1. UM

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Caro leitores, ouça as frases no idioma citado no parágrafo, pois é bem diferente do jeito que está escrito e é muito lindo.)
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Park Jimin chega a mansão de pedras cinzentas, que mais parece um castelo, e erguendo os olhos para cima pergunta o que irá encontrar lá dentro. O príncipe encantado ou o dragão?

Ele imagina que provavelmente o dragão, isso se os boatos que ouviu do pessoal da cidade na viagem de balsa até a linda ilha forem verdadeiros. Será que Jeon Jungkook sabe como é temido? , pensa, observando as pedras enormes e as janelas em arco, enquanto o táxi entra no caminho que conduz à entrada.

Jimin vê apenas solidão por toda parte.

— Senhor... — Diz o motorista, ao parar em frente da casa enorme. — Tem certeza de que é este o lugar onde quer ficar?

Por que todos na ilha perguntam a mesma coisa, como se ele estivesse indo para a forca? Jeon é apenas um homem, nada mais.

— Sim, tenho certeza, Sr. Choi — Responde, sem olhar para o motorista de meia-idade.

— O Sr. Jeon não é um tipo simpático, como deve saber.

— Não é de admirar, já que todos agem como se ele fosse capaz de morder, não acha? — Dessa vez Jimin e o encara, erguendo uma sobrancelha.

O homem cora e então olha novamente para a casa.

— Os boatos devem ter algum fundamento.  — Resmunga, saindo do carro para pegar a bagagem de Jimin.

Jimin também sai do carro e acompanha-o, subindo os degraus da entrada.

Como um funcionário, foi contratado para ajudar a filha de quatro anos de Jeon Jungkook a se acostumar a viver aqui, a morar com um homem recluso, que vive trancado num castelo, longe de qualquer contato humano. Pelo jeito, tem um bocado de trabalho, já que, de acordo com o boato, ninguém pusera os pés na casa, além dos entregadores, nos últimos quatro anos. Jimin sente pena da garotinha que acabou de perder a mãe e agora está vindo morar com um pai, que é basicamente um estranho. Jimin está aqui para conhecer o local, antes da menina chegar.

O Sr. Choi coloca as malas no chão. Ao virar-se para pagá-lo, Jimin percebe que o homem escreve algo num pedaço de papel. Assim que lhe entrega o dinheiro, o homem estende-lhe o papel.

— Aqui está meu telefone. Se precisar de alguma coisa é só ligar.

O gesto o deixa comovido, mas não é necessário.

— Ele não é um monstro, Sr. Choi.

— É sim. Ele grita com qualquer um que pisar nas terras dele, e quase fez picadinho do pobre garoto que entrega as compras da mercearia. Detesto pensar no que pode fazer com o senhor. — E quando Jimin olha-o com firmeza, o motorista olha novamente para o castelo e suspira. — Esta casa foi construída muitos anos atrás, por um homem que a ergueu para a noiva. Ela queria viver como uma princesa, e ele procurou atender esse desejo. Trouxe cada pedra do continente, e muitas coisas vieram da Inglaterra ou da Irlanda, pelo que ouvi dizer. Ela morreu antes que a casa fosse terminada, ou antes, que o rapaz tivesse chance de casar-se com ela.

Que história triste, Jimin pensa, mas logo ergue o queixo.

— Está agindo como se a casa fosse assombrada, ou amaldiçoada.

O Sr. Choi não diz nada, olhando as pesadas portas duplas de madeira, como se fossem a entrada de uma caverna. Que bobagem, pensa Jimin, erguendo a aldrava de bronze para bater na porta. É a cabeça de um dragão. Bem, Sr. Jeon, se quer manter as pessoas longe daqui, tem feito um bom trabalho. Jimin diz em pensamento. Ele bate e espera.

DOMESTICANDO A FERA - Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora