Capítulo VII

147 10 13
                                    

Uma grande tempestade começou a cair naquele momento. Os pingos fortes de chuva preenchia todo o asfalto.
Fátima andava pelas ruas de Copacabana sem rumo algum, suas lágrimas rolavam no seu rosto igual a chuva caía sobre seu corpo gélido. Fazia muito frio, mas nada mais importava para Fátima. Nada mais fazia sentido pra ela naquele momento. Sua vida desandava cada dia mais. O seu marido, Robson, não a via como esposa. E agora... bem, agora que confessou seus sentimentos para Diana, o mundo desabou bem na sua frente. Ela tinha certeza que Diana sentia algo a mais, igual ela sentia por Diana. Mas ela estava enganada. Mais uma vez o choro vem a tona.

– O que vai ser da minha vida? Eu gosto tanto de você, Diana. - diz Fátima baixinho apenas para ela ouvir.

Fátima decide que não voltará mais para sua casa, do que adiantaria ela voltar agora pra casa se Robson a humilharia ainda mais? Do que adiantaria voltar pra sua casa e acordar na manhã seguinte e ver que Diana não é mais sua "amiga"? Ela se sente totalmente sem rumo.

Fátima se abriga debaixo de uma cobertura e por ali fica. Ela botou na cabeça que não voltará para sua casa para ouvir toda humilhação novamente.

******************************************

* Diana *

Eu jamais imaginaria que Fátima estivesse sentindo algo a mais por mim. Eu achava que ela era totalmente apaixonada pelo Robson ainda. O que ela mal sabe é que eu também tenho sentimentos profundos por ela... mas eu não posso deixar isso transparecer. Não por agora! Qual seria a reação do Robson ao ver nós duas juntas? Eu não posso nem imaginar o que ele seria capaz de fazer com Fátima! E o Hugo? E a minha filha Bruna? Por Deus! Eu não sei como minha filha reagiria. Eu tenho que ir com calma nas minhas decisões. Tadinha da Fátima, eu a tratei tão mal. Mas eu tenho que ser assim daqui pra frente, ela não pode nem sonhar que sinto o mesmo...

*****************************************

Diana ouve a companhia da sua casa tocar freneticamente.

Ela abre a porta e se depara com Robson totalmente fora de si.

– Eu quero saber onde está minha esposa, Diana. Ela está aí dentro? Mas não é possível que essa mulher não tenha mais obediência com seu próprio marido! Devolve a minha esposa, Diana. Já está na hora dela vir pra casa, isso não é hora pra ficar tomando chazinho com você, não.

Diana congela instantaneamente.

– Como assim Fátima não está em casa? Ela... ela não está com você? - pergunta Diana totalmente tensa.

– Não se faça de boba, Diana. Pare com esse teatrinho! Chama a Fátima logo! Eu não tenho paciência pra brincar de esconde-esconde! Nem parece que vocês são adultas...

– Robson, a Fátima não está aqui. Eu achei que ela tivesse ido pra casa. - diz Diana totalmente ansiosa.

– Como assim "achei que tivesse ido pra casa"? Então ela saiu daqui e foi pra outro lugar, é isso? Mas era só o que me faltava agora! Fátima querendo se jogar na noitada por aí! Quando ela chegar vou ter uma conversa muito séria com ela! Ah se vou! Isso eu não admito nunca! E você, hein, Diana? Como que deixa sua amiga sair por aí com um marido dentro de casa? Me diz! - Robson altera a voz.

– Robson, cala a sua boca, ouviu? Calado! Por que ao invés de ficar criticando sua esposa você não vai atrás dela pra ver onde ela foi? Não te preocupa ela estar por aí sozinha com a chuva que está fazendo aí fora? Para de ser imbecil! Se você não for procura- la, eu mesma vou!

– Vai lá, pode ir encontrar sua amiguinha. Aposto que ela está enfiada nesses puteiros de esquina dando pra qualquer um que apareça... não duvido nada. Fica usando aqueles vestidos decotados... nem corpo pra isso ela tem!

– CALA A SUA BOCA, ROBSON!!!

Diana deposita um tapa no rosto de Robson e sai correndo de casa na tentativa de encontrar Fátima.

Fátima & DianaOnde histórias criam vida. Descubra agora