4. Quatro

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E vamos ver como anda nossos pombinhos. E também nossa querida Eunchae
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Jimin sentia-se muito mal. Na verdade, não tão mal assim, admite, parando no saguão do térreo, com as mãos nos quadris. Mas mal o bastante para ficar acordado, vagando por essa casa enorme à meia-noite. Como gostaria de ter mantido a boca fechada! Esse é o resultado de ter sido criado numa casa cheia de crianças, onde precisava elevar a voz para que prestassem atenção nele. Agora quer uma chance para se desculpar, mas Jungkook não responde ao interfone.

Muito bem. Jungkook é um homem teimoso, embora saiba que ele (JM) disse a verdade. Jimin sabe que desperta em Jungkook sentimentos e emoções esquecidas, já que vivendo recluso no castelo não teve a chance de sentir coisa alguma, há muito tempo. Agora Jimin está aqui, e também a filha, o que torna o isolamento ainda mais intenso e difícil de suportar.

Mas Jungkook também o faz sentir emoções perturbadoras. Ao lado dele Jimin sente-se ainda mais atraente*, mais desejado. E de repente percebe como evitou tudo isso depois que rompeu o noivado com Ryan. Mas estar perto de Jungkook provoca sensações que nunca experimentou antes. O coração bate forte, a pele fica quente, rosada, e um desejo intenso de que o toque surge de forma incontrolável.
(Atraente não tem nada haver com beleza física tá?)

Só não tem certeza se gosta disso. Ryan quase destruiu sua autoconfiança e ele (JM) aceitou o emprego na Wife Incorporated para afastar-se dele. Será que quer envolver-se com outro homem que dá tanta importância às aparências Porque é exatamente o que Jungkook faz.

Suspirando, acende a luz da biblioteca e entra. É um lugar muito bonito. As paredes são cobertas de estantes repletas de livros, há um sofá e uma poltrona diante da lareira e uma escrivaninha num dos cantos. É um aposento masculino, percebe, sentindo o perfume de tabaco de boa qualidade que vem do cigarro, apoiado no cinzeiro de cristal. O olhar dele percorre a sala, parando na porta.

— Sr. Jeon?

A ideia de vê-lo e ao mesmo tempo amedrontadora e excitante. Não há resposta, e Jimin pega o cigarro, percebendo que está morno.

Olhando a sala, Jimin tenta imaginá-lo ali. Será que Jungkook se sente confortável, rodeado por livros? Será que são os únicos companheiros que tem, além de Dewey? Um sentimento de piedade invade Jimin, mas ele o afasta depressa, sabendo que Jungkook detestaria isso.

Deslizando os dedos pelos livros nas prateleiras, lê os títulos, continuando até a escrivaninha e sentando-se na cadeira de couro. Será que Jungkook lê todas as noites? Será que a presença dele (JM) lhe rouba toda a liberdade?

Será que, algum dia, Jungkook se aproximará dele e de Eunchae e terá uma vida normal? Jimin conhece bem as crianças e sabe que a menina não aceitará essa situação por muito tempo. Por isso, teme o momento em que Eunchae vai perguntar pelo pai. Só porque escolheu viver escondido, não pode esperar que a garotinha aceite a mesma vida. Jimin diz a si mesma que só deixará o castelo quando tiver certeza de que pai e filha podem viver juntos.

Virando-se, para ao ver os porta-retratos, arrumados num canto da escrivaninha. Inclinando-se, pega a foto do casamento.

— Meu Deus... — Murmura, afundando na cadeira.

Ali está Jungkook, antes do acidente. Ele era maravilhoso... A ex-esposa era linda, perfeita, mas era Jungkook quem se destacava na foto. Os cabelos escuros, os olhos azuis, como os de Eunchae, o sorriso lindo. Os traços do rosto pareciam ter sido esculpidos por um artista clássico e eram perfeitos, aristocráticos. Não era apenas bonito. Era fascinante, e o coração de Jimin dá um salto, ao pensar que esse homem sente-se atraído por ele.

DOMESTICANDO A FERA - Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora