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+ 1, enjoy!
;)

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O despertador toca. Olho a hora: sete e meia.

Estico  o  braço  e  o  desligo.  Espreguiço  na  cama  e  minha  cabeça  desperta rapidamente. Olho à minha direita e vejo que Hope não está. Minha mente recupera a consciência do que aconteceu e eu me sento na cama quando ouço uma voz:

— Bom dia.

Olho  na  direção  da  porta  e  ali  está  ela,  vestida. Vejo  sua  roupa  e  me  surpreendo ao  perceber  que  o  terno  e  a  camisa  que  ela está  usando  não  são  os  mesmos  da véspera.

Ela se dá conta e responde:

— Tomás me trouxe essa roupa há uma hora.

— E a dor de cabeça? Passou? — pergunto.

— Passou, sim, Jo. Obrigada por perguntar.

Respondo  com  um  sorriso  triste.  Levanto  da  cama  sem  ter  consciência  da  minha cara  péssima,  toda  despenteada,  cheia  de  remela  e  com  o  pijama  do  Taz.  Chego perto dela, fico na ponta dos pés e lhe dou um beijo na bochecha enquanto murmuro um ainda sonolento "bom dia".

Vou à cozinha para dar o remédio de Trampo, até que vejo suas coisas em cima da bancada.  Paro  de  repente  e  sinto  Hope atrás  de  mim.  Nem  me  deixa  pensar.  Me segura pela cintura e me vira.

— Já para o chuveiro! — ordena.

Quando saio do banheiro e entro no quarto para me vestir, Hope não está mais ali.

Então  me  apresso  a  pegar  uma  calcinha  e  um  sutiã  da  gaveta  e  os  coloco.  Depois abro o armário e me visto. Quando já estou vestida e apresentável, vou para a sala e a vejo lendo o jornal.

— Tem café fresco — diz ao olhar para mim. — Come alguma coisa.

Ela dobra o jornal, se levanta, vem beijar o alto da minha cabeça.

— Hoje você vai me acompanhar a Guadalajara. Tenho que visitar as sucursais de lá. Não se preocupe com nada. No escritório já estão todos avisados.

Concordo  com  um  gesto,  sem  ânimo  para  falar  ou  contestar.  Tomo  o  café  e, quando deixo a xícara na pia, sinto que Hope se aproxima por trás, mas desta vez não encosta em mim.

— Está melhor? — me pergunta.

Faço  um  gesto  afirmativo,  sem  olhar  para  ela. Estou  com  vontade  de  chorar  de novo,  mas  respiro  fundo  e  consigo  controlar  o  impulso.  Tenho  certeza  de  que Trampo  se  aborreceria  se  eu  continuasse  me  comportando  como  uma  fraca.  Com meu melhor sorriso, me viro, tirando os fios de cabelo que caem sobre meus olhos.

— Quando quiser, podemos ir.

Ela faz que sim. Não me toca.

Não se aproxima de mim mais do que o estritamente necessário. Descemos até a rua  e  lá  está  Tomás,  nos  esperando  com  o  carro.  Entramos  e  a  viagem  começa.

Durante o trajeto de uma hora, Hope e eu folheamos vários papéis. Sou a encarregada de manter atualizadas as sucursais da Müller, então conheço quase todos os chefes.

Hope  me  explica  que  quer  saber  em  primeira  mão  absolutamente  tudo  de  cada sucursal:  produtividade,  número  de  funcionários  que  trabalham  nas  fábricas  e  o rendimento de todos eles. Isso me deixa nervosa. Com a taxa de desemprego tão alta hoje em dia, tenho medo de que comece a demitir a torto e a direito. Mas em seguida me esclarece que seu objetivo não é esse, mas sim o contrário: tentar fazer com que seus produtos sejam mais competitivos e dar início à expansão.

Peça me o que quiser - Hosie GPOnde histórias criam vida. Descubra agora