2. DOIS

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JM JK, que não se mostrou muito simpático. Logo ele irá conhecer a filha do homem que paga seu salário. Será que ele e a garotinha irá amolecer o coração de JK
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Eu devia ter telefonado pedindo as compras, pensa Jimin, enchendo o carrinho e tentando ignorar as pessoas que olham para ele, os jovens, muito mais jovens do que os que pensam em namorar, fitando-o intensamente. Ele sorri docemente, um típico sorriso de passarela, admite, rindo baixinho. Alguns homens são pescadores, e ainda usam as botas de borracha da pescaria.

Checando a lista, Jimin vai até o caixa. Vai começar, pensa, vendo que as pessoas aproximam-se de onde ele está como felinos. Um adolescente que varria o chão chega mais perto. A vendedora parece não ter pressa, fitando-o demoradamente, apesar da fila. Os clientes não tiram os olhos dele. Não é de admirar que Jeon não saia de casa. O que aconteceu com a hospitalidade do sul?

— Você é novo aqui? — Pergunta a vendedora, uma loira que usa argolas enormes nas orelhas e mastiga chiclete.

— Sim. É uma linda ilha. — Diz Jimin. É melhor deixá-los orgulhosos da terra onde vivem.

— Está no castelo, não é?

— Sou a babá que o Sr. Jeon contratou.

— Babá?! — Exclamam várias pessoas ao mesmo tempo. Jimin olha ao redor, fitando um a um, todos que estão próximos.

— O Sr. Jeon está esperando a filha chegar, e estou aqui para cuidar dela.

— Pobre criança. — Diz uma velha senhora, num tom sombrio.

— Por quê? — Pergunta Jimin, embora saiba a resposta.

— Imagine ter um homem tão horrível como pai.

— Conhece o Sr. Jeon? — Pergunta Jimin.

— Não exatamente.

Esperando que sua expressão seja da mais pura inocência, Jimin indaga:

— Então, como pode saber como ele é?

— Ele nunca sai daquele lugar. — Diz a vendedora. — Não mostra o rosto há quatro anos. Nem mesmo Dewey, que mora lá, conseguiu vê-lo de perto.

Dewey, Jimin imagina, deve ser o caseiro, que ainda não conheceu.

— Ele está desfigurado. — Gagueja o jovem que embala suas compras.

— Se nunca o viu, como pode saber disso?

O garoto dá de ombros, como se fosse de conhecimento geral. Embora ninguém tenha visto Jeon.

— Não acho que a aparência seja importante — Responde Jimin, tentando controlar-se, e detestando que as pessoas dêem tanta importância às aparências. Ele sabe, por experiência própria, como isso é injusto e preconceituoso, embora por motivos opostos. As mulheres recusavam-se a serem suas amigas, acreditando que ele se achava melhor do que elas. Os homens quase pisoteavam uns nos outros para se aproximar, até mesmo os héteros, todos tentando levá-lo para a cama, ou convidá-lo para um acontecimento social, onde pudessem exibi-lo como um troféu. Ninguém, nem mesmo o ex-noivo, conseguiu ver além do rosto lindo que Deus lhe deu. E, aparentemente, ninguém quer ver além das cicatrizes do Sr. Jeon.

Tudo isso faz Jimin sentir um estranho impulso de defender um homem que nem conhece. É difícil manter o controle diante de tantos preconceitos.

— Coloque na conta dele, e mande entregar por volta das três. — Pede, saindo depressa sentindo que todos os olhares o acompanham.

DOMESTICANDO A FERA - Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora