A reunião se estende mais do que o esperado e só saímos do escritório às oito e meia da noite. Hope está com uma cara séria. A tal da Amanda é chata demais para o meu gosto: tudo o que fez foi colocar obstáculos em cada coisa que se discutia.
Entramos na limusine, com Amanda. Durante o trajeto, Hope fica protegido atrás de uma máscara de hostilidade que não me agrada, e me pede vários papéis. Eu lhe entrego. Ela e Amanda leem os documentos e falam sem parar.
Quando chegamos ao hotel, quero correr para o meu quarto e tirar a roupa, como ela pediu. Não consigo parar de pensar nisso. Hope e eu. Hope em cima de mim. Hope me possuindo. Mas ela me joga um balde de água fria quando diz:— Senhorita Saltzman, quer jantar comigo e com Amanda?
Isso me paralisa. Aquela pergunta, na realidade, deveria ser: "Amanda, quer jantar comigo e com a senhorita Saltzman?"
Sinto a raiva se concentrando no meu estômago. Estou ardendo por dentro. Mas, desta vez, o ardor não tem nada a ver com desejo. Percebo o olhar daquela mulher sobre mim. No fundo, ela fica tão chateada quanto eu por ter que dividir a companhia de Hope com outra pessoa.
— Obrigada pelo convite, senhora Mikaelson — respondo, disposta a não lhe dar o gostinho —, mas já tenho outros planos.Hope faz cara de surpresa. Por seu olhar, sei que esperava qualquer resposta, menos aquela. Ela se acha! Dou boa-noite e me afasto. Sinto o olhar de Hope nas minhas costas, mas continuo andando. Quando chego ao elevador e as portas se fecham, consigo respirar. E, assim que entro no quarto, grito frustrada.
— Idiota! Você é uma idiota!
Irritada até com o ar que respiro, entro no banheiro. Olho para a banheira, mas por fim resolvo tomar uma chuveirada. Não quero pensar em Hope. Que se dane! Saio do chuveiro. Seco o cabelo e me obrigo a voltar a ser a mulher forte que sempre fui.
Toca o telefone do quarto. Não atendo. Pego rapidamente meu celular. Três chamadas perdidas da minha irmã. Que mala! Decido ligar de volta outra hora e telefono para uma amiga de Barcelona.
Como era de se esperar, fica animada ao saber que estou na cidade, e marcamos de nos encontrar. Desligo o celular. Ninguém
vai estragar minha alegria, muito menos Hope.
Então, ansiosa para sair do quarto o quanto antes sem ser vista, coloco um vestido curto e sandálias de salto alto. Faz um calor infernal e esse vestido superleve me cai como uma luva. Quando estou pronta, pego a bolsa. Abro a porta com cuidado e espio pelo corredor. Não há ninguém e eu saio. Mas sei que Hope está na suíte ao lado e, em vez de esperar o elevador, resolvo ir pela escada. Desço cinco lances e finalmente pego o elevador.Sorrio pela minha proeza e, quando chego à recepção e atravesso as portas do hotel Arts, quase dou pulos de alegria. Mas minha animação dura pouco. De repente me dou conta de que deixei o caminho livre para essa loba da Amanda, e o mau humor volta a tomar conta de mim.
Pego um táxi e dou o endereço. Minha amiga Miriam está me esperando. Quando chego ao lugar combinado, logo a vejo. Está linda e rapidamente nos abraçamos sinceramente. Eu e Miriam somos amigas de infância. Minha mãe era catalã e até o fim de sua vida íamos todo verão a Hospitalet.
— Nossa, amiga. Como você está gata! — grita ela.
Após uma sucessão de beijos, abraços e elogios mútuos, andamos até o porto.
Miriam sabe que adoro pizza e vamos a um restaurante do qual ela tem certeza de que vou gostar. Como sempre, comemos à beça, tomamos litros de Coca-Cola e fofocamos durante horas. Por volta de duas da manhã, estou cansada e quero voltar ao hotel. Nos despedimos e combinamos de nos ligar no dia seguinte.
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Peça me o que quiser - Hosie GP
FanficRecém-chegada ao comando da empresa Muller, antes dirigida por seu pai, Hope tem uma atração instantânea pelo jeito divertido de Josie e exigirá que ela o acompanhe nas viagens de trabalho pela Espanha. Mesmo sabendo que está se metendo numa situaçã...