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As chuvas de agosto caíam pesadas sobre Tóquio, as gotas grossas e frias desmoronando do céu como se quisessem esmagar a cidade sob seu peso

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As chuvas de agosto caíam pesadas sobre Tóquio, as gotas grossas e frias desmoronando do céu como se quisessem esmagar a cidade sob seu peso. O som rítmico da água atingindo as calçadas encharcadas se misturava ao zumbido constante dos motores, enquanto as pessoas corriam, apressadas, tentando se abrigar sob guarda-chuvas, marquises e entradas de lojas. O fim de tarde trazia o caos habitual do trânsito intenso. Carros buzinavam impacientes, as luzes vermelhas refletindo nas ruas molhadas, e o barulho das frenagens bruscas ecoava por toda parte, como se a cidade estivesse em constante colapso.

O cenário urbano, saturado de prédios altos e luzes ofuscantes, contrastava com a escuridão crescente no horizonte. Na periferia de Tóquio, longe do barulho de buzinas e passos apressados, algo muito mais inquietante estava sendo preparado. Em áreas isoladas, cercadas por fitas e seguranças, estruturas imponentes emergiam sob a chuva pesada. As sombras dessas construções davam um ar ainda mais sinistro à atmosfera já sombria.

Trabalhadores encapuzados, com jaquetas de couro desgastadas pela chuva, manejavam ferramentas e levantavam as armações de aço com precisão. Suas faces estavam escondidas, o olhar fixo nas enormes bandeiras, agora desdobradas com o máximo cuidado, como relíquias sendo retiradas de um longo esquecimento. As bandeiras, uma vez símbolos de poder e medo, balançavam levemente sob o vento úmido, trazendo à memória os dias de sangue e guerra entre as gangues mais temidas de Tóquio.

Primeiro, as cores sombrias da Tenjiku. O emblema familiar, o caos encarnado, surgia do veludo vermelho, o símbolo ameaçador erguido novamente após anos de silêncio. Ao lado, a bandeira da Tokyo Manji Gang, a Toman, tremulava com um ar quase fantasmal, a cruz manji e seu legado de lealdade e destruição dançando ao vento como um aviso silencioso.

Logo atrás, a bandeira da Brahma era cuidadosamente erguida. O preto e branco de sua insígnia refletiam uma era de renovação e morte. O símbolo da Black Dragon veio em seguida, seus dragões entrelaçados, como uma serpente esperando para atacar, enquanto o brasão da Rokuhara Tandai brilhava como uma lembrança da guerra sem fim pelo poder. As bandeiras eram tratadas com uma reverência silenciosa, como se cada uma carregasse o peso de uma história de sangue que nunca poderia ser apagada.

As estruturas, agora quase completas, pareciam monstruosas sob a chuva, cada detalhe ganhando uma aura fantasmagórica sob o céu cinza. A Red Light estava voltando, mas não como antes. Não era mais apenas uma corrida; era um tributo, uma celebração das gangues que moldaram a cidade e dos fantasmas que ainda assombravam suas ruas.

Taiju estava parado na sombra de um edifício abandonado, observando de longe as estruturas imponentes sendo montadas para o evento da Red Light. A fumaça do cigarro que ele segurava entre os dedos subia lentamente, se misturando com o ar pesado e úmido da cidade, enquanto as gotas de chuva tamborilavam sobre os telhados ao redor. Seu sobretudo preto se movia levemente com a brisa, mas ele permanecia imóvel, atento a cada detalhe do que estava acontecendo.

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⏰ Última atualização: Oct 23 ⏰

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