Capítulo VI

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– Por Deus, Fátima! Olhe só para seu rosto! Não está doendo? Se quiser passamos na farmácia aqui perto ou vamos para minha casa que eu cuido disso! Eu tenho uma pomada ótima!

Diana acaricia o rosto de Fátima suavemente, enquanto Fátima observa cada movimento de Diana cuidando do seu ferimento.

Fátima encara os grandes olhos azuis de Diana.

– Diana, por que você se preocupa tanto comigo?

Pergunta Fátima sem pensar duas vezes.

– Ah, Fátima... você é minha amiga, não é? E-eu... é óbvio que vou me preocupar com você. Amigas é pra essas coisas. Uma cuida da outra. Mas... por que a pergunta?

Fátima sente um sentimento estranho invadir seu peito toda hora que ouve a palavra amiga vindo de Diana. Ela sente seu coração acelerar descompassado como se o peito fosse explodir a qualquer momento. Ela cora e por um instante hesita.

– Não sei porque te perguntei isso Diana, foi mais por curiosidade. Me desculpa.

Diana se aproxima lentamente de Fátima.

– Não sei porque você duvida tanto que eu gosto de você, Fátima. Você é uma das pessoas mais importantes da minha vida... eu te adoro muito!

Diana acaricia mais uma vez o rosto de Fátima, que cora instantaneamente.

– Sabe o que eu mais gosto de você, Fátima?

– O quê? - pergunta Fátima com a voz embargada.

– Do jeito que você fica vermelha quando eu chego perto de você. Você fica uma gracinha com vergonha.

Fátima arregala o olho ligeiramente e sente seu rosto corar ainda mais com o comentário que Diana acabara de fazer. Ela tenta disfarçar seu constrangimento a todo custo, mas Diana dá uma risada alta.

– Ah, Fátima... eu me divirto com você, sabia?

– Sério? E por quê? - ainda constrangida Fátima pergunta.

– Porque você é a pessoa que mais consegue me tirar risadas genuínas... ao seu lado eu consigo ser eu. Eu amo muito estar do seu lado. Ser sua vizinha é o maior privilégio que a vida me proporcionou. Não sei o que eu seria sem você, Fátima! - Diana sorri com os olhos.

Fátima sente um turbilhão de sentimentos vindo de dentro dela ao ouvir as palavras de Diana. E novamente o mundo parecia só existir elas e mais ninguém.

– Poxa, Diana... sei nem o que falar! Você também é muito especial pra mim. Obrigada por tudo o que você faz... pela sua preocupação, apoio, solidariedade. Você é uma am... ami... ami...

– Amiga?

– Diana, não diga essa palavra, por favor.

– Mas não é isso que somos? - pergunta Diana confusa.

– E- eu... eu preciso te dizer uma coisa, Diana. Eu não consigo mais esconder isso de você. Eu já estou ficando louca! - Fátima pausa por um momento antes de falar - Eu não sei como isso foi acontecer, mas estou sentindo algo por você, Diana.

Diana arregala o olho e franze a testa.

– Sentindo algo por mim? O quê?

– Não me faça explicar, Diana. Eu realmente não sei. Quando você chega perto de mim eu me estremeço toda, eu sinto meu coração bater mais rápido... minha boca fica seca. O mundo parece que some e fica só nós duas. Só nós. Eu... eu acho que estou apaixonada por você, Diana.

Diana olha com estranhamento para Fátima e se afasta ligeiramente da mesma.

– Fátima, me desculpa, mas... eu acho que você está confundindo as coisas. E- eu sou casada, esqueceu? E você também. Eu amo o Hugo e você ama o Robson. Não ama?

– Diana, eu queria muito falar que sim. Olha... eu não sei se estou confusa em relação a gente, mas você está sendo mais que uma amiga pra mim. Eu não sei explicar, Diana. Você cuida tão bem de mim... nem o Robson teve todo esse amor que você tem por mim.

– Fátima, acho que você está confundindo as coisas. Eu cuido de você porque sou sua amiga... E-e... bom, eu nunca achei que você estivesse apaixonada por mim! - Diana olha incrédula para Fátima. - Eu... eu não posso mais ser sua amiga, Fátima. Não posso.

Diana sai correndo e deixa Fátima para trás, deixando-a totalmente sozinha.

Mais uma vez Fátima sente as lágrimas descerem pelo seu rosto.

– Como eu posso ser tão burra?

Pergunta Fátima para ela mesma em meio as lágrimas.

Fátima & DianaOnde histórias criam vida. Descubra agora