Softcore (ChanKai)

V. Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira

— O que foi isso? — a voz de Sehun chamou atenção minutos após a porta bater às costas de Jongin e Chanyeol.

Imediatamente após a cena estarrecedora envolvendo-os, cada um dos presentes se moveu ao longo do ambiente para se ocuparem e, de alguma forma, evitar o questionamento do garoto.

Baekhyun estava ajudando a socorrer as plantas da varanda junto a Jongdae, que resmungava baixinho alguma coisa incompreensível. Sehun, com olhos arregalados e expressão preocupada, ajudava Johnny a tirar os espinhos que entraram nos braços de Taeyong. Os amigos de Jongin estavam parados no canto oposto da casa, cochichando entre si com expressões estranhas.

Minseok pediu para Mark ajudá-lo a colocar os descartáveis usados em um saco de lixo, conversando qualquer coisa com o menino para que ele próprio não começasse a fazer perguntas. Uma música suave ecoava da TV a partir do jogo pausado, o clima agradável foi substituído por tensão e o aniversariante estava quase gritando para que alguém lhe explicasse o que diabos estava acontecendo.

Assim que seu irmão e o amigo saíram da casa, tentou ir atrás deles por receio de que eles fossem brigar. Porém, antes de alcançar a porta, Sooyoung e Yixing surgiram em sua frente e, com expressões sorridentes, impediram-no de sair, bloqueando a passagem a partir de então. Sehun tinha repetido a mesma pergunta várias vezes, ansioso para que alguém dissesse qualquer coisa sobre o ocorrido, mas nem mesmo Taeyong parecia disposto a comentar. Estranho mesmo era Baekhyun, tagarela de nascença, estar tão calada e arredia.

— Baekhyun? — chamou, percebendo que ela estava tentando evadir o assunto tal qual os demais. A veia de curiosidade de Sehun ficou ainda mais latente. — Por que Chanyeol hyung brigou com meu irmão? Tem algo que não estou sabendo?

Sua amiga pigarreou.

— Não acho que devíamos falar sobre isso...

— Por que não? Todos vocês parecem estar escondendo alguma coisa! Estou preocupado! Nunca vi Chanyeol hyung agir assim, e agora...

— É porque você não convive muito com ele — interpôs, fingindo estar muito concentrada em colocar uma das plantas atingidas em um vaso temporário, enquanto Jongdae tentava salvar um girassol —, Chanyeol tem uns problemas... sabe...?

— Não, não sei. Me explica — murmurou, puxando mais um espinho da pele de Taeyong com o auxílio de uma pinça. O homem sibilou entredentes, praguejando quando Johnny tentou arrancar um espinho e levou uma parte da pele junto.

Nesse meio tempo, Baekhyun lançou um olhar de socorro para os adultos, mas todos desviaram o olhar e fingiram não estar escutando. Jongdae nem ergueu os olhos, Moonkyu, Sooyoung e Yixing ficaram de costas para ele e Minseok agiu como se não a conhecesse. De alguma forma, havia um acordo silente sobre não contar a Sehun sobre o envolvimento sexual entre Jongin e Chanyeol, pois era algo que os dois deveriam expor, não eles. Portanto, Baekhyun quis muito dar uma de doida e pular da varanda. Iam mesmo deixá-la sozinha para dar a notícia?

— Hum... Er... — gaguejou, fingindo estar concentrada em varrer o chão após separar os cacos de barro da terra espalhada no piso. Meio sem jeito, porque não queria falar ao seu melhor amigo que Chanyeol e Jongin estavam fodendo loucamente há quase quinze anos, falou a primeira coisa perversa que passou pela sua mente. — Problemas mentais...

Jongdae engoliu uma risada, virando a cara na direção oposta à Sehun para que ele não o visse prestes a cair na gargalhada. Sehun parecia assombrado com a informação e Baekhyun, com a maior cara lavada do mundo, encarou-o seriamente e reafirmou:

— Chanyeol é instável mentalmente, às vezes ele tem esses surtos quando fica muito tempo sem medicamento.

— Nossa, eu não sabia! — Sehun murmurou, olhos arregalados pelo choque. Do outro lado da sala, Sooyoung colocou a mão sobre a boca de Moonkyu para que ele não gargalhasse sonoramente, mas ela mesmo estava com dificuldades para se controlar.