum limite. Porém, deixou-a beijá-lo da forma como desejava.

- Ei, loirinha... - ele tentava falar, em meio ao beijo - Loirinha... - quando finalmente conseguiu separar os lábios dos dela, ambas as respirações estavam descompassadas. Ele deu um beijo na testa dela e, após, colou-a na sua, fechando os olhos e recuperando sua respiração - Vamos dormir agora, tá?

Ela resmungou, antes de inverter as posições e ficar sobre o corpo de Francisco, que soltou um gemido e mordeu o lábio, ao mesmo tempo pensando "ferrou". Ela sabia como deixá-lo excitado.

- Loirinha... Não faz isso... - ele praticamente implorava, manhoso, enquanto ela se sentava sobre seu corpo, especificamente sobre seu membro coberto pela cueca samba-canção - Vamos dormir, vamos.

Ela nada dizia, apenas o encarava com desejo e sorridente. Ela pegou os pulsos de Moedas e os prendeu nos lados de sua cabeça com firmeza, imobilizando-o.

- O que você quer, hein? Você nem consegue pensar direito. - ele riu da situação, um pouco nervoso. Ana aproximou o rosto do dele, intercalando entre olhar para seus olhos e seus lábios.

- Eu acho que gamei em você. - sussurrou ela, antes de rir e se afastar, voltando a deitar ao lado dele, que soltou um suspiro aliviado. Afinal, a sua carne é fraca - Vamos dormir. - disse ela, antes de se virar de costas para ele.

Francisco riu levemente e esticou o braço para a mesinha ao lado da cama, desligando a única luz acesa na casa. Então, abraçou-a por trás e não resistiu em dar leves mordidinhas e beijos em sua nuca, antes de abraçá-la e ambos pegarem no sono.

- Bom dia, loirinha.

Ana ouviu, assim que seus olhos se abriram. Um sorriso se formou em seus lábios, antes de sentir a respiração de Francisco próxima à sua nuca.

Fingir sem FugirOnde histórias criam vida. Descubra agora