Na manhã seguinte, Sacramento acordou em um clima tenso. A visita de Jesse Curau James havia deixado a cidade em polvorosa, e todos murmuravam sobre a coragem de Jack Pipoca e a astúcia do vilão. A notícia de que Jesse voltaria com um novo desafio para o xerife se espalhou rapidamente. A poeira das ruas mal havia assentado quando Jack soube que uma reunião de emergência estava sendo realizada no saloon, convocada pelos próprios cidadãos preocupados.
Jack Pipoca entrou no saloon com passos largos, um olhar determinado e o peito estufado sob a estrela brilhante de xerife. Todos os olhos se voltaram para ele assim que cruzou a porta. Com um sinal do barman, Jack recebeu uma caneca de água fresca e tomou um gole, preparando-se para acalmar os ânimos e garantir aos cidadãos que, enquanto ele estivesse ali, Sacramento estaria seguro.
— Xerife Jack! — gritou uma senhora do fundo do salão. — É verdade que o Jesse Curau James vai voltar para desafiar você?
— Isso mesmo — confirmou ele, tentando conter o nervosismo. — Curau James disse que voltaria... e eu estarei pronto para recebê-lo.
Um burburinho cresceu entre os presentes, com alguns dos homens mais velhos sacudindo a cabeça em desaprovação. Jesse Curau James não era conhecido por perder desafios; sua fama de nunca ser capturado fazia dele uma lenda no Oeste.
— E o que ele quer, afinal? — perguntou o velho Sam, um dos criadores de gado mais antigos da região. — Será que é o coração da Lady Mary ou o controle sobre nossa cidade?
Jack ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre a pergunta. A verdade era que ele próprio não sabia até onde Jesse estava disposto a ir, e sua habilidade de enganar e se safar de qualquer situação o tornava imprevisível.
De repente, as portas do saloon se abriram, batendo contra as paredes com um estrondo, e todos se viraram para ver. Lá estava ele, como prometido: Jesse Curau James, com seu sorriso destemido e andar confiante. Ele entrou no salão com o olhar fixo em Jack e, com um toque no chapéu, cumprimentou os cidadãos.
— Bom dia, Sacramento! — saudou ele, com uma voz alta e clara. — E especialmente bom dia ao meu caro xerife, Jack Pipoca.
Jack sentiu o sangue ferver e segurou a aba do chapéu, ajeitando-o enquanto mantinha o olhar fixo em Jesse.
— Veio aqui desafiar a cidade inteira, Jesse? — perguntou ele, tentando soar firme.
Jesse riu, e o brilho em seus olhos indicava que ele tinha um plano.
— Desafiar a cidade? Não. Estou aqui para um desafio simples e direto, Pipoca — respondeu Jesse, com a voz calma. — Um duelo entre nós, aqui mesmo, no coração de Sacramento. O vencedor, além da honra, terá o direito de cortejar Lady Mary. Que tal, xerife? Você aceita?
Os cidadãos soltaram um suspiro de choque. Um duelo entre Jack Pipoca e Jesse Curau James era o tipo de evento que marcaria Sacramento para sempre. Jack hesitou por um segundo, sentindo o peso da responsabilidade. Jesse era rápido e perigoso, mas Jack sabia que tinha que defender a honra da cidade e de Lady Mary.
— Aceito o seu desafio, Curau James — declarou Jack, com voz firme. — Mas deixe claro uma coisa: Sacramento não está à venda, e Lady Mary não é um troféu.
Jesse apenas riu e deu de ombros.
— Que seja, xerife. Eu não me importo com troféus... apenas com vencer — disse ele com um sorriso. — Amanhã, ao meio-dia, na rua principal. Vou dar à cidade o show que eles nunca esquecerão.
Com isso, Jesse deu meia-volta e saiu do saloon, deixando um clima de tensão e expectativa no ar. Jack sabia que o duelo do dia seguinte seria o momento decisivo. Ele passaria a noite treinando, aprimorando sua mira e ensaiando os movimentos que, esperava, seriam rápidos e precisos.
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Jack Pipoca e Mary Pamonha: Uma Aventura no Velho Oeste
FantasyNas terras áridas e escaldantes do Velho Oeste, onde o sol brilha impiedoso sobre uma vasta paisagem e a coragem é tão essencial quanto a habilidade com o revólver, o xerife Jack Pipoca, com seu longo bigode grisalho e jeito atrapalhado, se vê diant...